quarta-feira, 27 de junho de 2012

O MAIS BONITO QUE JÁ VI

Assim que o abri achei-o o mais bonito que já vi. Foi a Lurdes que me falou nele a propósito de ter sido publicado pelo Zé Jorge. Pedi-lhe autorização para a partilha, com a Lurdes a servir de intermediária. Levava as minhas perguntas e trazia as respostas dele. Adoro os dois. E agradeço-lhes por este vídeo, que foi paixão à primeira vista.

SHOWTIME - POEM from Matthias Zentner on Vimeo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

CATARATAS NO MAR

De repente, no mar de luz abre-se uma catarata. Como assim??? Uma catarata no meio do mar?? Isso não existe!...Com a surpresa veio também a sensação de pânico. O meu barco de luz aproximava-se rápidamente do início da queda de água. Não estou a perceber nada...isto não era suposto...e isto vai ser o meu fim nesta prova...

"Para que queres as asas que te demos?"

Ah, sim...as asas...e quando já estava prestes a ser engolida na queda de água gigante bati as asas...voei e o barco foi parar lá em baixo, intacto. "Aterrei" dentro do barco. E voltei a um mar calmo.



Fiquei a perceber melhor o que já sabia. Que em momentos de pânico não nos lembramos dos recursos que temos para enfrentar o desafio que nos está a assustar. Não temos lucidez, não temos discernimento. Tudo assume proporções gigantescas e parece-nos que não vai haver solução. Que vai ser o fim.

Quantas vezes, em momentos que para mim eram muito difíceis, precisei de ajuda para sentir e ver a situação como ela era e não com o meu filtro que me fazia ver tudo negro.

Ainda há pouco estava a meditar e a sentir que mesmo no meio do caos podemos sempre escolher sentirmo-nos gratos por toda a ajuda que nos é enviada para lidar com esse caos. E que há sempre um motivo superior para estar a acontecer o que está acontecer. E que o que está acontecer é sempre o melhor para nós. Nós é que normalmente não temos acesso às outras hipóteses possíveis. Se não, estaríamos gratos por ser esta e não outra. E que quando sentimos gratidão já estamos a conectar. E que quando estamos a conectar já estamos rodeados de ajuda. Mesmo que não a estejamos a ver nem a sentir.

E 30 minutos depois de ter pensado isto e me ter sentido em gratidão, ao fim de um dia especialmente difícil, recebi uma prendinha. Como sempre, absolutamente inesperada.

De facto, ninguém cuida de nós como a Vida cuida quando nos entregamos.

Há dias, estava a conduzir, e de repente lembrei-me dos anos em que esperava tão ansiosamente que alguem cuidasse de mim. Desejei tantas vezes ser internada ou ir para um convento onde cuidassem de mim. Só para que cuidassem de mim, de tanta exaustão.

A mesma exaustão que me levou ao limite e me fez virar no contrário.

E afinal, quem melhor cuida de nós é a Vida. Afinal, é tão simples. Surpreendentemente simples.

sábado, 23 de junho de 2012

JOÃO BARBOSA, O MEU CAMPEÃO

O meu filho encontrou hoje como por artes mágicas um CD de que eu não sabia há muito tempo. Um best off do Café del Mar e que me foi oferecido pelo meu afilhado João. E tem uma história engraçada.

Num ano em que o João fazia muitas corridas em Inglaterra, comprou este CD em Londres, e quando chegou cá a casa, a Portugal, a mulher, Mariana, tinha comprado um igual. Chegaram à conclusão que o tinham comprado no mesmo dia e nenhum deles sabia da intenção do outro de o comprar. Como ficaram com dois ofereceram-me um. E todos tinhamos a mesma faixa preferida. Que é esta que partilho:



Ao voltar a ouvir esta música senti umas saudades imensas deles. Imensas. Do João, da Mariana e dos meninos. Na altura ia jantar a casa deles com muita frequência, quase todas as semanas e agora, desde que foram viver para os EUA vi-os uma vez neste último ano.

E quando pensei em partilhar aqui a música, lembrei-me que um dos primeiros textos deste blogue é sobre o João, e embora no FB passe a vida a partilhar as notícias sobre ele, aqui não tenho dito nada. E ainda há pouco venceu uma das principais corridas dos EUA.















É lindo, o meu campeão.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O AMOR É MÁGICO

Tudo vale a pena.

Enfrentar os desafios. Ir mais fundo do que o chão. Ir ao Inferno. E voltar.
Na volta podemos ter o Céu. Assim é a vida. De altos e baixos. De degredos e paraísos.

