segunda-feira, 29 de agosto de 2011

E O AMOR?...

Estava a observar alguem e a pensar como o nosso ego é subtil. E forte. E de como ainda são poucas, relativamente, as pessoas com consciência do que é o ego e de como actua.

E fiquei a pensar em como me tem custado tratar o meu ego...nas vezes em que a vida já me trucidou por causa dele...porque ao contrário do que a maioria das pessoas pensam ele é mais responsável pelos nossos medos do que por outra coisa. Assim de uma forma muito, muito simplista, é a energia oposta à nossa alma, que nos faz acreditar que não somos capazes, merecedores, e não só aquela energia que nos faz sentir superiores ou vaidosos.

A nossa alma não acha nada. Ela sabe quem é e que é única. Assim como todos são.

Já o nosso ego, entre muitas, muitas e importantes, outras coisas, é que nos faz achar que somos melhores ou piores. E que para o desactivar, e nos ligarmos mais à nossa alma, também entre muitas outras coisas, não nos podemos julgar a nós nem aos outros. Não posso julgar ninguém. Porque não sou melhor nem pior. Cada um está a fazer o seu trajecto o melhor que sabe e consegue.

E por isso já ouvi algumas vezes "lá de cima": Quem pensas tu que és? Quem pensas tu que és, para estar a criticar, ou julgar?

É duro de ouvir, vindo de Quem vem. Muito duro. Porque sabemos que não podia ser mais assertivo. E se diz, é porque é verdade. E se vem de Quem mais nos ama...bem...é porque temos mesmo que nos pôr em causa. E foi sempre o que mais me custou: pôr-me em causa. Já não. Mas nos início deste processo custava-me mesmo muito. Se eram os outros que me magoavam, achava eu, porque é que era eu que tinha de me pôr em causa? Não sabia, ou melhor, não assimilava ao ponto de conseguir pôr em prática, que aquelas situações eram atraídas pela minha energia, muita dela, memória kármica, e que por isso, se queria deixar de passar por aquelas situações, era eu que tinha de mudar. Mudar a minha energia.

E é isto que me tem dado realmente trabalho.

Ainda ontem ao acordar, estava a sentir uma leveza...uma paz tão grande...e às tantas...perguntei-Lhe : E o amor?...

Como se fosse muito bonito tanta leveza e tanta paz, mas ainda faltasse o amor.

E a resposta foi, mais uma vez, dura: E a leveza que estás a sentir no peito? Não te basta neste momento? Porque é que estás a perguntar pelo que achas que ainda não tens, se estás a ter agora, neste exacto momento, aquilo por que mais almejaste nos últimos meses? Depois de meses e meses a carregar um rochedo dentro do peito, feito de memórias kármicas que te fizeram muitas vezes sentir esmagada ao ponto de achares que nem ias continuar a respirar, como é que agora que não estás a sentir peso nenhum no peito, nenhum medo, nenhuma dor de que aquele rochedo era feito, em vez de desfrutar do que tens, dessa leveza e dessa paz, pensas no que não tens? Fica aí, fica dentro do teu peito. Deixa-te estar aí.

Parei. Estupefacta. Aquelas palavras, aquelas exactas palavras, tinham sido usadas por alguem que me dedicou uma musica há poucos dias. Realmente vamos recebendo muitos sinais e das mais variadas maneiras.

E quem estava a perguntar pelo amor que que eu acho que ainda não tenho, era o meu ego. Não era a minha alma. Porque o ego está sempre insastifeito. Ou melhor cria-nos sempre a sensação de insatisfação.

E Jesus foi ainda mais assertivo e perguntou-me: O amor que não tens? E o amor que tens? Tantos amigos, tanta família? Tantos amigos que são mais do que família? E o amor que tu também sentes por tanta gente?

Aprende a amar como amas os teus amigos. Não esperas nada deles. Não cobras nada. Não exiges nada. Ficas feliz com todo o amor que lhes dás e recebes deles. Não é isso que é o verdadeiro amor?

E não é verdade que quase não perdeste amigos na vida?

Muito poucos, é verdade. Quase nenhuns. E só me afastei de vez de quem me mentiu sériamente (parecem termos antagónicos mas expressam o que quero dizer). Porque quando me mentem há qualquer coisa que se quebra dentro de mim. E fico sem qualquer sentimento por quem me mentiu. Nem bom nem mau.

