sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ALMADA NEGREIROS E VINICIUS DE MORAES

Uma das pessoas mais fascinantes que conheço. Que sempre conviveu e viveu com pessoas igualmente fascinantes. Há dias conversavamos sobre poesia. Falou-me da época em que conviveu com Vinicius de Moraes, que frequentava a sua casa quase diáriamente. E do nascimento da amizade com Almada Negreiros e a sua mulher, Sarah Afonso (até me trouxe ontem um livro de desenhos de Almada, uma espécide de edição privada, que não esteve à venda).

Fiquei fascinada...Bem sei que me fascino com facilidade, mas acho que não é caso para menos...Porque considero estes seres verdadeiros avatares. Ou melhor, independetemente do que considero eles são mesmo. Vieram contribuir para a evolução da Humanidade de uma forma muito activa e abrangente.

E realmente, só ver a descrição de toda a obra é deles já é impressionante.

Esta situação despertou a minha curiosidade sobre a vida destes poetas. Independentemente de tudo o resto que foram, foram sobretudo grandes poetas. E como Almada dizia, Portugal é uma terra de Poetas. E li numa crónica de Vinicius, que Portugal seria o único país em que seria capaz de viver, sem ser o Brasil.

Nesta pesquisa descobri imensa coisa que desconhecia. Como um texto que Almada escreveu depois da morte de Pessoa, em que conta que na dedicatória da "Cena do Ódio", escreveu:"A Álvaro de Campos com a dedicação intensa de todos os meus avatares."...

Também não sabia que tinha começado a pintar o famosos quadro em que o retrata logo depois de vir do funeral. E que eram amigos há 25 anos. E que Almada veio a morrer no mesmo quarto do mesmo hospital, onde morreu Pessoa.

É engraçado reparar em algumas "ligações", como Almada e Pessoa terem participado da fundação da revista Orpheu, e que Vinicius tenha escrito uma peça que deu origem a um filme, com o mesmo nome, e o poema "Monólogo de Orfeu". Mas essas são as ligações menores. Muito mais é o que os liga.

Como dizia Vinicius: "A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida."

Como tanta coisa magnífica que disse. Que escreveu. Que cantou. Que representou.

Avatares. Que me fascinam. Que me causam uma admiração profunda.

Porque "As pessoas que mais admiro são aquelas que nunca acabam.", como dizia Almada Negreiros.







terça-feira, 25 de outubro de 2011

WHEN WE FEEL WE LOVE AND LOVE WHAT WE DO





When the weakest smile is a giant rainbow
In the onsets of heaven
When a drop of rain is nothing
But a short moment in a childs heart
When the skies around us are just reminders
Of our own God-like presence
And we are truly connected with The One
At the top of the ocean
With the crest of a wave
So much of our heart beats desire
And the truth of our own destiny
When we feel we love
And love what we do
Nothing can stop us

(Tom Oliver)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

PECADO

"Reconheçamos que somos pecadores. E confessemos os nossos pecados."

Não reconheço.
Não confesso.

Estranhamente apetecia-me ter respondido alto. Nunca tal me tinha acontecido.
Ontem na missa do funeral da Avó e Mãe de grandes amigos meus.

Não acredito no pecado. Muito menos o posso confessar.

E pensei em quantas vezes na minha vida respondi em coro com o Padre. Como fazem muitas pessoas que assistem à missa.

Respondem muitas vezes sem saberem o que estão a dizer. Não acreditam nem deixam de acreditar porque pura e simplesmente não sabem o que estão a dizer. Como eu fiz grande parte da minha vida.

Nunca, mas nunca, gostei da missa. Nunca compreendi porquê tantas regras e rituais. Sobretudo tantos sacrifícios. Acreditava profundamente em Jesus. E se Jesus era Amor, porquê o pecado? Porquê o Inferno?

Fui à missa enquanto a minha mãe me obrigou. A maior parte do tempo estava na lua. Levantava e sentava quando os outros levantavam e sentavam. Ficava a apreciar e a criticar mentalmente as outras pessoas. Fazia exactamente o contrário do que se pretendia naquele lugar. Os meus pensamentos e sentimentos eram tudo menos puros. Em vez de me elevar, só me afundava. E pensava: como eu queria ter a fé desta gente! Hoje sei que tem muito mais a ver com medo do castido de Deus, do que com fé.