Ontem a vida ofereceu-me um pouco de paraíso. Com que eu não podia contar. De que eu tinha desistido. E antes de ontem tinha pensado durante todo o dia sobre o que é a desistência, e sobre como eu não posso querer nem desejar nada, porque basta eu querer ou desejar que já não acontece mais, por mais insignificante que seja o desejo ou a vontade. E enquanto pensava sobre isso ouvi constantemente "Tu não podes nada", "Tu não podes nada", "Tu não podes nada", para que eu não tivesse dúvidas de que o poder muda de mãos. A vida há muito que me puxou a corda para eu perceber que afinal eu nunca tive poder nenhum. E não tenho. E não posso nada. A vida é quem pode tudo. E pode tanto que me ofereceu o que eu nunca pensei que me pudesse ser oferecido. Que fez com que acontecesse o que eu nunca pensei que ainda pudesse acontecer. E estou feliz. Muito feliz. I´M REALLY, REALLY, HAPPY!


E mais impressionante: no minuto anterior a começar a escrever este texto abri a newsletter desta semana com mensagem do Livro da Luz:


APROVEITA

Já reparaste que às vezes tens coisas na tua vida que te enchem
de alegria? Situações inesperadas e felizes, ou a concretização de
assuntos pela qual esperaste tanto tempo? Já notaste que às vezes,
nem que seja por breves momentos, és extremamente feliz?




Esta mensagem fala de guardarmos essa felicidade e alegria para nós, mas tenho "autorização" para partilhar, porque neste blogue o propósito é não guardar só para mim.


E como esta música estava a dar há pouco no rádio, é esta que me apetece mesmo partilhar:



E afinal este desafio da prova mais dura do mundo em que "embarquei" tem momentos em que o mar é o céu. E em que pareço que vou explodir.

terça-feira, 19 de junho de 2012

À PROVA DE AMIZADE

"O que fizeste naquele dia foi o equivalente a subires ao mastro do barco."

Ainda não tinha ouvido um comentário sobre este acontecimento recente. Algo que fiz porque senti que era para fazer. Que resisti imenso a fazer porque temia que acontecesse o que aconteceu.

"Fizeste de coração aberto, mesmo sabendo que te podiam voltar a espetar uma faca no coração."

Compreendo a comparação. Porque foi um desafio bastante difícil para mim. Mas quando hoje me foi mostrado que era equivalente a ter subido o mastro, fiquei muito emocionada. Porque em termos reais não sei se conseguiria alguma vez na vida subir ao mastro. Mas a nível emocional, o desafio teve a mesma dificuldade para mim.

E como desafio foi sobre uma relação de amizade, Jesus pegou na expressão que costumo usar com a Lena e o Rui, de que a nossa casa é à prova de amizade, porque só sobe quatro andares a pé quem é mesmo amigo, para me dizer que eu também sou à prova de amizades, porque não é fácil assumir amizade ou relacionamentos com uma pessoa como eu. Que não é fácil assumir uma pessoa que se assume. Uma pessoa que se expõe sobre temas e assuntos delicados. E mostrou-me que eu não só o assumi em termos práticos, mudando toda a minha vida, como conto publicamente neste blogue, aquilo em que acredito e aquilo que faço. Que não é fácil assumir uma pessoa que não corresponde aos padrões. Até fisicamente.

"Só uma pessoa que veja muito mais para além do que é visível é que tu vais querer ter ao lado. Uma pessoa que te veja por dentro. E que tenha a mesma coragem de te assumir que tu tens em assumir quem és. E para isso precisas de ser uma pessoa com este grau de dificuldade. Faz parte da elevação da fasquia."

"Compreendes agora que não tinhas ninguém para fazer esta viagem contigo no barco. Ninguém que estivesse nesta fase em que tu estás. Uns já fizeram outros ainda farão. Mas não terias ninguém nem que tu quisesses levar contigo nem que quisesse ir contigo. Porque estes desafios são para ti, agora. Especificamente e exclusivamente, para ti.

Curioso, como aquilo que temos tendência a ver como uma limitação, pode ser a nossa protecção.

Como as escadas para nossa casa. É como se nos protegesse. E perguntou-me "Quem foi que te visitou lá?"

E fiquei muito, muito emocionada por Jesus se estar a referir a uma pessoa em especial. Como se agora tivesse mais noção da sua amizade. E disse-me para pensar nas pessoas que me tinham visitado, ainda na anterior casa. "Se não fossem mesmo tuas amigas, não tinham vindo. Não é que não tenham vindo muitas que são mesmo tuas amigas, mas há motivo para terem vindo as que vieram."

E senti uma enorme gratidão pelos amigos que tenho. Os que o são assumidamente.