Quando andava no 11º ou 12º ano e fiz um teste psicotécnico para tentar perceber que curso havia de seguir, o psicólogo disse-me que estava muito surpreendido com o resultado. Primeiro, porque mostrava que eu tinha uma verdadeira aversão a todas as actividades relacionadas com medicina. Segundo porque revelava uma percentagem de sinceridade da minha parte de 90 e tal por cento. E que nunca tinha visto uma percentagem tão elevada. Respondi-lhe que eu acreditava que se mentisse a alguém estava a mentir a mim própria.

É claro, que já menti muitas vezes. Até porque fui advogada...Mas fora de brincadeira, foi para mim um verdadeiro horror, um verdadeiro suplício, sempre que o fiz. Não há justificação para se mentir. E finalmente agora tenho uma "desculpa" para não mentir. Tenho uma argumento para dizer sempre, sempre a verdade: é que tenho um compromisso com a verdade. E é tão fácil: não posso mentir. E gosto tanto de não poder mentir. Não tenho que escolher entre se minto ou não. Porque só posso dizer a verdade. Ou melhor: só posso dizer o que é verdade para mim. Aquilo que eu acredito que é verdade. Porque a verdade pode ser diferente para cada um de nós.

E também normalmente não fico afectada quando não dizem a verdade a meu respeito, ou pior, dizem mentiras. Para espanto da minha mãe, por exemplo, que acha que eu devia ficar revoltada. Mas eu acredito que a verdade vem sempre ao de cima. Mais tarde ou mais cedo. A vida leva tudo ao seu lugar. E nada fica por ser tratado. E todos passam pelas consequências dos seus actos. E eu que o diga. Por isso...

E ainda a propósito do teste psicotécnico...não é que com a verdadeira aversão a medicina, o meu trabalho, que eu digo sempre que é o melhor trabalho do mundo, é um trabalho de cura?!... Energética, espiritual, mas cura.

E quanto aos amigos...estou sempre a agradecer-lhes, e também a agradecer ao Céu pelos amigos que tenho...mas ainda tenho muito para fazer. Tenho que aprender a amar mais pessoas como amo os meus amigos.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E MAIS UMA VEZ ME RENDO




A propósito de ter tirado há dias esta foto com os meus LP's a que chamo vintage, de música que eu adoro, na meditação de hoje, Jesus perguntava-me: Gostavas tanto destes discos...e diz-me se eles te fizeram falta ao longo destes anos...

De facto...de facto não...os discos estiveram encaixotados e realmente a música não faltou. Aliás há cada vez mais acesso a música. E agora podemos ouvir música de graça, na internet, todas as músicas e mais algumas...e podemos ouvi-la de forma ainda mais confortável, em Ipods, etc, toda a música em todo o lado, de todas as formas...

E Jesus mostrou-me como quase todas as minhas coisas têm estado encaixotadas e como tenho vivido sem elas. E vivido bem.

E voltou a mostrar-me de que forma o meu apego às coisas e pessoas está simbolizado no meu mapa natal: Plutão e Urano na casa 2. Apêgo fortíssimo provocado pelo meu grande medo de perder. Próprio de quem tem memórias de já ter perdido muito. E não ter sabido lidar com isso. E por isso ter procurado ao longo da minha vida estabilidade e segurança. Tudo o que eu não tenho. Porque não posso ter. E não posso, porque ao contrário do que julgava, não é disso que preciso. Porque isso não é viver.

E por isso, nesta vida fui perdendo. Perdendo muito. Para tentar, agora, aprender.

Desde que saí do meu apartamento, não sei bem há quantos anos, mas talvez há uns 7 ou 8 anos, tenho quase tudo que era meu, em caixotes. E tenho vivido sem isso tudo. Sem o apartamneto e sem as coisas que lá tinha. E que tanto prazer me tinham dado a comprar. E de que eu achava que gostava tanto. E de que eu achava que precisava tanto.

Lembro-me que num dos primeiros cursos que fiz com a Alexandra termos feito um exercício em que era suposto entrarmos em contacto com a emoção de perder alguma coisa que nos custasse muito a perder. Eu não sabia o que é que me iria custar muito a perder, e decidi imaginar que ia perder a minha casa e tudo o que fazia parte dela. Na altura ainda não fazia ideia que isso ia mesmo acontecer e em breve. E fiquei surpreendidíssima com o que me custou fazer esse exercício...fiquei completamente arrasada por me ter custado tanto...não fazia a mais pequena ideia que estava tão apegada à casa e às coisas.

