sexta-feira, 30 de setembro de 2011

HAPINESS FOR 30 DAYS



Hoje foi o último dia do mês de Setembro de 2011.

O mês mais feliz da minha vida.

Comecei a sentir-me muito feliz no dia 1. Primeiro dia de trabalho depois de férias.
E cada dia que foi passando tive mais motivos para me sentir feliz.

Desde há dois anos que vivo os momentos felizes com outra intensidade. E sempre os fui tendo. E na verdade, ao longo da vida sempre tive momentos e dias muitos felizes.
Nunca tinha tido era 30 dias seguidos de felicidade.

Desde há uns dias que andava a sentir que quando chegasse ao último dia deste mês tinha que escrever sobre isso. E ontem depois da meia noite, ia começar a escrever e "ouvi": O último dia ainda agora começou, é só no fim deste dia.

Que é agora.

E de manhã acordei com um toque de mensagem, às 8,30h. Uma mensagem da Lurdes Jóia a dizer-me que a máquina que me tinha emprestado ontem, afinal não era emprestada, era oferecida. A mesma máquina que ela tinha pensado emprestar-me em Julho, mas que acabou por ser substituída pela Pink (já aqui contei a história) que avariou há 2 dias. Exactamente 2 meses depois de ela ma ter oferecido. Resisti o que pude à oferta de hoje, mas acabei por não ter mais argumentos. É que esta serve os propósitos de aprendizagem de fotografia, que eu descobri, também este mês, que me dá um enorme prazer. E se não fosse um amigo a lançar-me o desafio e prontificar-se para me ensinar, eu não teria ainda descoberto.

Depois desta surpresa o dia continuou maravilhoso. Fui para a praia onde queria fazer uma meditação. ´Queria agradecer tudo o que me tem acontecido. Comecei por música clássica, e às tantas intuí que era para pôr uma música completamente diferente. Eye in the sky, dos Alan Parsons Project. Volume no máximo. E quando ouvimos com phones o som fica ainda mais intenso.

Fui puxada imediatamente para cima. Subi em espiral. Não parava de subir. A emoção foi tremenda. Só com o impacto da energia tão alta aque estava a aceder chorei copiosamente. Já não sentia a brisa do mar. Já não sentia o cheiro da maresia. Já não interessava se me viam chorar. Já não estava ali.

Entre muitas outras coisas, entre elas o entendimento da importância e repercussão do trabalho interior que fiz nos últimos meses e que contribuíu para esta benção, foi-me perguntado se eu não tivesse amigos a quem contar que estava tão feliz, se eu estaria na mesma felicidade. Se eu não tivesse como espalhar aos 4 ventos que estava feliz, se mesmo assim eu continuaria feliz. E se eu não tivesse Facebook, e se eu não tivesse Blog...E pediram-me para entregar tudo ao Céu: Amigos, Facebook, Blog, computador. Porque posso perder tudo. Fiquei arrasada. Fiquei em choque. Demorei muito tempo até encontrar em mim os motivos para me sentir ainda sim, feliz.

Mas encontrei, porque o principal motivo da minha felicidade é o estado de conexão.
Eu achava que tinha estes assuntos mais resolvidos. Dos amigos, do Facebook, do Blog. Em relação à família e sobretudo em relação ao meu filho, tento estar permanentemente atenta. Entregar todos os dias. Relacionar-me com o amor e não com o apêgo. Mas o resto...vou descurando...mais do que me apercebo.

Apesar da dificuldade do assunto com que terminou, a meditação foi fantástica. Porque cada vez se torna mais claro o motivo da perda acontecer. Porquê e o que fazer.

E a verdade é que eu não tenho nada do que eu achava que precisava para ser feliz. Nada. A não ser ter o meu filho vivo. Quanto ao resto, é uma completa surpresa. Tudo o que está presente na minha vida e de que eu posso desfrutar é muito diferente do que eu tive ao longo da minha vida. E por isso fui tão pouco feliz.

Ainda ontem eu dizia à Alexandra, que a maior surpresa agora é eu ser tão feliz, porque durante anos e anos, quase toda a minha vida, acreditei que não estava ao meu alcance.