Senti-me a ser novamente levada para a viagem do barco de luz, e agora que já passei pela primeira tempestade e subida ao mastro, vi-me num mar calmo e cheio de sol. E Jesus estava ao meu lado, dentro do barco. E foi como se naquele momento tivesse ficado sem voz, tamanha a emoção de navegar com Ele.

domingo, 17 de junho de 2012

OUTRA VEZ COMBOIOS

Eu, a Lena e o Jorge íamos de pé. A Lena levava a Mimi ao colo. E eu as minhas mochilas, que pousei no chão. Normalmente há lugares sentados mas com as férias escolares os miúdos vão para a praia e enchem os comboios Oeiras-Lisboa. Um ia a tocar guitarra, e como eu comentei, é bom ir no comboio a ouvir música ao vivo.

A Lena saiu em Algés, ia para nossa casa, mas eu e o Jorge continuamos para Lisboa, para apanhar o comboio para o Porto. O Jorge, a gozar, recomendou-me que tivesse cuidado com o som, para não repetir a cena daquela vez que ia com phones mal ligados ao pc e o volume ia no máximo com toda a carruagem a ouvir. Ri-me e respondi que para além de agora fazer menos viagens, não tenho tido histórias para contar, mais por falta de paciência para estar atenta do que por outra coisa. Refugio-me sempre nas minhas músicas.

Nas portagens (chamemos-lhes assim) da estação do comboio, em que temos que passar o bilhete para as portas se abrirem e sairmos, o meu não passava. Apitava e dava sinal vermelho. Um senhor (chamemos-lhe também assim, mas ele era mais ou menos da minha idade) nem me deu tempo de reflectir sobre o que se estaria a passar. Ofereceu-se logo para me levar com ele. Ou seja se eu me colasse a ele, passavamos os dois juntos. Estranho. Que é que deu ao homem? Mas está bem. Tenho pressa e como não estou a infringir porque tenho o bilhete pago, aceito. Só que o passe dele também não funcionou. Deu sinal vermelho. Passamos rapidamente para a porta da esquerda. Voltei a tentar com o meu bilhete e nada. Ele com o passe dele e nada. Passamos para outra porta mais à esquerda. A mesma coisa. Apre. O Jorge já do outro lado a olhar para nós e a rir-se. Eu já a começar a estranhar muito, porque entretanto tinha que ir muito juntinha ao senhor para tentarmos passar ao mesmo tempo. À quarta vez lá passamos e o homem foi à vida dele, a correr. Vi as costas da t-shirt dele: Rolling Stones. Muito bem.

Despeço-me do Jorge e entro no metro. Reparo num grupo de três raparigas que lá vão. E penso em como a necessidade de sentirem aceites as levas a imitarem-se umas às outras. E penso que isso chega ao ponto de imitarem a voz e forma de falar. Porque uma tinha uma voz muito aguda. E outra falava com uma voz igual. E eu a pensar como é que conseguia imitar a voz daquela maneira, que devia ser um esforço e contrôle constantes. Que até o cabelo era igual, a mesma franja.

Levantamo-nos todas para sair na mesma paragem e é então que finalmente vejo o óbvio! São gémeas. São iguaizinhas porque são gémeas. Têm a mesma voz porque são gémeas!...Iam à minha frente a subir a escada rolante e eu não conseguia evitar sorrir...porque era tão óbvio e evidente que eram gémeas e eu tinha gasto tanto tempo a tecer considerações sobre a rejeição e necessidade de se sentirem integradas nos grupos...

Já no comboio para o Porto sento-me no lugar errado e o dono dele quando chegas diz que não se importa nada de se sentar noutro lugar. Eu peço mil desculpas, que não senhora, que vou para o meu lugar, que é no banco da frente. Atrás de mim, ele não pára de falar ao telefone. Eu ponho os meus phones, porque definitivamente não tenho paciência para as conversas, mas ainda oiço uma rapariga lá à frente a falar com alguém também ao telemóvel, a dizer que tem chamadas grátis e e e pedir-lhe para ficar a falar com ela durante a viagem porque senão é uma seca. Cruzes, credo. Deitar conversa fora, como dizem os brasileiros, durante uma viagem inteira... Enquanto pensava na dificuldade das pessoas ficarem com elas próprias, ao mesmo tempo pensava na minha alegria em poder pôr os phones e viajar para dentro de mim. Dois em um. Viajei para o meu centro e para o Porto.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

OS DELFINS E A CÔR AZUL



Hoje ouvi esta música, que adoro, na companhia de amigos, que adoro, num veleiro, que adoro, em Belém, que adoro.

Os Delfins sempre foram o meu grupo português preferido e tenho todos os CD's deles. Na semana em que deram o último concerto da banda foram tocar a Rebordosa, a poucos metros de minha casa e um amigo apresentou-me o Miguel Ângelo. Achei curioso este encontro porque já o tinha conhecido e falado com ele no Estoril, quando já eu vivia em Oeiras e levava o meu filho a uma escola de surf ao lado da casa dele.

Ouvir hoje esta música, que não ouvia há muito, de cor azul, teve um sabor especial, muito pela companhia, mais do que especial.


