terça-feira, 28 de maio de 2013

NOIVA

"Esqueces-te que agora és uma mulher casada."

Acho que esta foi a frase mais engraçada que Jesus me disse até hoje. Eu estava a pedir-lhe ajuda e orientação para o meu dia, e Ele deu-me esta resposta por causa do que tinha acontecido dias antes.

Há já bastante tempo, talvez cerca de meio ano, que às vezes nas meditações, eu me via vestida de noiva. Desde o primeiro momento que foi nítido para mim que não se tratava de uma imagem nem de futuro, nem de passado. O que me deixava intrigada. Bastante intrigada. Até que num dia de manhã, logo no início da meditaçao, me senti levada por Jesus para um lugar com uma energia branca. Senti-me a entrar numa espécie de catedral, mas feita de luz branca, e a avançar pelo centro em direcção ao que seria um altar, vestida de noiva, com algo na mão, que até hoje não sei se seria um ramo de noiva, ou algo correspondente. De cada um dos lados havia muitos seres de luz. Como se estivessem a assistir. Cheguei ao cimo e percebi que não havia noivo. A cerimónia era de casamento, mas não me estava a casar com ninguém. Estava a casar-me com a minha alma. Imediatamente me lembrei da promessa que lhe tinha feito, de lhe ser fiel, amá-la e respeitá-la até ao fim da minha vida  (e que deu origem ao texto "PROMETO SER-TE FIEL, AMAR-TE  E RESPEITAR-TE ATÉ AO FIM DA MINHA VIDA" de Agosto de 2011).

Pelo que percebi, tinha chegado o momento de oficializar essa promessa e de me sentir una com a minha alma. Como se a partir daquele momento ela estivesse sempre comigo e eu com ela.

Jesus disse-me que eu me tinha preparado para essa união. A união que verdadeiramente me faz feliz. Mais do que qualquer outra. Muito mais do que com qualquer pessoa. Por isso tanto tempo sózinha. Por isso um percurso tão solitário. Para descobrir a minha alma e me comprometer com ela. E nos tornarmos unas.

"E esta é a tua prenda de casamento." A expressão deu-me vontade de rir. Mas fiquei séria quando vi umas enormes asas brancas. "Já ouviste falar em voo nupcial? Estas asas são para o teu voo, porque estás pronta a voar sozinha."

Não soube o que pensar, nem como reagir. Fiquei paralizada.

"Esse medo não é teu. Sabes isso muito bem.  Ou não estarias pronta para assumir este compromisso. A escolha que mais medo te podia provocar, já a fizeste. A escolha mais difícil que se pode fazer em vida, fizeste-a há poucos anos atrás, sem o mínimo de hesitação ou vacilação. Com a maior coragem do mundo. E quando digo a maior coragem do mundo, é isso mesmo que quero dizer. Na verdade, quando nasceste, foi para cumprires esse propósito. Está cumprido. Agora desfruta do que conquistaste. Mantém o rigor, mas desfruta. E vais ver como esta relação com a tua alma te completa cada vez mais."

E o fim de semana passado foi um exemplo disso. Foi quando pedi a Jesus que me orientasse sobre escolhas a fazer, sítios a ir, que Ele me respondeu: "Esqueces-te que agora és uma mulher casada."

Estava-me a dizer para me entender com a minha alma. Para me deixar guiar por ela. E contráriamente a toda a lógica ela levou-me para Carcavelos. Eu que associo sempre Carcavelos a muita gente quando está calor, achei que era a última praia onde me ia sentir bem. E quando ia a caminho e passava por praias que estavam quase vazias como Caxias e Santo Amaro de Oeiras, a tentação de ficar por essas era grande, mas fui fiel, e lá fui para Carcavelos.

A propósito dessa fidelidade, Jesus lembrou-me uma frase que eu tinha dito uma vez, sobre ser estupidamente fiel. Porque sempre fui fiel nas relações, fossem de que tipo fossem, amorosas, de amizade, ou profissionais. E Jesus disse-me que isso para mim não era difícil. Difícil era ser fiel a mim própria.

"Que mérito tem seres fiel aos outros se para isso tens que te trair?

A tua fidelidade encobre um medo. O medo de seres fiel a ti e com isso perderes os outros.

Mas tudo o que perderes, nunca se comparará ao que ganhas. Ninguém, ninguém, se compara à tua alma."

Retomando, fui fiel à minha alma, deixei-me levar por ela, e fui para Carcavelos, onde me senti tão feliz, que naquele momento não imaginava outra praia onde me pudesse sentir tão feliz. Estavam a preparar o evento "Moche Cascais Surf à noite" e estive entretidíssima a fotografar e filmar tudo. E depois estive horas, como eu mais gosto, deitada perto de água quase sem ninguém por muito perto. Parecia-me quase um milagre.