Quando, tempos mais tarde, tive que fazer isso na vida real, porque tive mesmo que deixar a minha casa, fiquei surpreendíssima, mas ao contrário...porque não me custou nada empacotar as minhas coisas e deixar a minha casa. E percebi que não estaria a reagir assim se não tivesse já feito o exercício. Já não foi um choque porque já tinha vivido a emoção.

Desde aí não tive oportunidade de desempacotar as minhas coisas. Mas fiquei à espera de as poder voltar a usar. E quando fui para Oeiras pensei que ia voltar a decorar com as minhas coisas. Mas não. A casa já tinha tudo. Até os pratos novos me foram oferecidos. E quase nada do que lá está é meu. Realmente não preciso de quase nada do que tinha. E até já tenho vendido umas coisas minhas. E tenho que vender ou dar mais. Desapego. Sempre o desapego.

E com isto de andar entre lá e cá, reduzo as coisas que uso ao mínimo, para não andar com muitas tralhas na viagem. Ou seja, cada vez uso menos coisas e preciso de menos coisas. Até o quarto onde durmo quando venho para casa da minha mãe, não tem quase nada meu.

Afinal, tudo aquilo que tanto me custou imaginar que ia perder, não me faz falta. Só não sabia. Porque aquilo de que precisamos realmente é muito diferente daquilo que nós achamos que precisamos. E uma das minhas grandes lições é a de que a Vida não me vai dar aquilo que quero, mas aquilo que preciso.

E o que preciso é de me sentir como um grão de areia. Solto. Que vai para onde o vento o leva. Neste caso, a Vida.

E até estas férias foram um exemplo disso. Pensava que precisava de mudar de ares, de viajar um pouco que fosse. E afinal quase não saí de casa e nunca viajei tanto...De um plano superior vi cá em baixo tantos lugares onde já vivi noutras vidas...viajei por tantos lugares e por várias dimensões...viajei com a Luz como se fosse o vento...Nenhuma viagem comprada em agência de viagens me podia proporcionar isso...não que essas viagens não sejam importantes, mas não era disso que eu estava a precisar. E a paz que eu encontrei quando viajei ainda mais fundo dentro de mim, mais para lá das dores e medos que me têm atormentado, não a poderia ter encontrado em nenhum local daqueles para onde me tinha apetecido ir para descansar.

Afinal, ir para fora cá dentro, foi o melhor destino de férias. Eu não sabia. Mas o Céu sabe sempre o que é melhor para nós. E não precisei de nada que eu achei que ia precisar.

E mais uma vez me rendo.

E como nada é por acaso...ontem a newsletter recebida do Livro da Luz foi esta:

"TEMPLO

Cada momento que passas contigo, com as tuas coisas, os teus pensamentos,
as tuas perguntas é um tempo sagrado. Tu és um templo. Toda a estrutura mo-
lecular e energética que constitui o teu ser foi feita para ser um templo.

Onde se reza. Onde se ora, onde se medita. Onde se interioriza. Onde se está, e
se respeita esse estar. Onde se chora e onde se ri, mas sobretudo onde se acre-
dita. Onde se acredita que tudo vai dar certo, que todos os esforços que foram
perpetrados em nome da evolução irão dar os seus frutos e que tu ainda vais
ser muito feliz.

Vais ser muito feliz, porque te respeitaste, porque passaste o tempo que era su-
posto passares contigo próprio, afugentando a ilusão e os fantasmas e enca-
rando a dura e difícil realidade de seres quem és com todas as tuas limitações e
desencantos. Mas também porque admitiste que nesse templo há uma dose in-
comensurável de fé e de verdade, e que viver nelas é alcançar o reino dos céus.

(...)"








quinta-feira, 25 de agosto de 2011

RIBEIRA DO PORTO - VÍDEO (Inesperadamente...)

Tirei estas fotos há poucos dias, quando fui parar à Ribeira do Porto, sem querer. Tanto este lugar como esta música têm um grande significado para mim.



domingo, 21 de agosto de 2011

INGRID BETANCOURT

Esta madrugada resolvi ligar a televisão (o que é raro) e apanhei uma entrevista a Ingrid Betancourt. A ex-senadora e candidata à presiência da Colômbia, que foi sequestrada pelas FARC em 2002 e foi libertada 6 anos depois, em 2008. Amplamente noticiado na altura. Durante esse período foi mantida em cativeiro na selva, e não se soube se estava viva ou morta.