(PS: São agora 4h da manhã. Publiquei este texto à 01:30h e sem saber porquê senti que tinha que vir ver o vídeo até ao fim e com atenção. - Inicialmente tinha escolhido um vídeo dum concerto deles "De Corpo e Alma" no CCB. Depois senti que não, que era outro. Procurei então o vídeo oficial, e encontrei este. Publiquei-o depois de ver apenas os primeiros segundos. - Nunca o tinha visto, que me lembre, porque a música já é de 1996. Agora percebi porque é que tinha de o ver até ao fim e estou bastante emocionada com as imagens estampadas nas duas t-shirts do Miguel Ângelo ....que dão ainda mais sentido à letra:

A Côr Azul

Reflecte toda a nossa vida
Aumenta o maior dos sonhos
A procura de um futuro
Que não vem nos jornais
E assim da uma nova vida
A um gato que ja gastou sete
Ninguém vê a luz do tunel
Sem olhar a côr do mar

Azul!A côr azul
O céu do mundo
Uma luz para nos salvar
Não importa sol ou sombra
Não importa o preto e branco
Que os meus sonhos são as cores
Todas juntas numa só

Oh,azul
A côr azul
Vai-nos salvar
Vai-nos guiar, iluminar
Quero ver o teu olhar azul
A brilhar no meu caminho
Quero ver o teu sorriso azul
Quero ser o teu golfinho

Quando empatizamos com alguém não é por acaso. Quando encontramos alguém, também não é por acaso. Qualquer dia ganho coragem e publico as minhas fotos com o Moby e o Miguel Ângelo.)

domingo, 10 de junho de 2012

A PARTIDA, DELES E MINHA, PARA A NOVA ETAPA

A partida da corrida estava marcada para as 13h e pelo meio da manhã fui andando para o recinto.

Ia com um aperto no peito. Como se também eu estivesse de partida. Tudo o que tenho sentido relacionado com esta corrida tem sido bastante intenso.

Ao entrar vi muito movimento, muita gente e perguntei-me se teria ido tarde demais, que às tantas não ia conseguir um bom lugar para assistir à partida.

"Não te preocupes, tu és VIP!" O Céu tem um sentido de humor que me transcende, como transcendente é tudo que é Luz.

"Esqueces-te que também és comandante de um barco. Por isso o teu lugar aqui está guardado."

Já estava a ver as comitivas dos países das equipas, árabes vestidos a rigor, dragões chineses...e ia começar a fotografar a eito, quando vi que não tinha trazido o cartão da máquina. Pensei logo em ir a casa buscá-lo.

"Não vais nada. Não é para fotografares, é para te manteres centrada e conectada."

Realmente, no último minuto antes de sair de casa, tive a intuição de ir buscar um chapéu, o iPod e os phones. Senti claramente que era uma chamada de atenção do Céu, porque inicialmente tinha pensado que não era preciso. Mas do cartão ninguém me lembrou...Realmente, com tanto atractivo eu iria perder-me nas fotos e não iria concentrar-me no que mais tinha fazer: sentir e conectar.

Cheguei mesmo a tempo de ver os veleiros largarem da marina, antes das últimas provas...e as lágrimas começaram a cair-me. Vi logo que ia continuar nesta triste figura até ao fim.

Fui para outro ângulo do recinto para acompanhar as provas dos barcos no rio antes da partida, mas já estavam tantas centenas de pessoas junto ao muro que dá para o rio que não estava a imaginar como é que iria ter um bom lugar. Parecia impossível. O que me vale é que já sei que não há impossíveis quando as coisas têm que acontecer. Espreitei por entre as pessoas e vi que na primeira linha, ou seja, no muro onde as pessoas se sentam, estava um lugar vago. Provavelmente haveria uma boa razão para ninguem se sentar lá. Com certeza estava reservado. Mas tive a sensação de que aquele lugar era para mim. Atrevi-me a passar por entre as pessoas até me aproximar do senhor que estava sentado ao lado do lugar vazio e perguntar-lhe se me podia sentar. Ele respondeu que sim. E espantosamente lá fiquei eu sentada na primeira linha, de frente para o rio, a ver os barcos a fazer as provas mesmo ali à minha frente. De onde via bem o bugio que Jesus tantas vezes me mostrou como ponto de partida para o desconhecido. Os phones foram mais úteis do que podia imaginar. A música ajudou-me a conectar e alhear-me do grupo de espanhóis à minha volta que estavam a apoiar a equipa da Telefónica e que falavam sem parar.

