segunda-feira, 22 de abril de 2013

VIVER COM O CORAÇÃO NAS MÃOS

Só agora é que me lembrei de ir ao Google pesquisar. Digitei "Nossa Senhora Jordânia" e seleccionei imagens. Apareceu-me esta foto e fiquei estupefacta:



Foi com esta imagem que eu sonhei na madrugada da passada sexta-feira.  Acordei com a Mimi, a cadelinha da Lena que saltou para a minha cama e a Lena entrou no quarto atrás dela, a tentar que ela não me acordasse. Com os olhos ainda entreabertos disse à Lena que tinha sonhado com Nossa Senhora. 

-"A Nossa Senhora apareceu-te no sonho, queres tu dizer."

Sim,, mas foi um bocado estranho. Porque era uma Nossa Senhora numa espécie de gruta, daquelas que parecem no meio de grandes rochas cor de barro. Parecia ser na Jordânia. A Nossa Senhora tinha uma tez mais escura do que o normal e um coração cor de laranja em luz, como se fosse o sagrado coração de Jesus.

-"O sagrado coração de Maria.", respondeu a Lena. 

A imagem tinha-me aparecido duas vezes durante o sonho. Porque é que associei à Jordânia, não sei, porque nunca estive na Jordânia nem nunca tinha visto esta imagem antes. E nesse mesmo dia em conversa com a Alexandra, disse-lhe que se calhar até era uma imagem de Israel, que teria mais lógica, e não sabia por que associava à Jordânia. Por isso foi com muita surpresa que agora constatei que esta imagem de facto existe, e precisamente na Jordânia. E está a associada a um milagre. Segundo a freira que cuida desta imagem, um dia em que abriu a porta de vidro fechada à chave para limpar a imagem, escorriam dos olhos da Virgem lágrimas de sangue, que por análise foram confirmadas como sendo de sangue humano.

Já mais acordada, durante o pequeno almoço falei nisso várias vezes. O sonho tinha-me deixado muito impressionada porque a imagem era muito vívida. Nem eu sabia ainda o porquê de ter acontecido. 

Nesse mesmo dia, sexta feira, o meu filho teve uma consulta no IPO que o informou da suspeita de um tumor. Só saberemos resultado dos exames no início de Maio. Fiquei arrasada. Senti uma tristeza que foi tomando conta de mim de forma galopante. A Lena abraçou-me e incitou-me a chorar tudo o que ainda pudesse estar guardado. Todo o medo e toda a tristeza. E eu não sabia que era tanta. Não sabia que tinha tanta coisa dentro de mim. Chorei as profundezas e as entranhas. E começamos a sentir a presença de Nossa Senhora. A Lena pedia-me para passar toda a minha dor para ela, porque Nossa Senhora  é que a estava a receber. A presença de Nossa Senhora estava a absorver toda a minha dor, que eu passava para a Lena, e por sua vez a Lena passava para Ela. Foi o abraço mais milagroso que eu senti na minha vida.

Nossa Senhora disse à Lena que me tinha aparecido no sonho e estava ali presente, porque a minha prova, tal como a da Lena, estava relacionada com o calvário d'Ela, Nossa Senhora, e do Seu filho, Jesus. Tal como Ela, nós vivíamos a maior dor de uma Mãe: a de assistir ao sofrimento do seu filho, e o maior medo: o de o perder.

Também é verdade que a dor, quando aceite, se transforma. E é nela que acontecem os maiores "milagres". Como este abraço da Lena. Senti o seu amor incondicional. E senti que não conhecia mais ninguém capaz de abraçar assim. Não conhecia mais ninguém que tivesse perdido um filho e que ao mesmo tempo acreditasse em tudo o que eu acredito. Que acreditasse no mesmo Jesus que eu. No mesmo Deus que eu. Que tivesse quase o mesmo percurso que eu. Que tivesse a mesma actividade que eu. E essa pessoa é uma das minhas maiores amigas, vive comigo,  e estava ali comigo, naquele momento. A dar-me o abraço com mais amor do Mundo. 

Acredito que precisemos de passar por tudo o que passamos para nos tornarmos capazes de amar dessa maneira. 

Nada é em vão e não há nada pelo os nosso filhos passem que não precisem de passar. Para também eles se transformarem. 

Depois do telefonema resolvi vir imediatamente para o Porto. E no comboio, já a meio da viagem interroguei-me porque é que não tinha ainda sentido a presença, a energia de Jesus, num momento tão difícil como este. Seria por me sentir tão agitada?

"Estou aqui sentado ao teu lado." 