Esta entrevista foi feita a propósito de ter escrito o livro "Até o silêncio tem um fim".

Foi das entrevistas a que mais gostei de assistir. Ouvia-a e sentia-a uma pessoa extremamente profunda, centrada e lúcida.

Para mim tudo o que ela dizia fazia imenso sentido, tudo reflectia aquilo em que acredito.

Não vi a entrevista desde o principio mas quando comecei a ver ela falava do que considera ser o estado de felicidade. Segundo ela é um estado de repouso. Um estado de alma que não depende do que se tem, do que se está a fazer, de onde se está, mas de se ter feito um esforço, de se ter feito o que tinha de se fazer, e de se estar agora repousar. Que ser feliz é uma decisão, uma escolha - independentemente do que não tenho, estou feliz com o que tenho.

O que mais me impressionou foi ter dito que o mais importante nesse periodo de sequestro, longo, em que foi continuamente torturada e humilhada, enfrentando condições de sobrevivência extremas, foi ter aprendido sobre si própria e sobre a condição humana.

Tomou consciência de quem era e do que tinha que transformar em si.

Até ao sequestro considerava-se a denunciadora dos corruptos. Logo, julgava-os. Ela era melhor do que eles. Mas em cativeiro, percebeu que nas condições em que vivia, também ela descobria sobre ela própria características que desconhecia e de que não gostava. Que afinal não era melhor do que ninguém, só ainda não tinha vivido em condições que lhe mostrassem isso.

Que tinha muita coisa para mudar, e dava por si, a pensar em detrmonados momentos que não podia pedir ao Céu a libertação porque talvez ainda não estivesse pronta para a libertação, no sentido em que ainda não tinha aprendido tudo o que tinha para aprender. Não tinha mudado em si tudo o que tinha para mudar.

E a fé foi descoberta ali. Nesses dias percebeu que mesmo no mais fundo do poço, mesmo em plena escuridão se podia ver sempre uma luz ao fundo do túnel. E que sentiu constantemente a presença de Deus.

Não se questionou Deus porque é que aquilo lhe tinha acontecido a ela. Porque nesse caso também se poderia perguntar: porque não a ela? Mas perguntou sim, como enfrentar e aprender com o que lhe estava a acontecer.

E que foi com a dor que ganhou consciência. Foi na dor que se conheceu e que se transformou.

Que foi na dor, na fraqueza e na fragilidade que descobriu a força.

E que está profundamente agradecida pelos 6 anos de sequestro. E tentou explicar isso com delicadeza. Não que tivesse gostado do sequestro e que não tivesse querido sair dali (aliás tentou a fuga várias vezes). Mas que de outra forma continuaria a ser a pessoa que era antes. E que afinal não queria ser essa pessoa. Prefere ser a pessoa que é agora.

Pesquisei agora na net, e o livro que a Ingrid tinha escrito no tempo em que era senadora, antes do sequestro, tem o título de "Raiva no Coração".

Numa entrevista ao Público, responde que já não tem no coração vestígios dessa raiva.

Impressionante. A vida é de facto, impressionante. E como digo sempre, não brinca em serviço. E se tivermos que ser trucidados para nos trsnformarmos, somos. E o resultado vale sempre a pena.







sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PROMETO SER-TE FIEL, AMAR-TE E RESPEITAR-TE ATÉ AO FIM DA MINHA VIDA.

Ao acordar, estava a sentir um misto de emoções: a alegria de estar com energia da minha alma e ao mesmo tempo a tristeza da falta que ela me faz, da distância a que me mantenho às vezes, de nem sempre saber viver conectada com ela...e chorava...

E de repente ouvi-me a fazer-lhe esta promessa: prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, até ao fim da minha vida.

Fiquei estupefacta! Mas isto é a promessa dos casamentos!!

Como é que estava a dizer isto sem sequer ter pensado nisso? Como é que foi tão espontâneo?

Lembrei-me agora de vir procurar na net o texto que se diz na cerimónia de casamento, para comparar, e segundo o que encontrei no blog de um padre (?!) o que se diz é : "Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida."

E eu estava a dizer à minha alma quase a mesma coisa...e percebo que me tenha saído isso de amar e respeitar até ao fim da minha vida...porque só depois da morte física nos voltamos a tornar unas..até lá estamos em dimensões diferentes, com frequências de vibração diferentes. Por isso é tão importante chamá-la agora para a minha vida...conectar com ela e viver conectada com ela.