"O milagre és tu. Que te transformaste ao ponto de viveres estes momentos de felicidade sózinha. Estás a desfrutar como se fosses uma turista."

E curiosamente nessa manhã no comboio, umas senhoras inglesas tinhas falado comigo como se eu fosse turista também. E pensei que realmente não precisava de sair do país para me sentir uma turista.

"Ser turista é uma atitude e podes sentir-te como se estivesses fora do país, sem ter que viajar."

E nesse mesmo dia, ao regressar a casa, assim que saí na estação de Algés vi uma grande movimentação de pessoas e ouvi música no recinto do Optimus Alive. Não sabia que já estavam a fazer concertos e resolvi ir ver o que era. Vi cartazes que anunciavam o Brazilian Day e deixei-me ir nas filas para entrar, à espera de perceber quanto se pagaria de entrada, até que dei por mim à frente de uns vinte ou trinta polícias que estavam a revistar toda a gente antes de entrar. Uma mulher polícia perguntou-me o que levava eu dentro da mochila. Expliquei que com certeza levava tudo o que não se podia levar para um local daqueles, porque estava a chegar da praia e só vinha espreitar. Entretanto já ela tinha aberto a mochila e ia pegando nas coisas a dizer que não podia levar...nem as garrafas de água, nem a tupperware...o que levava eu dentro da tupperware?...ananás, respondi. Não pode levar. Sente ali e coma, para puder entrar. Nem pensar, disse eu. Não me ia sentar ali a comer, até porque nem me apetecia. Mais depressa me ia embora. Então ela fechou a mochila e disse-me para entrar e aproveitar porque era grátis. E lá fui.

Assim que entrei senti-me contagiada porque aquele ambiente de festa e aquela música brasileira tocada e cantada e dançada pelos artistas em cima e fora do palco. Diverti-me a observar a forma como todos se divertiam. Pensei em como tenho tanto a aprender com eles. Aquela leveza e facilidade na diversão. Em Roma sê romano, e no Brasil sê brasileiro. Cantei, dancei, comi salgadinho e bebi uma geladinha. Estava no meio de milhares de brasileiros e senti-me no Brasil. E ouvi -O: "Eu não te disse que te ias sentir como se estivesses noutro país, sem ter de viajar?"

Naquele momento eu estava a dançar e as lágrimas começaram a cair-me. Não parei de dançar mas também não parei de chorar. Não me tinha dado conta de que realmente o que estava acontecer era precisamente o que Jesus me tinha dito. Tinha-me parecido tudo tão por acaso...sabendo eu tão bem que o acaso não existe. Ou melhor, que o acaso é Ele. E vim embora completamente estoirada, depois de um dia de banhos de sol e de mar.e de uma festa brasileira. A minha máxima ambição era um duche e um bom sono.

Pensei até que no dia seguinte não ia conseguir sair de casa, mas mais uma vez a minha alma me surpreendeu levando-me de novo para Carcavelos. Pensei que por ser Domingo e o dia seguinte à festa do surf durante a noite, a praia estivesse pesada e com muita gente. Mas surpresa das surpresa, não estava. Parecia impossível que logo de manhã já estivesse tudo arrumado como se nada se tivesse passado lá. E pouca gente, muito menos que de véspera.

Mais um dia de sol e mar. Mais um dia com Ele e comigo. Que o mesmo é dizer, com a minha alma.

E esta fotografia é a imagem de aurora boreal que me tinha surgido na véspera da meditação do casamento. Mais estranho é que me surgiu logo depois de uma indicação de Jesus para me vestir  com as cores da aurora, e para me manter nessa energia, que era a do início de um novo dia. Achei curioso que em vez de me surgirem as imagens com as cores esverdeadas e azuladas proprias da aurora boreal, me surgisse esta, e até a publiquei na minha página do Fb, por me parecer véus de noiva.

Há pouco fui procurar esta imagem no Google e não apareceu. Só as coloridas. Tive que a ir recuperar à minha página.

E no dia da meditação, por mero acaso, eu estava vestida de branco, que não costumo vestir. O tal acaso que não existe.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

"ESTÁS A FAZER O QUE TE APAIXONA NESTE EXACTO MOMENTO?"

Outro vídeo extraordinário!!! (com legendas em espanhol).

"...
Estás a fazer o que te apaixona neste exacto momento?
Não?
Então começa!
O teu relógio está a andar e a tua vida tem pressa.
Descobre o teu propósito na vida e põe-no em prática agora mesmo!"





sábado, 4 de maio de 2013

OBRIGADA PELAS 40.000 VISUALIZAÇÕES



Vim aqui ao blog copiar esta frase do texto "O DIA EM QUE FUI APRESENTADA A MIM PRÓPRIA", para colocar nesta fotografia que tirei há dias a uma montra de uma exposição de móveis aqui em Rebordosa, e reparei que tenho 40.000 visualizações. Fiquei feliz e principalmente muito agradecida a todos os que lêm este blog. Só escrevo quando consigo escrever como se ninguém fosse ler e por isso sempre que  constato que é lido fico feliz.  MUITO OBRIGADA! 