Foram mais de duas horas com os barcos em prova, à minha frente. A maior parte do tempo estive de olhos fechados, e a chorar. Via-me no meu lindo barco branco de luz, a acompanhá-los. Uma emoção brutal. Eles sabem que vão para Lorient. Eu não sei para onde vou. A minha viagem há-de ser outra, é de nível espiritual e energético, apenas, penso eu. Mas curiosamente vão passar nos Açores, e há dois dias atrás estive com um rapaz de lá que me falou no preço das viagens a propósito da minha vontade de lá ir. E assim que me despedi dele tive que ir ao multibanco, e no ecrã da máquina apareceu uma promoção de viagem para os Açores.

Houve um momento em que Jesus me disse que eu tinha que ir o mais leve possível, o barco exigia leveza, e era energética, emocional. Que eu tinha que libertar os ressentimentos. E nesse momento senti que o entusiasmo pela nova etapa me estava a ajudar a libertar alguma energia pesada e densa de acontecimentos recentes.

Logo depois senti Jesus pegar-me ao colo, dar-me um beijo no rosto e dizer-me que eu nunca tinha estado tão leve...e eu senti uma felicidade muito maior do que eu...

Aa emoções que estava a viver eram de uma intensidade incrível. Estava a sentir mais entusiasmo do que medo. A presença da energia de Jesus tornou tudo mágico..

Neste vídeo publicado na página da Volvo Ocean Race sobre a partida de Lisboa, vê-se bem a imagem do Cristo Rei, da Torre de Belém e do Bugio, e mostra bem o que lá se passou hoje. As imagens são absolutamente extraordinárias. A magia da ligação de Lisboa com os barcos. E a minha alegria de ter assistido a tudo, ao vivo, e a viver a minha própria preparação para partida num veleiro de luz branca, de formato igual ao deles, é indescritível.



Finalmente, Jesus, na dimensão de luz, onde nos encontravamos, por cima do rio, perguntou-me: "Estás pronta?"

Eu conscientemente abri mais o canal para deixar mais luz entrar, disse-lhe que me entregava, e fiz um gesto de rendição, inclinando-me para a frente.

Nesse momento, nas costas do meu corpo de luz começaram a crescer umas grandes asas. Enormes.

"Isto é para te mostrar que a ajuda do Céu é proporcional à entrega e à rendição. Quanto mais te inclinas para a frente, quanto mais te rendes, maiores são as asas. Se o desafio é grande, a ajuda também é. E além da nossa ajuda estas asas vão ajudar-te a voar sempre que precisares de o fazer."

Chorei. Chorei. Chorei. Os espanhóis deviam estar admirados com o que é que eu estava ali a fazer. Senti que com as asas poderia sobrevoar as ondas de tempestade, quando ela viesse.

Há muito tempo que estava com os olhos fechados e phones nos ouvidos, não sabia que horas eram, não estava a ver e a ouvir o que se estava a passar à minha volta, mas neste momento ouvi as palmas da multidão que lá estava e percebi que em simultâneo também tinha sido dada a partida dos veleiros.

Os veleiros que eu vi chegar quase à meia noite de 31 de Maio e acompanhei até hoje. Fotografei-os ao longo destes dias, durante os quais foram reparados e participaram em provas e regatas. A foto em que eles estão no rio foi tirada de minha casa. Fiz muitas filmagens também, mas requerem edição, assim como as muitas fotos que tirei em todos os eventos. Sempre com a Pink, a máquina que a Lurdes Jóia me ofereceu por indicação de Jesus. Ele bem sabia a importância dessa máquina na minha vida.

Mas o último texto do blog da Lena e do Rui também tem fotos tiradas por eles: http://www.marvelaesonhos.blogspot.pt/

A propósito, também não há-de ser por acaso (que sei que não é) que agora vivo com eles, que são um casal de velejadores. Curioso também é que no dia em o Céu me mostrou o meu barco de luz, eles me tinham convidado para velejar com eles, e eu preferi ficar em casa e ver as regatas da janela. Ainda bem, porque apanharam ondas que me teriam arrasado. Por outro lado, não quis ir para um veleiro a sério, mas tive um em luz. Da aventura não me livro.

Com este texto e estas fotos, deixo a minha a homenagem a estes heróis da corrida mais dura do mundo, que sem o saberem, marcaram a minha vida e assinalam o começo de uma nova etapa.

SO LONG AND GOOD LUCK!

















CONCERTO A SÓS

Mal acabei de escrever o último texto lá fui eu para o concerto na Race Village, com a Carminho, The Black Mamba


(que eu não conhecia e me surpreendeu muito agradavelmente)


e Lucia Moniz, Paulo Gonzo, Boss AC e Rui Veloso.

Foi uma nova experiência porque fui absolutamente sozinha.

Mais uma grande lição de despojamento. Não precisei de transporte, foi só descer a rua, e não precisei de dinheiro, o concerto foi gratuito. Não precisei de nada e tive tanto. Ouvi músicas que adoro, como "Anjo triste" e "Sei-te de cor", do Paulo Gonzo, que me trouxe um momento de conexão.