Esta minha espécie de jura é realmente bastante curiosa, porque eu já disse muitas vezes que não concordo em absoluto com essa promessa que se faz no casamento. Porque ninguém pode jurar algo que não está ao seu alcance. Como é que alguém pode prometer amar outra pessoa até ao fim da vida e ser-lhe fiel também até ao fim da vida?

Só amar a nós próprios já é tão difícil...Mas nós vamos ter que viver connosco até ao fim, e por isso é bom mesmo que nos amemos...Agora em relação aos outros...há tanta coisa que muda nas relações entre as pessoas...elas próprias mudam constantemente porque a vida também muda constantemente ...e essas mudanças tanto podem aproximar as pessoas como afastá-las...é a lei da vida. Ou melhor a lei da atracção. Que na verdade também é a da repulsão.

E que culpa tem alguem por deixar de amar outra? Pelo menos da forma que amava...e só porque um dia, em que pensava e sentia de uma determinada maneira, que a fez acreditar que ia continuar a sentir e a pensar assim, fez uma jura para o resto da vida, é justo que tenha que continuar presa a uma pessoa, a ser fiel, mesmo que já não pense nem sinta dessa maneira?

E ao fazer essa jura não estamos nós a prometer não mudar nunca?

Para mim é a coisa mais absurda que se pode prometer: Eu não vou mudar e vou continuar a amar-te sempre.

Porque tudo o que eu tenho vivido me ensinou sobretudo isso: a importância da mudança. Mudar. Mudar. Mudar. É o que eu mais tenho feito. E se não mudasse não evoluía. Não crescia. Não tinha transformado a minha vida. Era a mesma Cristininha de há 20, 15, 10 anos, que por acaso ainda há horas vi em fotos...e por nada deste mundo eu queria voltar a ser ela...aliás ela não era ela...aí é que estava o problema...ela nem sequer sabia quem era...e por isso vivia uma vida que não era dela...e a tristeza nos olhos...muito bonitinha por fora...e por dentro, um vazio...

Ainda ontem disse a uma amiga que quase não me lembro de mim no tempo da faculdade, e é verdade...é como se quem lá tivesse andado não tivesse sido eu, e sim outra pessoa...e na verdade é quase isso.

Aliás, sei por experiência própria que isso não se pode jurar. Porque também eu jurei. Há 21 anos atrás. Levianamente. Ingénuamente. Ilusóriamente. E não cumpri. E não teve a ver com a minha vontade. Eu até podia querer cumprir, mas há coisas que não dependem da nossa vontade. São como são.

E já esta promessa à minha alma, não é brincadeira nenhuma: ser-lhe fiel, amá-la e respeitá-la até ao fim da minha vida (física) é das coisas mais difíceis e mais importantes que posso fazer em vida. Que ela e Ele me ajudem porque não sei se serei sempre capaz. E lá está, isto das promessas tem destas coisas. Prometo hoje. E amanhã? Serei a mesma pessoa que fez esta promessa? Vou pensar na promessa como o equivalente ao compromisso. Porque foi o compromisso que me trouxe até aqui.

E quando estava na net à procura da tal frase do casamento encontrei esta página de grupo do Facebook, com este título:

"CONTRA A MENTIRA NAS "JURAS" DO CASAMENTO!!!!!!!!!!!!!!!"

E ri-me.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DENTRO DE MIM

Ontem estava a chorar...pela enésima vez chorava uma das minhas maiores dores...uma dor da alma...uma falta de um alguem específico...e Jesus, no seu abraço de Luz, perguntou-me: tens ideia de quantas pessoas têm esse alguém na sua vida, têm esse companheiro, e não estão aqui, comigo?

E calei-me...serenei...Sim eu sei. Às vezes até posso parecer ingrata. Mas acho que não sou. Eu sei e agradeço por essa benção que é muito, mas muito, mais do que o melhor que eu pudesse desejar...Está para além do dizível, até...Só que esta dor é tão antiga, tão ancestral, está tão por debaixo da minha pele...

(A propósito daquela pergunta, também sei que não é Ele que nos escolhe, somos nós que O escolhemos)

E Disse-me mais: estás outra vez em contacto com esta dor, há dias ela foi novamente despertada, para te trazer até esta nova fase. Uma fase de ficares ainda mais contigo. E estás agora numa fase de mais recolhimento. E as tuas férias vão ser contigo e connosco.