É claro que quando eu digo isto, vem logo um medo. O medo da felicidade acabar já. E pior, medo que acabe de forma drástica. Mas que a vida não é felicidade, já eu sei. E que os trambolhões vêm com frequência, também. E que nada é garantido. E que tudo acaba. Para mais tarde recomeçar.

Aliás eu até tinha medo de não poder escrever este texto, conforma me tinha sido "dito" para fazer, porque tinha medo que o estado de felicidade contínua nem chegasse ao dia 30...

E quando terminei a meditação tinha uma chamada da Helena. Um convite para velejar. E o dia continuou e acabou em perfeita beleza.

E estou imensamente grata. Imensamente grata.

domingo, 25 de setembro de 2011

ÓPERA DON CARLO, DE VERDI

Ontem atendi uma cantora de ópera. Que me contou uma história que se passou com ela e que se entrelaça com a minha.

Estava a ensaiar pela primeira vez a ópera Don Carlo, de Verdi. E quando se aproximava uma cena específica começou a sentir-se mal. Um aperto no peito, um medo, e uma vontade enorme de chorar. Até que no intervalo correu porta fora e só parou dentro de uma igreja no Rossio. E diz que em 20 anos que canta ópera, nunca lhe tinha acontecido algo assim. Na igreja não parava de chorar e sentiu-se a sair do corpo. Também pela primeira vez. Chorou até se acalmar e sentir um alívio no peito...Mas não percebia o que lhe tinha acontecido. E pelo que descreveu, sentiu praticamente o mesmo que eu senti quando estive aos 22 anos em Florença. Aliás a tal cena específica da peça de ópera, pelo que ela me contou, era igual à que eu acedi quando fiz regressão à vida de Florença.

O que pode significar que ela viveu uma experiência similar à minha. Ou então até era uma das pessoas que estava presente na mesma vida passada de Florença. O que é possível. O que a cena da ópera fez foi despertar a memória. Porque tem contornos semelhantes àquilo que vivenciamos no passado mas que está guardado no nosso inconsciente. Estas situações têm essa função: trazer a memória dessas experiências para o plano consciente. Isto também pode acontecer através do encontro na actualidade com pessoas que estiveram presentes nessas vidas passadas. Por isso temos reacções diferentes às várias pessoas que vamos conhecendo. Por isso temos simpatia imediata com umas e antipatia imediata com outras. Conscientemente não sabemos porquê, mas a verdade é que reconhecemos a energia. E por isso as vivências com elas podem ser tão fáceis ou tão difíceis.

Assim que vi esta cantora, ontem pela primeira vez, senti uma simpatia imediata, e pelos vistos ela também. Ao apresentarmo-nos ela disse com um sorriso muito aberto que era um grande prazer conhecer-me. E eu respondi que era muito bom ser recebida com um sorriso daqueles. Ao longo da consulta percebi porque é que tínhamos simpatizado tanto uma com a outra. Pela forte probabilidade de nos conhecermos de outra vida.


O vídeo que publico aqui com excerto da ópera Don Carlo (não tendo esta cena da peça nada que ver com a cena da memória de vida passada) foi gravado no Alla Scala de Milão, que eu fotografei quando estive em Milão pela primeira vez, por acaso um dia antes de chegar a Florença.

Cada vez mais, o passado a ficar presente.

Estou a reparar que em cima usei a expressão entrelaçar.

E que há uns anos, talvez uns 5 (mas até hei-de procurar o caderno para precisar a data) senti que tinha que começar a escrever. Peguei num caderno A4 e escrevi na primeira página que ia começar a escrever. E que ia escrever usando a técnica que a Clara Pinto Correia usava no seu livro Ponto Pé de Flor, que é a mesma técnica do ponto de bordado pé de flor. Usando esta técnica a narrativa desenvolve-se como um exercício de memórias que avançam e recuam, como explica Luís Almeida Martins, do Jornal de Letras, na contra capa do livro. Não cheguei a escrever mais nenhuma página, para além dessa primeira.

E por acaso há poucos minutos vi a Clara Pinto Correia numa entrevista na televisão.

E nos texto deste blog acabo por aplicar muitas vezes essa técnica. Não sabia é que na escrita ia recuar não só ás memórias desta vida, mas também das vidas passadas...