Ouvir o Rui Veloso em Lisboa é sempre extraordinário, e é a segunda vez que ele canta perto de minha casa. Há dois anos assisti a um concerto dele em Oeiras e deliro ao ver toda a gente a cantar as músicas. Fico sempre com a sensação de que ele cada vez canta e toca melhor.


(Fiz estas filmagens, mas ou havia de cantar e dançar, ou havia de gravar, e lamentavelmente não pude usar o som original porque ficou péssimo na gravação)

Cantei, dancei, chorei de emoção, e ri. Sozinha e tão acompanhada. A cada vez que faço isto sinto-me mais inteira. Mais eu. Mais fortalecida. Mais destemida. Mais feliz.

Amanhã para lá vou outra vez, todo o dia. É o último e o da partida da regata, para Lorient, França.

Li agora uma notícia no Correio da Manhã, que transcrevo, e cujo título é "Lavar a alma no Tejo"...
Sai hoje de Lisboa (rumo ao porto francês de Lorient) a Volvo Ocean Race, uma das mais importantes provas mundiais de vela, cuja audiência televisiva global espera-se que ultrapasse os 2,6 mil milhões (!).
Para além de uma prova desportiva que cruza os oceanos, trata-se pois, também, de um fenómeno televisivo com um alcance muito para além daquilo que podíamos supor. Ontem, ao princípio da tarde, e transmitida pela RTP 2 e Sport TV2, decorreu a chamada ‘regata de porto’, ao longo do Tejo, e o mínimo que se pode dizer é que dificilmente Lisboa e o Tejo já terão sido vistos tão espetacularmente como o foram ontem, com imagens inolvidáveis exportadas para o mundo inteiro. Imagens que valem ouro, num momento em que a imagem de Portugal não vive os melhores momentos. A quem tenha dúvidas, sugere-se que acompanhe hoje a transmissão, pelos mesmos canais, da partida de Lisboa, com uma nova surtida pelo Tejo dentro. Trata-se, garantidamente, de um espetáculo inolvidável e um bom programa para o Dia de Portugal. Daqueles que nos lava a alma."

sábado, 9 de junho de 2012

A PROVA MAIS DURA



Estava quase a adormecer quando fui puxada para cima. Para um cais de luz. Estavam seres de luz como que a preparar um barco, a enrolar as cordas e a tratar das velas. Era tudo em luz branca. O barco era igual aos veleiros da Volvo Ocean Race, mas branco. Só estava esse barco. Comecei a pensar se não era um sonho sugestionado pelo facto de todos os dias visitar a Race Village, que vejo da janela de minha casa, que dista só cerca de 400 metros (http://volvooceanracelisbon.com/index.php?option=com_content&view=article&id=28).

Mas se fosse um sonho eu não estaria a pensar que era um sonho. E Jesus disse-me : "Não, não é um sonho. Este barco é para ti."

Fiquei a olhar, estupefacta, sem perceber o que isso queria dizer.

Mantive-me assim muito tempo, a observar o que pareciam ser preparativos à volta do barco.

Para que é?

"Para iniciares uma nova aventura. Vais enfrentar um novo desafio. Este é um barco equivalente aos que viste lá em baico porque simboliza o total despojamento. Como sabes estes barcos são ultraleves e não transportam quase nada. Nos últimos anos também te foste despojando de quase tudo e neste momento não tens quase nada. Percebeste isso quando te mudaste para esta nova casa. De teu não trazias quase nada. O propósito é este. Não teres nada, para partires sem nada. Porque não podes levar nada neste barco, a não ser a tua fé e coragem."

Dei-me conta que partir num barco destes significa partir para um desafio violento. Porque a corrida da Volvo Ocean Race é considerada a prova mais dura no mundo.



Fiquei petrificada e desatei num choro angustiado. Práticamente em pânico. E dei por mim a pedir a Jesus que tivesse piedade de mim. Quando me apercebi do que estava a dizer, pedi desculpa.

Hoje de manhã, quando estava contar isto à Lena enquanto nos arranjavamso- e a propósito, a companhia da Lena e do Rui em casa está a ser das melhores coisas que em aconteceram na vida, e sinto-me super mimada, divertida e acompanhada - ela respondeu : "Que disparate!" Sim, eu sei. E por isso pedi-Lhe desculpa imediatamente. Porque sei que ninguem me ama tanto como Ele. Ninguem tem tanta compaixão. Ninguem quer tanto o meu bem. E se me está a propôr um desafio, é porque de certeza absoluta, é o melhor para mim. Por mais difícil que seja. Por mais duro. Por mais violento. E é porque agora é a hora.

"Porque é que achas que vieste para uma casa neste lugar? Porque é que achas que estavas na primeira linha a assistir à chegada do primeiro barco? Porque é que achas que todos os dias tens ido ver os barcos? Porque achas que até no simulador das corridas, andaste?"