E durante anos pedi fé. Achava que fé estava ligada ao catolicismo. E fiz todas as tentativas. Tentei frequentar missas com devoção. Tentei confessar-me. Tudo em vão. Nada combinava com o que eu sentia. Só gostava das igrejas quando estavam vazias. Olhava para as chamadas "beatas" e pensava: o que é que interessa o que elas fazem, se dentro do peito tiverem raiva e ódio? Eu tinha o meu próprio exemplo: estava num local sagrado e só criticava tudo e todos. Percebi que dizer-se que se é crente não tem nada a ver com espiritualidade. E que eu tinha era que mudar dentro. O que sentia. Não interessava nada o lugar em que estava nem os rituias que praticava se dentro de mim estivesse escuro.

Descobrir isso foi a minha grande descoberta. Que impulsionou anos de pesquisa. Acedi a imensa teoria. Que não deixava de ser isso mesmo. Teoria. Aprender a pôr isso em prática, transformar-me, tornar-me numa pessoa melhor, para mim e para os outros, mais em paz comigo mesma, só aprendi onde trabalho agora.

Descobri o Amor de Jesus. O Amor de Deus. E a confirmação de que o pecado não existe. Nem inferno. Existe é a consequência das nossas escolhas. Todos passamos pelas consequências das nossas palavras, actos e pensamentos. Mais cedo ou mais tarde. E quem nos julga é a nossa consciência. Quanto mais elevada for a nossa consciência mais elevados serão os nossos sentimentos e atitudes. E receberemos o retorno disso. Aprender a trazer o Amor para a minha vida, é o que tenho vindo a aprender nos últimos anos. Sete anos. Precisamente um ciclo kármico.

Uma longa, mas muito gratificante e compensadora caminhada.

CÚMULO DA DISTRACÇÃO OU SÍNDROME DE DÉFICIT DE ATENÇÃO.

Entrei disparada no WC dos homens. Não percebi logo no primeiro segundo onde estava. Confusa, vi só homens à minha frente. Tinha saído do WC de senhoras e pretendia voltar ao corredor do shopping. Não sabia como é que tinha entrado no dos homens. Ri-me e saí. Isto foi na passada sexta-feira e ilustra o meu grau de distracção.

Na véspera, quinta-feira, entrei para o banco de trás do carro da Tatiana para iniciarmos viagem para o Porto. Coloquei o cinto de segurança. Quando a Tatiana tentou pôr o dela é que viu que em vez do meu eu tinha posto o dela, que era o do lugar do condutor, à frente do meu. As minhas três companheiras de viagem desataram a rir e assim foram por muito tempo. Queriam tirar uma fotografia do insólito. Que comigo não é tão insólito assim. E a Tatiana repetia: Olinda no seu melhor!...Como é que eu podia ter pensado que aquele cinto era o meu é que elas não compreendiam...nem eu.

No Sábado seguinte comprei uma revista na estação de serviço. Paguei e voltei costas. O rapazinho que me atendeu veio atrás de mim: Olhe a sua revista!..Já a deixava lá ficar. Cenas destas nas lojas são mais que muitas. O que acontece com mais frequência é quando as bombas estão em pré-pagamento, eu vou lá dentro, pago, entro no carro e arranco sem abastecer...já perdi muito dinheiro à conta disso...uma vez até arranquei com o tampão da gasolina aberto...

E por falar em perder dinheiro, a quantidade de vezes que vou ao multibanco levantar dinheiro e deixo o dinheiro lá, na caixa...uma vez veio uma senhora atrás de mim: Olhe os 50€ que deixou na caixa!...Outra vezes não tive a mesma sorte.

E por falar em perder dinheiro, já me aconteceu muitas vezes conduzir carros que não eram meus e que não tinham via verde. Esquecia-me e passava na via verde em transgressão. Outras vezes, ainda me lembrava de tirar o ticket ao entrar na AE mas saía na mesma na via verde. Paguei dezenas e dezenas de euros de multas da Via Verde.

Em suma, a distracção tem-me saído muito cara.

