quinta-feira, 29 de março de 2012

GOLFINHOS & MEDITAÇÃO

Os meus queridos golfinhos (concretamente, três) que têm aparecido em meditação e que Jesus nos tem mostrado a mim e à Lena, com simbolismos fantásticos.



Mar ou Céu? O Céu parece Mar e o Mar parece Céu...e no horizonte, os dois fundem-se.

segunda-feira, 26 de março de 2012

ESTA, SOU EU.

Mergulhei no mar e senti aquela leveza de ter deixado na água o que mais me pesava.

Adormeci na areia e quando acordei tive a sensação de não estar fisicamente na praia. De não estar lá o corpo. Mas estava. Claro que estava. Mas não parecia. Olhei para o corpo como se precisasse de me certificar. Sentia-o como se tivesse ido comigo durante o sonho e não tivesse voltado. De tão estranhamente leve que estava. Não era estranha a leveza no peito, do espírito, da alma. O que era mesmo estranho era a leveza do próprio corpo, quase como se não o tivesse. É normal sentir isso em meditação, quando estamos fora do corpo. O que não me pareceu tão normal foi sentir isso ao acordar na praia.

Hoje já tinha estado na praia algumas horas. Já tinha apanhado muito sol. Mas não tinha mergulhado. E quando cheguei a casa resolvi lá voltar. E mergulhei. O primeiro mergulho deste ano. Foi melhor do que podia esperar.

Depois do banho de água salgada, o banho de água doce, em casa. Eram 19h e de repente lembrei-me de quando eram 19h num Verão há cerca de 27 anos atrás.

Estava no Mindelo. Como todos os anos, estava lá a passar férias. Com pais e irmão, e tios e primos, todos na mesma casa. Como fazíamos todos anos, também.

E a casa desse ano (que foi por mais um ou dois) era muito especial. Desde a lareira redonda no meio da sala, até um quarto que era uma camarata, cheio de camas para crianças. Que não chegava a ser usado porque apesar de sermos muitos, havia quartos individuais suficientes para todos.

E do meu quarto eu via o sol a pôr-se. E todos os dias, ao chegar da praia tomava o meu banho à hora em que o sol se punha. Ao som da RFM que às 19h transmitia um programa de que não me lembro o nome, mas que era só de músicas calmas que eu adorava. Então iniciei um ritual. Todos os dias àquela hora eu tomava o banho, a ver o pôr do sol e e a ouvir aquelas músicas. E era o meu momento preferido do dia.

Gostava tanto da praia, gostava ainda mais de estarmos todos juntos. Gostava de ir ao café, a seguir ao jantar, encontrar-me com os amigos. Mas por muito bom que fosse tudo isso, nada era tão bom como aquele ritual. Do banho, dos cremes, dos perfumes, do sol laranjo-avermelhado e da música.

Lembro-me de num desses dias ter olhado para o espelho e ter gostado muito de mim. E raramente isso voltou a acontecer. Até há muito poucos anos atrás.

E hoje quando me lembrei disso senti uma nostalgia e revivi o grande prazer que sentia nesses dias. E percebi porque é que na altura gostava de mim.

Porque sem o saber respeitava a minha energia. O meu ritmo. Ficava no meu centro. Tinha aquela hora só para mim. Só para estar comigo. Passava-a da maneira que gostava. Com música e paisagem que adorava. A cuidar de mim.

Da mesma forma que fiz hoje. O banho quente em casa, depois do banho de mar. A música. Os cremes. Os aromas. O tempo. Sem pressa. Esta, sou eu.

 
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sábado, 24 de março de 2012

JARDIM DE OEIRAS, PRAIA E PADDLE SURF

Dia de folga.

Um passeio pelo jardim. Na esplanada a música já fazia lembrar que à noite começava o festival dos 5 Elementos.



Os seis miúdos que aparecem neste vídeo sentaram-se na mesa ao meu lado. Acompanhei a conversa deles enquanto bebia a minha Coca-Cola.