Não sabia. Ia porque sim. Porque gostava dos barcos. Da emoção de ser a corrida mais dura do mundo. De olhar para gente tão corajosa como é a tripulação. Gosto de tirar lá fotografias. De assistir aos concertos. Mas não podia imaginar que havia uma qualquer relação com a minha própria vida. Sempre que lá ia agradecia ao céu por estar a proporcionar dias tão interessantes. Uma corrida destas mesmo à porta de casa pareceu-me fascinante. Todo este movimento durante dez dias pareceu-me uma oportunidade deliciosa.

Ainda hoje a Lena dizia a brincar que esta corrida sempre foi em Cascais e este ano veio para Algés só porque nós viemos para aqui morar...

A verdade é que fiquei numa espécie de desassossego. Como o poeta. E ontem ao fim da tarde, fui outra vez para lá, para a Race Village, olhar de novo para os barcos e tentar perceber algum sinal.

Estava eu na minha contemplação, a apreciar o movimento fora do comum nos barcos, que estavam a receber visitas, e fui surprendida pela Tatiana, que também lá andava a fotografar.

Quando ela quis visitar o stand dos automóveis da Volvo eu pensei em não entrar porque já lá fui muitas vezes, mas resolvi ir.

Logo à entrada vi no chão um ecrã em que nunca tinha reparado. passava um vídeo de filmagens feitas a partir dos mastros dos barcos de corrida. E via-se que a filmagem era feita por um homem que estava no topo do mastro. Fiquei siderada. Muito pior do que ir no barco de corrida era ir subir ao topo do mastro ainda por cima com o barco a alta velocidade!! Ainda por cima com as vertigens que eu tenho!!! Lembrei-me logo do que Jesus já me tinha dito, que quando achasse um desafio difícil me lembrar que se pode tornar mais difícil ainda.



No momento em que me estava a lembrar disso ainda a olhar para o vídeo, a Tatiana, que nem sequer estava perto de mim, aproxima-se de repente e diz-me : "Sabes que há dias sonhei contigo? Sonhei que já não tinhas vertigens."

E eu fiquei atónita, a olhar para ela.

Parecia uma espécie de resposta. Como se lá de cima me estivessem a dizer: "Estás pronta para o desafio que achas mais difícil."

Ela não sabe que também foi através de um vídeo que ela publicou no mural dela em que dizia: "Publico isto de novo para a minha amiga Olinda" que o Céu me deu outra resposta."

Na altura Jesus tinha-me falado que a coragem necessária para descer ao mais fundo de nós, ao nosso "buraco negro", estava bem ilustrada num vídeo que a Tatiana tinha publicado. Fui procurar o vídeo no mural dela do FB, sem lhe dizer nada. E fiquei atónita quando vi que ela me tinha dedicado a publicação.



Se foi preciso coragem para mergulhar num buraco negro, fundo e desconhecido, agora será precisa coragem para outro desafio que não se vislumbra fácil.

O factor água continua presente. Agora pelo menos à superfície. Já não é a água dos peixes cegos, mas a água com ondas de muitos metros e ventos ciclónicos.

Há dias, num momento em que eu estava a chorar, Jesus disse-me: "Abre os olhos. Vê-te ao espelho. Essa é a cor da água dentro de ti." Com os olhos cheios de água, ao abrir as pálpebras tive a sensação de ter aberto umas cápsulas e ver o interior do corpo como se fosse só de água.

E agora, venha lá a água que vier, terei que enfrentar.

E que Ele me ajude.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

AZUL INDIGO

Hoje, pela primeira vez, seleccionei a "Into the Blue" do Moby, para meditar. Acedi a um plataforma nova. Jesus lançou-me um desafio. Perguntou-me se estava pronta para conhecer mais um pouco de mim. Mais? Não estava a compreender. A pergunta parecia conter uma nuance de dificuldade. O que me surpreendeu, porque acredito que já conheço a parte mais difícil de conhecer. Já visitei muitas vezes o meu buraco negro. Já desci lá abaixo muitas vezes. Também já tenho alguma noção da minha luz. Todos temos luz e trevas em nós. O nosso processo evolutivo de ampliação de consciência passa pelo conhecimento da nossa dualidade e pela escolha da frequência que queremos desenvolver.

Fiquei paralizada. Creio que de medo. Não conseguia escolher. Ir ou não. Não sabia para onde ia.

"Já tiveste coragem para ir ao pior sítio onde se pode ir. Já foste muitas vezes ao teu buraco negro. Tiveste a maior coragem que se pode ter. Poucos sabem que o têm, quanto mais lá ir."

Mesmo assim, continuava a sentir-me paralizada.