Realmente o lugar ao meu lado era o único vago, o comboio ia cheio. Senti que tinha a mão d'Ele sobre a minha. 

"Quando chegares lá vais pousar as tuas asas sobre o corpo dele. E eu estarei convosco."

A reacção de surpresa e alegria do Zé Miguel quando me viu fez-me agradecer em silêncio a sugestão da Lena que me aconselhou a não lhe dizer que ia e fazer-lhe uma surpresa.

Nesse mesmo dia, voltei a cair num choro profundo. Que era ao mesmo tempo de dor pelo que estava a acontecer, e de dor por precisar de passar por essa dor, para evoluir.  Pode evoluir-se sem dor e sem sofrimento. Pode. Mas isso ainda não estará ao meu alcance. E depois questionava-me: mas porque é que estou a achar que é mau passar por esta dor, se eu acredito que nada é bom, nem nada é mau? Ainda no último texto disse isso. E é algo em que eu acredito mesmo. Então esta dor não é má. É simplesmente dor. Se me rendo a ela transformo-a. E deixo de sentir que não consigo respirar. Às vezes até sinto o contrário, que é só isso que consigo fazer: respirar. E que não consigo fazer mais nada, nem pensar, nem andar, nem coisa nenhuma.  E  dor tanto se transformo quando nos rendemos a ela, que no meio do choro Jesus puxou-me para um nível de energia branca e cristalina. Um nível onde sentia uma paz absoluta. A paz da aceitação. E mais uma vez comprovei a teoria de que, independentemente do que nos estiver a acontecer, podemos estar em paz. E Jesus perguntou-me o que é que eu queria pedir. Pedi para me encontrar com a alma do meu filho. 

E disse-lhe que me rendia à escolha dele, fosse ela qual fosse. Que aceitava tudo o que a alma dele escolhesse. Que em todo este processo tinha aprendido a amá-lo, creio que incondicionalmente, e tinha conhecido a incrível beleza da alma dele. E que lá em baixo na Terra estaria também incondicionalmente ao lado dele, a apoiá-lo sempre e em tudo, e a canalizar para ele toda a energia de cura que estivesse ao meu alcance. Que se ele pudesse escolher a cura ficaria muito feliz, principalmente por ele, mas que o meu amor seria incondicional. Por último perguntei a Jesus se Lhe podia fazer outro pedido. E voltei a pedir o que Lhe peço todos os dias quando limpo o meu filho à distância: que tome conta do meu filho, que cuide dele e o proteja, porque Lho entrego. Que confio nisso, mesmo quando tudo corre de forma contrária à que eu gostaria. E que quando assim é, sei que há um motivo superior para que assim seja. 

E Jesus perguntou-me: "Sabes porque é que vocês chegaram a este nível de entendimento e de amor? Porque limparam grande parte do vosso karma."

E tiramos esta fotografia. 


Quando a publiquei, a minha prima Cristina, do Brasil, comentou que estavamos lindos e a curtir a vida. Nem ela imaginava o que se  estava a passar. 

Não estavamos a rir só para a foto, não. Não estavamos a disfarçar. Estavamos a rir porque estavamos juntos e porque naquele preciso momento estavamos felizes por isso.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

O DIA EM QUE FUI APRESENTADA A MIM PRÓPRIA

Dói-me que este momento seja infinitamente perfeito.

Há momentos que doem. E também são perfeitos. Tão perfeitos como os que riem.

Gostar dos dois. Aceitar os dois. Saber que é tão importante um como o outro. Vendo bem, talvez esteja mais grata à dor do que à alegria. Se não fosse ela não estava aqui. Mas vendo melhor, se não fosse a alegria talvez também não estivesse aqui. Talvez não tivesse aguentado. Sou de limites, de extremos. Quer dizer, era. Agora nem tanto. De tanta dor ao limite, e de tanta alegria ao limite, fui-me aproximando do meio. A dor já não dói tanto. Já não precisa. Entrego-me mais depressa, aceito-a mais depressa. Até gosto dela. Lá está. Sei que até a dor é perfeita.

Há dois dias atrás Jesus mostrou-me uma menina. De cabelos escuros. Apanhados em rabo de cavalo e franja. Perguntou-me se eu sabia quem era. Não, não fazia ideia. "És tu. Se morresses agora e voltasses a encarnar, serias assim."

Fiquei incrédula. Mas esta menina é tão diferente de mim!...Tão segura, tão descontraída, tão descomplexada...Eu ainda não me tornei nesta pessoa... "Porque tu ainda não sabes quem verdadeiramente és. Tu não tens ideia de como nós (Povo do Céu) te vemos. Tu vês-te com a memória de tudo o que já viveste. Vês-te com a memória de todos os momentos de insegurança e medo. Não te vês como és agora, sem passado."