Há uns quatro anos comecei a preocupar-me sériamente. Achei que estava a piorar e desconfiei que pudesse ser Alzheimer. Consultei uma médica que me descansou e me disse que o que eu tinha era o Síndrome do Déficit de Atenção. Nunca desconfiei porque associava déficit de atenção a hipercatividade. E como eu nunca fui hiperactiva...Mas quando fiz pesquisa sobre este Síndroma percebi que sempre o tive. E por isso cheguei a ser expulsa da sala de aulas, com cerca 12 ou 13 anos, porque estava com expressão de quem estava na lua...e estava mesmo...

Já na faculdade tive um colega que se chegou a aborrecer comigo, por eu parecer não estar nada atenta às coisas, por parecer que não estudava nada e tirar notas razoáveis...Nunca percebi porque é que isso o aborrecia. Talvez achasse injusto, não sei.

E por falar em faculdade, a melhor história desse tempo é uma de que já nem me lembrava e que as minhas amigas e colegas da altura me relembraram há pouco: Um dia íamos ter exame às 20h e encontramo-nos no café umas horas antes para revermos a matéria juntas. E cerca de 1 hora ou 30 minutos antes do exame despedi-me delas para me ir embora. Elas ficarama olhar para mim boquiabertas mas não disseram nada, porque pensavam que eu estava a brincar. Quando me viram sair porta fora é que vieram a trás de mim chamar-me e lembrar-me que eu ia ter exame daí a minutos...

Como se pode calcular esta minha característica se já me trouxe muitos momentos divertidos também já me trouxe muitos dissabores...

Quando há poucas semanas uma amiga me disse que se sentia a ficar no mesmo estado que eu e que finalmente me compreendia...senti-me tão reconfortada. Não por ela, mas por me sentir compreendida...É tão bom quando nos compreendem...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SINCRONIA

Nem de propósito, um dia a seguir ao último texto, ou seja ontem, conheci uma pessoa com um mapa astrologico muito parecido com o meu. Mais velho 2 anos. Em depressão profunda desde sempre, segundo ele. Profundamente céptico, também desde sempre. Esteve cerca de 6 anos sem sair de casa. Só há 6 meses começou a melhorar e a deixar a medicação, quando começou a colocar a hipótese de existir uma força superior a ele.

Atribui a depressão a um vazio indescritível e inexplicável que sempre sentiu. E que o fez desejar a morte muitas vezes.

Quando se despediu disse-me que eu era a primeira pessoa como quem falava que o compreendia e sabia o que se passava com ele. E que até ontem, nem ele sabia.

Sorriu porque algo se acendeu dentro dele: se eu sobrevivi ele também pode sobreviver. E se eu agora vivo e não sobrevivo, ele também pode viver.

domingo, 9 de outubro de 2011

A MORTE FOI A MELHOR INVENÇÃO DA VIDA

"A morte foi a melhor invenção da vida." Gostei desta frase do discurso de Steve Jobs.

E ainda hoje dei por mim a sentir um enorme conforto ao pensar que a morte existe.

Pensei mesmo: Ainda bem que a morte existe.

Já passei a fase de a desejar. E a fase de a temer.

Tive fases da vida em que me faltava a coragem para me suicidar, mas em que o que queria mesmo era morrer. E pedia consecutivamente que a morte me fosse enviada. Que alguma coisa acontecesse que me matasse. Um acidente, por exemplo. Porque não suportava o vazio que sentia. O vazio que me fazia sentir desinteressada por tudo. Absolutamente tudo.

Não imaginava que iria ser o preenchimento dessa vazio que me ia dar a sensação mais parecida com a morte. Porque esse vazio só foi preenchido quando reencontrei a minha Alma. E experimentei a sensação de voltar a ser Alma sem corpo. Sem físico. Que é a sensação de voltar a casa. A que acedemos em meditação. E percebi que não precisava de morrer. E fiz as pazes com a vida.

O confronto com a morte, voltou com a doença do meu filho. A vida provocou-me. Eu não tinha morrido, mas o meu filho podia morrer. E a vida é sempre mais forte. Não podia lutar contra ela. Mas podia pôr-me ao lado dela. Pondo-me ao lado do meu filho. Dando-lhe todo o meu amor e fazendo tudo o que estivesse ao meu alcance para se manter vivo. Descobri o tamanho do meu amor por ele e por Ele. Descobri parte da minha coragem e da minha fé. Aliás, descobri muita coisa.


Nessa altura, das primeiras perguntadas que me foram feitas por Jesus, foi: E agora, continuas a acreditar em tudo o que acreditavas?