Apareceram então muitos seres de luz. Uma multidão. Quem são e porque estão aqui, perguntei.

"Vêem-te mostrar o seu apoio. São tantos quanto o número de pessoas que já tocaste."

Comecei a chorar, comovida. É a segunda vez que me mostram isso. E ganhei a confiança necessária para me decidir. Vou, como sempre fui.

Entramos numa energia de cor azul.

"Não publicaste hoje muitas fotos de cor azul? E não falaste no azul da vida? Não foi por acaso. Porque hoje é o dia de saberes que tu és azul. A tua energia é azul. Tu és Indigo."

Desatei num choro convulsivo. Há muito que não chorava assim em meditação. A comoção era muito forte.

Porque eu sempre disse que não era Indigo. Que não tinha nenhuma característica de Indigo. Que era exactamente ao contrário dos Indigo. Esta foi das maiores surpresas da minha vida.

"Tu não gostas tanto do azul por ser a cor do céu e a cor da água. Tu gostas do azul por ser a tua cor."

"Tu tens a energia Indigo, só que a usaste contra ti própria. E a energia de desafio, de confronto, de impulso e até de violência usaste contra ti mesma. Subjugaste-te a ti própria. Confrontaste-te a ti própria. Desafiaste-te a ti própria. E libertaste-te de ti própria. Alcançaste uma rara liberdade interior. A coragem dos Indigo, desenvolveste-a para chegar aqui. Onde afinal é mais difícil de chegar. Tiveste a coragem de te conhecer. De ir ao fundo do buraco. E subiste tão alto quanto ousaste ir ao fundo."

E porque é que só hoje soube disto? Porque é que nunca desconfiei, sequer?

"Porque hoje era o dia de o saberes."

"Nos últimos dias, nas últimas semanas, nos últimos meses tiveste a coragem de fazer o que te era mais difícil. Tens enfrentado desafios atrás de desafios. Hoje, precisamente, estás a passar por outro."

É verdade. Tenho até pensado muitas vezes, se conseguirei continuar a enfrentar desafios a este ritmo. Mas foi ao que me propus. A conhecer-me e transformar-me. E por vezes penso: "Até aqui cheguei, mas não sei se consigo mais."

É esse conhecimento de mim, e o processo que faço comigo própria que me permitem ajudar os outros a fazer o mesmo. Tive essa noção, de forma muito clara, no meu último dia de anos. Ao ajudar uma pessoa a aceder a uma das suas dores ancestrais mais profundas e bloqueadas. E quando vi o corpo dela transfigurar-se e ficar todo às manchas vermelhas em alguns segundos apenas, e eu me mantive assertiva, calma e serena, a levá-la ainda mais fundo, percebi que só o conseguia fazer porque eu própria já tinha feito isso comigo. Já sabia que se podia lá ir e voltar. Sabia como voltar. E sabia as consequência de o ter feito. Sabia que esse é o processo mais libertador que se pode fazer. E mais evolutivo também.

E não conheço nada que possa ser mais gratificante do que ajudar a fazer o que sózinhos é quase impossível de ser feito. E no momento em que estava a pensar nisso, há pouco, recebi uma sms da F., que passou por momentos absolutamente dramáticos, que viveu uma situação raríssima, que acontece uma em milhões. E que na sequência das terapias conseguiu mudar a sua vida para patamares nunca sonhados. A sms, escrita pelo marido, dava-me a notícia, do nascimento da sua bebé. Chorei de emoção e respondi. À minha sms foi ela prórpia, pela sua mão que respondeu, apesar da exautão do parto, porque me queria contar que a parteira tinha "o nome mágico" de Olinda.

Estes momentos reforçam a minha convicção que tenho o melhor trabalho que se pode ter. Não concebo nada mais gratificante. Ainda ontem estive com uma pessoa com quem só tinha estado uma vez, e que nesse primeiro encontro me tinha dito que ficava no meu abraço até ao fim da vida. E ontem na despedida disse-me que nunca mais na sua vida me iria esquecer. E eu voltei a comover-me. De felicidade.

É essa felicidade que me ajuda a continuar a fazer o meu próprio processo. Que de fácil não tem nada. Porque é tanto o que eu tenho que transformar que nunca mais acaba.

Mas com Ele, com os amigos e família que tenho, tudo é possível. E já cheguei onde nunca pensei chegar.

E por isso, me rendo, sempre. E continuo o meu caminho.

E por falar em caminho, a seguir à meditação tive outro grande momento de libertação. Bastou um acontecimento para ver finalmente o que ainda não tinha conseguido ver. Porque era hoje o dia, e não antes.

E por isso é que hoje vou realmente começar a re-escrever o meu livro.






Ah, e vi agora que tenho mais de 23.000 visualizações, e fiquei muito feliz.

Obrigada a todos os que alguma vez entraram aqui. No meu coração.