"Queres conhecer-te como és agora?"

Fiquei em silêncio. Nem sabia bem o que responder. A pergunta pressupunha que de facto, não me conheço, o que por um lado me entristeceu, e por outro me deixou expectante. Fiquei a aguardar. Até que Jesus me colocou à minha frente. Ao seu lado e à minha frente estava eu própria. Baixei os olhos. Não conseguia olhar. Não sabia se estava a bloquear ou se estava a tentar ficar a zeros. Percebi que estava a tentar ficar a zeros para não me ver com expectativas. Demorei um bom bocado até voltar a olhar. Fui abraçada por mim. Senti que quem me estava a abraçar estava a gostar de mim. Senti-me aceite. Não julgada. E estranhei. E se não tivesse medo de estar a habilitar-me a levar outra vez na cabeça, diria que não era "suposto" sentir-me assim no primeiro abraço.

Percebi que é por isso que as pessoas gostam do meu abraço, porque as faço sentir que gosto delas. E gosto mesmo sem as conhecer. O que visto de fora parece estranho. E porque é que gosto logo delas? Acho que é porque não as julgo. E porque é que não as julgo? Acho que é porque na maior parte da minha vida me senti julgada. E não foi bom. Não foi bom no sentido em que não foi fácil. Porque em última instância, tudo é bom porque nos faz bem.

Voltando. Foi bom o abraço e foi bom sentir que tenho tendência a não julgar as pessoas. Senti-me feliz por também eu estar a gostar logo de mim. Reparei que o facto de eu ser gordinha me fez sentir muito confortável. Como se a pessoa que me estava a abraçar e a gostar de mim me estivesse a mostrar que eu não preciso de ser perfeita porque ela também não é.

Surpresa das surpresas, fomos passear. Fomos à praia de Caxias. À Baía dos Golfinhos. Sentamo-nos na areia a olhar o mar. Olhei para mim. Estava calada. E gostei de me ver calada. Gostei do silêncio. E percebi que eu não precisava de falar para ser compreendida. E assim percebi que realmente, eu compreendo as pessoas sem elas falarem. E por isso as pessoas se sentem à vontade. Sentem que eu as conheço. E conheço. É como se as visse por dentro.

Percebi também que foi por isso que o tal teste psicotécnico que fiz aos 17 anos revelou um grau de sinceridade acima dos 90%. Afinal, se eu não mentia era por defesa. Mais do que por "pureza". Porque na verdade eu achava que se mentisse iam logo perceber. Como eu normalmente percebo quando me mentem. Desde que tenho uma ideia do meu tipo e grau de mediunidade que me surpreendo por nunca ter tido nenhum indício dessa característica ao longo da minha vida, a não ser de há uns dez anos para cá. E só agora, com este encontro comigo mesma, é que tomo consciência que sentir que conhecia as pessoas por dentro, já era uma expressão dessa mediunidade. E agora que estou aqui a escrever, é que estou a pensar que houve algumas situações "dramáticas" em que não se percebia o que é que tinha levado a que aquilo acontecesse, e dentro de mim eu sabia exactamente o que tinha acontecido e porquê. Como se eu conhecesse melhor os outros do que me conhecia a mim mesma. E pelos vistos, era verdade.

"Sabes como todas as tuas experiências te lapidaram e te tornaram ainda mais sensível. Foram-te transformando nesta pessoa. Há dias publicaste uma notícia sobre o Keanu Reeves e percebeste porque é que a energia dele é tão atractiva. Porque ele é uma pessoa profunda, que passou por muita dor. Não seria a pessoa que é se tivesse vivido uma vida superficial."

Por isso eu explico tantas vezes que me sinto grata por cada desafio vivido. Porque me transformaram nesta pessoa de quem eu, finalmente, gosto.

E por estar ali na Baía dos Golfinhos, lembrei-me da última vez que lá estive. Estava muito frio para estar na esplanada, e convidaram-me para escolher uma mesa no interior do restaurante, que já tinha encerrado o horário de almoço.





Atendeu-me a mesma rapariga que tinha atendido da vez anterior. E eu disse-lhe que tinha voltado lá porque tinha gostado muito da tosta mista e da meia de leite que ela me tinha feito.



E ela respondeu que era porque tinha feito com amor. E que mais uma vez ia fazer com amor. E quando ela me estava a servir fiquei com os olhos cheios de lágrimas de gratidão por aquele momento.