Um abraço com o meu amor.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

AS BOAS NOTÍCIAS SÃO OFICIAIS!

Sim, as boas notícias são oficiais. Hoje o Zé Miguel teve a consulta que confirmou "oficialmente" o resultado dos exames, e o que tem é apenas uma infecção causada por um vírus. Respiramos de alívio. Para já só vai ter que tomar antibiótico.

Ir ao IPO é sempre um acontecimento. Que começa logo no parque de estacionamento e nos questionamos como é possível estar tanta gente cancerosa, quando vemos os milhares de carros estacionados.

No corredor a psicóloga de pediatria veio ao nosso encontro para falar como Zé Miguel,  e ao cumprimentá-la perguntei-lhe como estava a filha. O segundo que ela demorou a responder fez-me logo perceber que ela estava à procura das palavras para me dizer que a filha tinha morrido. As lágrimas começaram a cair-me e pedi desculpa. Não consegui parar de chorar. O Zé afastou-se um bocadinho enquanto a doutora me consolava e me dizia que estava tudo bem. Que tinha tido outro filho, e que embora não compensasse, nem substituísse, estava tudo bem. Mas eu não conseguia parar de chorar. Só conseguia pedir desculpa. Até queria parar de pedir desculpa mas não conseguia. Tinha sentido que era uma violência tão grande levar alguem a ter que responder que a filha tinha morrido, que não conseguia parar.

A doutora estava no final da gravidez quando o Zé iniciou o tratamento no IPO e passado pouco tempo entrou em licença de parto. Um dos grandes choques que tive nesse ano, foi quando um dia soube que ia dar entrada no quarto ao lado do Zé uma bebé de três meses e que era a filha da Dra. Susana.

Entretanto, já depois do tratamento do Zé ter terminado, chegamos a encontrar-nos na sala de espera do hospital de dia, quando o Zé ia às consultas de rotina e ela também ia com a bebé.

Sempre foi um dos meus grandes medos ali. Perguntar a uma mãe ou a um pai pelo filho e ouvir esta resposta. Sempre tive dúvidas se devia ou não perguntar. Mas não é uma situação de que se possa fugir. Já me aconteceu encontrar lá pais de meninos que eu já sabia que tinham partido, mas ir ao encontro deles para os abraçar quando já sabemos, é diferente.

Tivemos tempo de ir visitar o piso 12, o de internamento pediátrico, onde o Zé gosta de ir visitar as enfermeiras que o trataram e as professoras que estão lá no acompanhamento dos meninos. Mostram-se sempre espantadas com o bom aspecto dele. E quando falam de outros meninos que estiveram lá ao mesmo tempo que o Zé, sinto sempre um conforto por perceber que estão vivos.

O confronto com a morte não podia ser mais real. Por mais coisas que saibamos sobre a vida e a morte. Por mais que acreditemos que a morte não é o fim e que a vida continua, sabemos sempre que esta separação ainda envolve dor. E muita.

Não só a morte. O próprio tratamento é mais do que doloroso. Reparei numa jovem muito alta, que vinha a arrastar o suporte do soro, ajudada pela mãe. Reflectia um grande sofrimento físico. Digo uma jovem, mas comentando depois com o meu filho ele disse que tinha reparado e achava que era um rapaz.  Sem cabelo, neste caso não se percebia muito bem.

Mas foi a única pessoa que vi nos dois corredores daquele piso. Tanto eu como o meu filhos estranhamos. Na última vez que tínhamos lá estado não tinham vagas para todos os meninos que estavam em espera para entrar. Responderam que agora não, pelo contrário estão sub lotados. Perguntei a que é que se devia, que seria muito bom se fosse por haver menor incidência da doença, mas parece que é por cada vez recorrerem mais a tratamentos privados, sobretudo as pessoas que têm seguros.Penso que também será por recorrerem a tratamentos alternativos.

Enquanto lá estivemos o Zé não fez qualquer comentário sobre o acontecimento com a Dra. Susana e quando estavamso a almoçar comentou: "Hoje aprendi uma lição. Nunca perguntar sobre o filho de ninguem."  Ficou mais chocado porque  nas últimas semanas tem falado com a Dra. Susana e não suspeitava do que se passava com ela.

O mesmo tipo de choque já tinhamos tido quando soubemos que a sua médica, a Dra. Ana, estava de baixa porque tinha um cancro. Vê-la com o cabelo curtinho foi chocante.

E percebemos que somos todos iguais. E que ninguém está imune às voltas da vida, que está sempre a tentar falar connosco.