Um deles perguntava aos outros se não lhe faria mal beber uma Frize, por causa de ter gás. Outro respondeu-lhe que não, que até era digestiva. Percebi que este devia ser de entre eles o bom aluno. Bingo. Mais à frente na conversa esse dizia que a línguas não era grande espingarda, que a Inglês e Português que era aluno de quatros. Os amigos riram-se à gargalhada e até olharam para mim, para ver se eu tinha ouvido.
Estavam a falar disso a propósito do curso de fotografia. Que era um curso altamente mas tinha que se saber muito bem Inglês. E que era preciso ter uma boa máquina fotográfica. Interessante ouvi-los a conversar de futuro enquanto comiam gelados e bebiam Frize. Deviam ter uns 11 anos. Notei que um deles era o rebelde. Tinha-o visto pouco antes a saltar de um muro de uns 4 metros de altura. Fiquei ali a ver se ele se magoava.

Continuo o passeio e paro a fotografar os patos e a filmar os galos.



Que são os que eu ouço se acordar de madrugada.


Passo por casa para vestir o fato de banho e ir à praia.



E fico a impressionada com o movimento de miúdos por aqui. É por causa das férias e do festival.



Na praia cheira a Verão e afasto-me para uma àrea menos movimentada. Deito-me ao sol quentinho e adormeço.





Acordei com a sensação de ter alguém perto mas afinal eram estes padlle surfers.



Com tanta coisa para fazer, não fiz mais nada senão passear e descansar. Acho que é a única forma (não a única, mas uma das mais importantes para mim) de recuperar das recentes e fortes emoções. Quando olhei para o Bugio lembrei-me de quando Jesus apontou para ele, um dia à noite, e me explicou como os desafios da vida se podem tornar ainda mais difíceis. Porque mais dificíl do que ser desafiada a partir para o mar desconhecido, seria ser desafiada para o fazer durante a noite. Nem eu sabia como um desses desafios estava para tão breve.

Hoje respeitei o tempo, o ritmo. Hoje retemperei. E até já estou a escrever.

domingo, 11 de março de 2012

FEBRE E MIKE OLDFIELD

Só queria que hoje cuidassem de mim. Estou doente e sempre que fico doente estou sozinha. A minha mãe ao telefone lamentava que eu estivesse longe e sozinha. Respondi que não adiantava nada estar perto, que só tenho que ficar deitada. Mas quando desliguei fiquei a pensar em como gostava que alguém me cuidasse. Sempre cuidei dos outros, do meu filho, da minha mãe, do meu pai, mas realmente não me lembro que alguém cuidasse de mim. Acho que não tem calhado. E se não tem calhado é porque é para ser assim. É a vida a amassar-me mais um bocadinho. Até foi por isso que adoeci. A vida tem-me amassado tanto nos últimos dias que apesar de compreender a necessidade de ser assim, adoeci. Cada vez que chego a este ponto, é como se uma parte de mim morresse. Para dar lugar a outra que nasce. Morrer estando viva, não é fácil. Mas é assim que já não sou quem era. É assim que já sou outra coisa. Mais humilde com certeza.



quinta-feira, 8 de março de 2012

LÁGRIMAS DE MAR

Porque às vezes não conseguimos falar...
Hoje é um dia assim, mudo.
Dia de água e de sal.
Como o mar.
Como as lágrimas.



OBRIGADA LURDES!

Fez ontem um ano que a Lurdes Jóia comentou o texto Freedom. Dias antes Jesus tinha falado na importância de escrever mais e divulgar. Pedi-lhe um sinal que confirmasse o que me estava a dizer, e atrevi-me a pedir especificamente um comentário de um anónimo. Estranhamente pedi esse sinal, e nunca tinha pedido sinais, muito menos específicos, porque sei que as coisas não são como eu quero, que ou confio na informação que estou a receber, ou não. E o sinal veio, poucos dias depois.