Senti-me abençoada por ter sido acolhida por pessoas assim, num lugar lindo que me aqueceu e confortou, cheio de alusões aos golfinhos, desde as paredes ao chão...

E agora ao estar ali, comigo própria, senti eu a gratidão por estar com uma pessoa como eu.


Saímos da praia e fomos caminhar ao longo do passeio marítimo, e eu comecei a rir-me. Ou melhor, a que estava ao meu lado, que era eu, começou a rir-se e a dançar com a música que estavamos a ouvir, e eu ria-me também. E pensava: como é bom estar com uma pessoa que se ri assim.

E concluí, da forma mais sentida que alguma vez concluí, que é muito bom estar comigo. Que eu gostaria de ser como eu. Ou seja, afinal gosto mesmo de ser quem sou.

E por último Jesus disse-me: "Agora não precisas de te sentir amada por outra pessoa. Agora já és o teu amor."

E chorei, chorei, chorei, chorei...Não podia imaginar que isto tivesse um tal impacto em mim. Porque ainda tenho muita dificuldade em me sentir merecedora. Há umas semanas atrás, durante uma terapia que estava a fazer à Lena, ela disse que Jesus lhe estava a mostrar que se senta connosco à mesa ao pequeno-almoço. E que se senta no lugar à minha frente. E eu desatei a chorar copiosamente. E Jesus disse-lhe que eu estava a chorar assim porque ainda tenho dificuldade em me sentir merecedora.

"E hoje sentiste-te tão bem quando chegaste aqui a casa e sentiste a energia tão leve porque foi tudo preparado para te receber."

E eu chorei mais ainda.

Tocou o telefone. Era a Lena, que tem passado a maior parte do tempo a bordo do Harmony, com o Rui, (e se tornou a minha heróina por ter conseguido reduzir para metade o seu tempo de trabalho e passar a outra metade em modo férias) a dizer que além do batido de fruta também me tinha deixado em casa bola de carne.  Agradeci por tantos miminhos. Respondeu que todos os miminhos foram deixados com essa intenção: de serem miminhos.

Fiquei a pensar em merecimento e em mimo.

Liguei o computador e abri a minha caixa de correio - tinha um email do Pedro Quitério a enviar-me um vídeo. Abri o Facebook- tinha uma publicação da Isabel Braga a dedicar-me o mesmo vídeo, a mesma música. Curiosa coincidência...que me encheu ainda com mais mimo. E que me trazia de volta a uma parte de quem eu sou : a que gosta de música, de dançar e de Lisboa.









quarta-feira, 17 de abril de 2013

A ABOLIÇÃO DO TRABALHO


Este vídeo que encontrei há poucos minutos na página de um amigo do FB - A Abolição do Trabalho, por Bob Black - mostra de uma forma muito clara o que eu penso sobre o trabalho. Acredito piamente que não é por acaso que tudo está a colapsar por esse mundo fora. Já muito caminho foi percorrido, mas ainda há muito a percorrer rumo à verdadeira liberdade, que em última instância é a interior.





Obrigada Bruno Lavos.

Dedico especialmente ao Miguel Amaral, à Sílvia da Torre, à Filipa Fonseca, à Rita Blau e ao Diogo Teixeira e eles sabem porquê.





quarta-feira, 3 de abril de 2013

MÚSICA, a newsletter desta semana

Quando hoje recebi no meu email a mensagem de Luz desta semana, do Projecto, com o título "MÚSICA"escolhi para ouvir, uma música do Moby, a Memory Gospel, que é das minhas preferidas e uma das que mais me acompanha nas meditações.

Há pouco resolvi ir procurar um vídeo dessa música para publicar no Facebook, e nem de propósito, sou surpreendida com estas imagens, que não conhecia,






MÚSICA

Ouve uma música de que gostes. Põe a tocar uma música de que gostes. Eleva a tua alma a mim, e vem dançar. Encontra-te comigo cá em cima, neste contexto mágico de luz, e deixa a tua essência voar. Deixa que ela se expresse na imensidão do céu.

E à conta do amor que sentes por essa música, vou encontrar-me com o teu coração cá em cima, e vou ter oportunidade de o salvar da tristeza, do frio, da melancolia e da violência. E quando o teu coração voltar à terra, estará cheio de mim, e a tristeza terá passado.

E poderás olhar cada coisa como ela verdadeiramente é, sem o peso do filtro que trazes e que te faz ver tudo escuro. E vais poder sentir a claridade. E, no teu coração, para todo o sempre, ficará plasmada a minha imagem, a minha energia e o meu amor por pessoas que, como tu, não têm medo de vir buscar inspiração aos céus.


Jesus