É tudo muito curioso. Muito curioso mesmo. Como tudo se entrelaça.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

WILD HORSES

Ontem voltei a atender o mesmo rapaz da t-shirt que dizia "FIRENZE" de que falei no último texto. E quando me apercebi que a t-shirt que trazia ontem dizia a mesma coisa, comentei: "Curioso...outra t-shirt de Firenze!" E ele respondeu: "Não é outra, é a mesma t-shirt. E voltei a trazê-la hoje intencionalmente, porque reparei que provocou um certo efeito em si...".

Curioso...de facto. Parece-me que mais cedo ou mais tarde vou ter mesmo que voltar a Florença. Assim como curioso é que o Pedro Quitério tenha regressado precisamente de lá.

Ontem também atendi uma rapariga que me fez lembrar do texto "PROMETO SER-TE FIEL, AMAR-TE E RESPEITAR-TE ATÉ AO FIM DA MINHA VIDA." Porque namorou 7 anos, casou e está a divorciar-se ao fim de um ano e meio de casamento. Decidiu divorciar-se porque deixou de amar o marido. Que lhe custou muito a decisão porque não o queria magoar, mas que concluiu que o magoou mais no período em que permaneceu ao lado dele já sem o amar, do que quando tomou a decisão de se separar.

E que quando casou, estava apaixonada. Casamento de sonho, entraram no jardim onde se realizou a cerimónia, montados a cavalo, ela (que é hipoterapeuta), vestida de branco montada num cavalo preto, e ele, vestido de preto, montado num cavalo branco, ao som de "Wild Horses" de Natasha Bedingfield.

E isto diz muito sobre a mudança. Que nos trasncende. E sobre ser wild. Que é ser fiel a si próprio. E não ser de ninguém.


domingo, 11 de setembro de 2011

ÁGUA, MARÉS E FLORENÇA

Há dois dias a Nancy abraçou-me e falou-me na importância de ter uma mulher de água, que era eu, na sua vida...

Estas palavras sensibilizaram-me muito. Somos muito amigas há muito tempo e ambas dizemos com frequência o quanto gostamos uma da outra. Aliás, quando o meu filho adoeceu veio logo a correr de Lisboa ter comigo ao Porto. Isso ficou-me sempre marcado. Mas o abraço de sexta feira foi tão sentido e emotivo que me fechei no meu gabinete a chorar e a aproveitar para meditar. Meditar sobre a minha água.

Que provoca em mim o efeito das marés...ainda por cima porque tenho as minhas Luas nas águas mais profundas...o que por vezes se torna muito cansativo. Há para aí uns 2 meses estava a comentar com a Alexandra como me sentia cansada de sentir tudo tão profundamente, de chorar tanto (ainda me lembro muito bem da primeira vez que a Alexandra viu o meu mapa e me perguntou com ar de espanto, se eu não me afundava com tanta água...)e ela perguntou-me se eu me importaria então de rir menos um bocadinho...de ser um pouco menos feliz...E eu calei-me. Perguntou-me se eu tinha noção do quanto me ria. É verdade, eu rio imenso. Porque choro imenso. E isto faz parte da dualidade da vida. É proporcional.

Ainda ontem no gabinete da Céu, a minha esteticista (há 20 anos) me ri com ela e com a Marta que lá trabalha, durante 2 horas seguidas. E o melhor é que nos estávamos a rir de nós próprias. Parece impossível como é que a falar de ciúmes, e sermos ou não ciumentas, e a contar histórias nossas relacionadas com isso nos rimos perdidamente...mais eu, porque lhes acho muita piada a contar as coisas. Ao ponto de pela primeira vez na vida ficar com dores de estômago de me rir. De barriga sim, de estômago, não. Não me podia rir mais, literalmente. Já não tinha forças e tinha dores. E cheguei a casa e adormeci de exaustão. Tal e qual como me acontece quando choro. Fico tão exausta que tenho que dormir a seguir porque não aguento manter os olhos abertos.