Hoje eu e a Lurdes somos grandes amigas. Tem uma grande responsabilidade neste blog, porque não só foi a portadora do tal sinal, como esteve sempre presente e foi um grande estímulo e impulso para mim. Para não falarmos nas máquinas fotográficas que me ofereceu e com que foram tiradas as fotografias que tenho publicado.

Por fim, imprimiu as os textos em forma de livro, no qual eu estou a trabalhar.

Por isso, este blog também é dela.


Obrigada, grande amiga!

quarta-feira, 7 de março de 2012

MÚSICA E DANÇA AO VIVO NO CHIADO (COM VÍDEOS)

Pousou a mochila no chão e começou a dançar ali na rua. A música era de um grupo cabo-verdiano que costuma tocar ali no Chiado, ao fim da tarde. Em contraste, ela parecia nórdica. Mesmo ao meu lado outra rapariga com um cabelo longo, daqueles que já não se costumam ver, abaixo da cintura, também dançava. Nesta nenhum sinal deixava antever a nacionalidade, só que falava inglês e estava com o namorado ou marido, com cabelo também longo, mas apanhado em rabo-de-cavalo e chapéu. Uma de cada lado da rua, dançavam como se ninguém as visse. E a loura parecia que tinha incorporado uma africana. Carregava algo de africano nos genes ou nas memórias.




Até que a dançarina do grupo, africana de gema, que tinha andado por ali a vender os CDs da banda, as convidou para dançarem com ela. Lindo, vê-las tão soltas a desfrutarem do momento.




Ao meu lado um sujeito comentou comigo sobre a cara de um homem que também estava a filmar a cena. Dizia ele que os homens quando vêm as mulheres a dançar ficam embasbacados. E reparei melhor na figura do que estava a falar comigo. Com um enorme chapéu de veludo e rastas, empunhava ele próprio também uma máquina fotográfica com que estava também a filmar. Perguntei-lhe se me autorizava que o fotografasse. Que não. Nem pensar, naquela figura. Que vinha da Inês de Castro. Não fiz perguntas. Preferi colocar a hipótese de se estar a referir a uma peça de teatro ou algo do género. Se bem que não me parecesse. E continuou a comentar, que na opinião dele a sueca - ah, ela realmente parece nórdica, então é sueca- não sei, mas parece- que a sueca dançava melhor do que as africanas, que as africanas têm uma nariz um bocado empinado. Atentei melhor na fisionomia dele. Parecia ser mestiço, mas pelos vistos não era assim grande admirador das suas congéneres. Mas esta africana também dança muito bem, acrescentei. Sim, mas repare como ela é toda convencida, ela acha-se a maior. Bem. Despedi-me com o desejo de uma boa noite.

Fui lanchar a uma padaria que descobri recentemente e que adorei. Tartine. Também recentemente inaugurada. Gosto de me sentar na mesa grande, ao centro. Há uns anos atrás seria impensável. Escolheria um dos lugares mais reservados e discretos. Ficar ali sozinha, exposta, estaria fora de questão. Agora gosto. E gosto de gostar. Gosto do facto de já não ser um problema para mim. E gosto de pegar na máquina para fotografar sem medo que me digam para não fotografar. Se disserem, tudo bem. Não é um problema. E fotografei. E tomei o meu café na chávena que é uma tigela em miniatura. E comi o pão que é triangular. Mas trazia o queijo dentro. Da última vez o brioche trazia o fiambre ao lado, com o pão cortado, para ser eu a recheá-lo. Na altura ainda fiquei a olhar um bocadinho e a pensar que às vezes estas coisas muito modernas nos embaraçam: seria para pegar à mão ou comer de faca e garfo? Não, só tinha faca. E o fiambre seria para comer todo? Era tanto. Seria, ou não o poriam no meu prato, não iriam aproveitar um fiambre que já esteve no meu prato. Tantas dúvidas e eu ali na mesa ao centro. Sorri. O bom era fazer como me apetecesse e fui isso que fiz. E por incrível que pareça um simples brioche fez-me sentir ainda mais livre. E fiquei cliente.