Eu percebi. Percebi que me estava ser perguntado se eu continuava a não ter medo da morte. Se eu continuava a acreditar que a morte era uma libertação.

Sim, continuava a acreditar. O que me atormentava era a separação do meu filho. A perda. Porque no resto, continuava a acreditar, sim. E continuo.

E por isso Lho entregava. Diáriamente. Contínuamente.

Como a Alexandra me disse nessa altura: Não é dificíl ser espiritual quando a vida está boa. Dificíl é quando ela está má.

Há dias, em terapia voltei a sentir a sensação de voltar para casa. Saber que isso é a morte, é extremamente confortante.

Mas também sei que não podemos ser nós a provocar a morte. Aliás depois de conectarmos a nossa alma já não desejamos a morte. Já não precisamos sequer dela.
Até porque descobrimos que forçar a morte é recomeçar tudo de novo. Tudo aquilo de tentamos fugir através da morte volta na nova vida em dose reforçada. Por isso não adianta nada. Só piora.

Quando passamos a viver conectados com a nossa alma, tudo faz sentido. Passamos a saber o propósito de tudo. E alegramo-nos com isso.

Passamos a ter consciência do milagre que é a vida. E percebemos que já não precisamos de esperar ou pedir um milagre. Nós já somos o milagre.

Quando percebemos o que a nossa vida conjuga: todas as nossas características, todas as nossas experiências, todas as pessoas que fazem parte das nossas vidas...e o porquê de tudo ser assim, percebemos como a nossa vida é um milagre. E a última coisa que queremos é renegar esse milagre.

Tenho a perfeita noção que esta vida é uma oportunidade única. Fantástica. Quando descobrimos todos os requisitos que tiveram que ser preenchidos para vivermos esta vida, ficamos tão espantados e tão agradecidos por tudo se ter conjugado...que não desperdiçamos. Eu tento não desperdiçar nenhuma oportunidade. Porque pode ser irrepetível. Por mais difícil que seja a experiência ela encerra objectivos que para nós são muitas vezes incompreensíveis mas absolutamente determinantes para o nosso processo evolutivo. Por isso eu agradeço tudo o que me acontece. Aceito e agradeço. Agradeço. Agradeço. Agradeço. Com o coração aberto.

A propósito, há muito pouco tempo Jesus disse-me: Se depois de teres passado por esta dor dos últimos meses, se depois te teres sentido tão magoada, se conseguires manter o teu coração aberto, serás mais destemida do que o mais destemido dos guerreiros. Porque isso é a verdadeira coragem.

E tenho percebido que o estado de felicidade dos últimos tempos tem a ver com a aceitação da dor, a aceitação da vida como ela é. Que não é como eu queria. Repito isto mil vezes. E à custa de perceber que não tenho nada do que queria para ser feliz, estou a deixar de querer.

Sei disto há muitos anos. Tento pôr em prática há muitos anos. Pensava que já tinha deixado de querer muita coisa. Se calhar até tinha. Mas a vida continua a levar-me a limites e eu vou percebendo o que afinal ainda está por fazer.

E contínuo a fragilizar. E a deixar que essa fragilização me traga a vida que é para mim. E que é muito melhor do que eu podia pedir. Lá está, até isso é um milagre.

E um dia chegará o momento de voltar para casa. E esse será outro milagre.

sábado, 8 de outubro de 2011

TRÓIA E O BEZERRO

Vamos ficar aqui enterradas...Enquanto a minha mãe vaticinava o nosso futuro imediato eu, que sempre tive pretensões a corredora (é uma força de expressão), engatava a marcha-atrás e no mesmo exacto segundo, a minha tia no banco de trás, dizia: Mete a marcha-atrás. A minha tia sim, foi mesmo corredora. Durante anos foi campeã nacional de provas de perícia. E é mãe do João, que corre nos EUA e que o ano passado foi campeão mundial.

Na minha família sempre houve a panca da velocidade. Quase todos os tios já correram. E primos também.

E o carro saiu a toda a velocidade da areia onde eu o tinha estacionado a toda a pressa. Sem pensar que podia não ser fácil tirá-lo dali.