É a tal emotividade. Que faz com seja tudo mais intenso. Inclusivé as memórias. Só há relativamente pouco tempo é que sei a origem de emoções e sentimentos que eram completamente estranhos para mim. E acho que a primeira vez em que eu achei que o que me estava a acontecer era mesmo estranho, foi em Florença, Itália, quando tinha uns 21 ou 22 anos. E agora ao escrever reparo também pela primeira que estava à volta dos 21 anos! Era uma idade kármica e eu nunca tinha relacionado!

Tinha acabado o curso e fui de viagem com primas e tios. Fomos de carro. Passamos Espanha, todo o sul de França, Milão, tudo tranquilo. Chegamos a Florença de tarde. Estacionamos o carro (o que foi uma anedota que contarei noutra altura) e à medida que íamos caminhando em direcção ao centro eu ia sentindo um medo crescente. Só queria ir rápidamente para o hotel. Estava assustadíssima. Ouvia cascos de cavalos a bater no chão e correntes a serem arrastadas...e não havia ali cavalos nem correntes. Sentia como se estivesse na Idade Média. É claro que não contava isto a ninguém, ninguém iria perceber. Nem eu percebia. Só dizia que estava com medo e que não me apetecia andar por ali.

Quando comecei a estudar sobre vidas passadas percebi que o que me tinha acontecido lá foi o despertar de uma memória de vida passada. Em que vivi lá. E só há poucos meses fiz uma regressão a essa vida. E agora é como se tivesse feito as pazes com a cidade. Que achei linda desde a primeira hora, mas ao mesmo tempo igualmente assustadora. Como é que fui lá parar precisamente aos 21 anos? Porque a vida não brinca...Há dias, depois de ter feito mais uma regressão a essa vida, reparei que estava a atender uma rapaz que trazia uma t-shirt com as letras FIRENZE. E sorri. E esta semana, quando uma amiga me estava a perguntar em que sítio é que eu gostaria de viver, eu respondi: Florença. E achei estranho. Como é que de repente até já gostava de lá viver? Acho que a causa do medo deve já deve estar tratada e só ficaram as boas recordações...

O melhor talvez seja lá voltar. Para confirmar. Ora bem.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ESCALADA DE FELICIDADE E A SERRA DA ARRÁBIDA.



Ainda ontem contei de como estes últimos 3 dias foram de felicidade. E não podia imaginar que o dia de hoje me reservava um surpreendente e inesperado estado de ainda maior felicidade...

O dia passado na Serra da Arrábida foi mágico. Por tudo, e também por toda a sua envolvência. A Vida pode mesmo presentar-nos com aquilo que menos esperamos...

E para além de tudo o resto, naquele lugar senti a energia de sagrado. Fortíssima. E ao ler a frase do Frei Martinho afixada junto ao convento da Arrábida em que dizia "Se não estou no Céu, estou nos seus arrabaldes", eu senti que estava mesmo no Céu, e que o Céu estava mesmo comigo.

Curioso que o dia de hoje tenha vindo na sequência da meditação que ontem fiz na praia, que foi lindíssima. E curioso que o que tenha surgido nessa meditação tenha sido na sequência de uma conversa que tive com uma amiga na véspera, ao jantar.

Estes dias foram como que uma consequência de momentos muito difíceis vividos recentemente. E das férias cá dentro. Escrevo isto porque é importante que se saiba que quando aceitamos passar pelas nossas tristezas, fazer os nossos lutos, quando aceitamos fazer e passar pelo que a Vida nos propõe, a compensação vem a seguir.

A vida é cíclica. E feita de ciclos de fragilidades. A tal montanha russa. Depois da tristeza há-de vir a alegria. Vem sempre. Assim como depois desta alegria há-de vir outra vez a tristeza. Vem sempre.

E não esperar que a vida seja diferente disto faz parte da sabedoria de aprender a viver. E do estado de paz.

Por isso, não espero que este estado se mantenha. Nem pode. Senão talvez voltasse a tentar ser forte. Talvez voltasse a tentar ser resistente. E não ficava frágil. E não ficava sensível. E não vivia conectada.

Mas apesar da fragilidade, estes dias energizaram-me. Carregaram-me as baterias. E quando der outro trambolhão espero estar por isso mais pacificada. Com mais capacidade de aceitação.

Um dia lá em cima. Outro dia lá em baixo. Assim é a vida. E dou Graças, muitas Graças por isso. Obrigada a Jesus. Obrigada ao Céu. Obrigada a todos que me ajudam a viver. E que são muitos.




domingo, 4 de setembro de 2011

HAPPY.




O meu primeiro dia de trabalho depois de férias foi intensamente feliz.

Vinha triste. Custa-me sempre muitíssimo a separação do meu filho. E depois de estar com ele tantos dias, a despedida custa ainda mais.

E não contava que logo no primeiro dia de trabalho fosse tão profusamente compensada...Do princípio ao fim, foi cheio de grandes alegrias e grandes emoções...

Ouvi de uma pessoa com quem estive apenas pela segunda vez, que o seu sonho a partir deste encontro seria o de um dia estar no lugar certo a fazer o que era certo. Porque sentiu que era o que eu estava a fazer. E por vários motivos, vindo desta pessoa, quase desconhecida e bem sucedida profissionalmente, dito de uma forma tão emocionada, foi como que uma comprovação da alegria que sinto com o meu trabalho.

E passei o resto do dia a perguntar-me como é que é possível ter sido tão profundamente infeliz no trabalho que tive durante quase 20 anos e ser tão inversamente feliz no trabalho que tenho agora?

Toda a vida eu disse que só queria descobrir o que gostava de fazer porque não me imaginava feliz em nenhuma das profissões que conhecia. E são milhares. E já nos últimos anos, cansada de tanta frustração e vazio, costumava dizer que se descobrisse que o que gostava de fazer era pintar paredes eu iria pintar paredes. Agora sei que não havia ainda este trabalho. Foi como se tivesse estado à espera que este trabalho surgisse.

Entretanto a vida foi-me moldando. Cilindrando. Porque se eu não mudasse com tanta "cilindradela" não poderia fazer o que faço.

No segundo dia de trabalho, a mesma alegria. Ao fim da tarde fui com a Helena, a mãe dela e a Lurdes à praia. Levei champagne e flutes para brindarmos à nossa amizade e à alegria de estarmos juntas. Momentos de intensa felicidade.

E não é a vida uma montanha russa? Depois de ter estado tão triste, tanta alegria...

E tenho eu medo de montanhas russas...se ando todos os dias na maior que há: a vida...

Hoje, Sábado, fui sózinha para a praia. Um dia lindo...uma ligeira brisa com a tempertura ideal...água convidativa onde dei vários mergulhos...16 veleiros no mar...sentia-me tão feliz...tão acompanhada...e uma de pergunta veio do Céu: Hoje precisaste de alguem para ser feliz?

Há semelhança do que respondi há poucos dias a uma pergunta idêntica: não...de facto, não.

Lá está. A vida dá-me o que eu preciso. Não o que eu imaginava que precisava. Uns dias acompanhada, outros sozinha. E uns não são piores nem melhores do que os outros. Apenas diferentes.

E sentia-me tão feliz, que comecei a sentir-me culpada...culpada por estar tão feliz e ter o meu filho longe. Apesar de tudo o que sei sobre a culpa, não deixei de me sentir culpada. Até "ouvir" para não me culpar. Que se o meu filho não estava comigo, era porque não queria. Ele teve escolha. Há sempre uma escolha. Ele escolheu. Eu escolhi. E não nos podemos culpar. Escolhemos o que achavamos melhor de entre todas as escolhas possíveis.

Curioso é que quando lhe liguei e ele perguntou onde é que eu estava e com estava, foi ele que se sentiu culpado por eu estar sozinha. Isto da culpa é tremendo. Tenho sempre um enorme cuidado para ele perceber que quando eu digo que estou bem é porque estou mesmo. Mas como ele ainda não aprendeu a estar sozinho, não compreende.

E eu ainda preciso de muitos momentos sozinha porque ainda não sei ser sempre eu se estiver com as pessoas que amo. E tenho que aprender a ser sempre eu. Em todas as ocasiões e situações. Sozinha ou acompanhada.

E mesmo agora ao acabar de escrever estas linhas recebi um convite de um amigo que está cá em Lisboa e que não vejo há para aí uns 15 anos para ir amanhã à Serra da Arrábida...e eu que tanto queria conhecer a Arrábida...a vida não é incrível? E alucinante? Uma verdadeira montanha...russa...