Porque quase a chegar a Tróia passamos por um pequeno lago onde uma vaquinha estava a tomar banho. A minha tia perguntou: Viste? Vi e já vou dar a volta para ir fotografar. A minha mãe: Não acredito que vais voltar para trás...É que a minha mãe já se andava a passar comigo por causa da mania da fotografia e na véspera tinha-me dito: Minha filha, quando voltar a sair contigo, primeiro pergunto se vais com máquina ou sem máquina, porque se a levares eu não vou.

E quando eu estava a fotografar a vaquinha, que por acaso tinha um filhote bebé, que nos derreteu, ela dizia: Já chega de vaquinha...assim nunca mais chegamos ao destino.
E já no regresso, ao aproximarmo-nos desse local, vinha eu a pensar se os animais ainda lá estariam e pergunta a minha tia: A vaquinha ainda lá estará? E a minha mãe: Ai valha-me Deus! Era o que nos faltava...Filha, vais ter que passar a usar sempre colete reflector, porque tu paras em qualquer lado, de qualquer maneira, e sais do carro desabridamente...com a máquina na mão...A partir de agora vou ficar num desassossego...Para além da possibilidade de a qualquer momento levares um murro. Porque há-de haver quem não ache piada a ser fotografado.

Para sossego dela as vaquinhas já tinham recolhido. E passamos o resto da viagem a rir das anedotas do dia. Foi a minha grande surpresa. O rirmos tanto as três juntas estes últimos dias. Ao ponto de adormecermos a rir. E acordarmos a rir. Como diria a minha mãe: inédito.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011




Nada é por acaso e a Lena acabou de me enviar esta foto já tirada há talvez um mês.

Uma foto com ela e a Lurdes, que foram pessoas que eu tive hoje um especial prazer e gratidão em abraçar, por serem duas das minhas melhores amigas de sempre.

Obrigada Lena, obrigada Lurdes.

domingo, 2 de outubro de 2011

GRATIDÃO




Porque a gratidão hoje não cabe dentro do meu corpo...

E embora não conheça palavras que exprimam realmente o que sinto...vou utilizar as mais simples e as de que mais gosto:

Obrigada, obrigada, obrigada...Obrigada, Jesus.

Obrigada a todos que fazem e fizeram parte da minha vida.

Hoje foi o dia mais especial.

Se eu tivesse palavras...mas não tenho...

SURPRESA

Primeiro dia de Outubro.

A minha mãe chega a Oeiras com a minha tia Ester, mãe do meu afilhado, para passarem uns dias em minha casa.

Sinto-me feliz. A minha mãe não vinha cá há um ano. E a minha tia nunca tinha vindo.

Estamos todas muito bem dispostas e espirituosas.

Entretanto a minha mãe fala do meu irmão. E eu digo: tenho tantas saudades do Alexandre, Mãe. Já não o vejo há mais de um mês. E dos meninos...(filhos dele). E pouco depois o meu irmão liga. Está em Cascais, no aniversário de um amigo. Por incrível que pareça nunca nos encontramos aqui. Várias vezes já me ligou quando teve que vir a Oeiras, mas ou eu estava a trabalhar ou então estava no Porto. Combinamos jantar juntos. O tempo está maravilhoso e jantamos na esplanada de um jardim, no centro da vila.

E eu digo: como é possível de repente estarmos aqui todos a jantar juntos, em Cascais?

Maravilhoso. Rimos muito. Ai que felicidade tão grande!

Durante anos disse que o meu irmão era a pessoa que mais me fazia rir. E era. Só que agora estamos tão pouco juntos e tenho amigos que me fazem rir todos os dias, que a situação se alterou. Só pela frequência. Mas quando estamos juntos é a cumplicidade de sempre. Acho que das coisas que mais nos une é que sempre nos rimos das mesmas coisas. E hoje até gravei o riso dele. Sempre que o ouço a rir penso: é tão bom ouvir uma pessoa rir assim. E penso no meu riso. Deve ser parecido. Com a diferença que faço grande estardalhaço...do genero, dobrar-me toda, ficar quase sem respirar, correr e saltar por já não aguentar rir mais...e quando faço essas cenas gozam-me e eu ainda rio mais e às vezes até fico mesmo mal disposta, com dores. Por isso já tenho dito que a partir de um certo limite o riso deve ser contraproducente...

Pensei no meu filho. E pensei que ele está bem. Na primeira grande experiência de autonomia. Ficou sózinho no Porto. Bem ao gosto e à medida dele.

Acredito que estamos todos felizes.