E a verdade é que desde o principio eu sentia que não era para ir de férias a lado nenhum. E ouvia: "vais para fora cá dentro". E eu cheguei a pensar: parece aquele slogan do turismo...mas eu não tinha intenção nenhuma de ir para o estrangeiro, só para o Algarve. E como Algarve é cá dentro...não estava a perceber. A verdade é que nem para o Algarve fui.

E agora percebi. É para ir mas é para dentro de mim.

E eu sei que só assim é que a dor passa. Há-de passar. Às vezes penso que esta dor já foi tão chorada...mas a verdade é que que ainda não foi toda gasta. O tempo que agora demora a gastar é proporcional ao tempo em fugi dela. Séculos e séculos. Vidas e vidas passadas. Já morri por causa desta dor...E passei vidas a tentar fugir dela e quanto mais fugia mais a atraí-a. Como um jogo do gato e do rato. Mas tentar fugir é uma ilusão. Ela apanha-nos sempre. Porque a vida pode sempre mais do que nós. Por isso agora tenho que mergulhar nela de cabeça. Para passar de uma vez. E para eu mudar. Para largar mais, depender ainda menos dos outros e encher-me mais de mim... E a ajuda que o Céu nos dá também é proporcional. Na verdade, nunca estamos sozinhos porque o Céu está sempre connosco. Sempre. Principalmente quando enfrentamos estes desafios.

E ajudou-me mais uma vez em mais uma meditação para limpar a energia das memórias. Mais uma vida passada. Desta vez uma vida de cigana. Eu sabia que já tinha sido cigana. Há alguns anos uma cigana que entrou com o marido na loja da minha mãe olhou para mim e perguntou: você é um dos nossos, não é?

Limpar energia de memória é fundamental para nos ajudar a compreender o porquê de sermos confrontados com determinadas dores e aprendermos a lidar com elas e a libertarmo-nos delas. Sim, porque cada vez que enfrentamos uma dor ou um medo tornamo-nos pessoas mais livres.

E também percebi que a fase de recolhimento era o que eu já estava a sentir nos últimos dias.

Se isso vai afectar o blog ou não, não faço ideia. Ainda.





domingo, 14 de agosto de 2011

A CONSULTA EM MUNSTER.

Hoje estava a folhear uma revista e vi uma referência a um hotel em Lisboa onde trabalha uma rapariga que atendi há pouco tempo. Quando ela me estava a contar que tinha feito o estágio no estrangeiro, não sei porquê tive a sensação que deveria ter sido na Alemanha e perguntei-lhe. Ela respondeu que foi em Munster. A mesma cidade alemã onde fui com o meu filho há 2 anos atrás consultar um médico especialista em Sarcoma de Ewing.

A consulta foi no dia 14 de Agosto de 2009. Fez hoje precisamente 2 anos.

Quando o meu filho estava prestes a terminar o tratamento e perante a proposta dos médicos que o assistiam de fazer auto-transplante de medula óssea, resolvi, com o acordo do pai dele, consultar um dos maiores especialistas na doença dele. Neste caso o Prof. Dr. Herbert Jurgens. Também tinha tentado a consulta de especialistas norte-americanos, com a ajuda do meu afilhado João, mas obter um parecer deles implicava repetir todos os exames nos EUA, e como um dos médicos especialistas da Clínica Mayo me disse por telefone, o assunto era tão delicado que iria obter sempre respostas diferentes. Que quanto mais médicos consultasse mais diferentes respostas iria obter.

Contactei então aquele que na Europa seria o melhor especialista, e que dirigia a equipa no Hospital Universitário de Munster, que elaborou o protocolo para tratamento do Sarcoma de Ewing, que foi o seguido pelo IPO para o tratamento do meu filho.

Foi assim que comecei a correspondência com este médico e a sua equipa.

E este foi o primeiro email que enviei:

“Dear Prof. Dr. Herbert Jürgens

First of all, I'll introduce myself and my situation.
I'am a Portuguese mother, whose 16 years old son, named José Miguel,
was diagnosed with a Ewing’s Sarcoma in July, 2008.
Presently, he is being treated according to one of your protocol (Euro
Ewing), in the Portuguese Oncology Institute, in the city of Oporto.
Please find enclosed a copy of his medical report.
Her doctor advised a bone marrow transplantation but we would
appreciate to have a second opinion from a reference European Centre.
In that sense, Dr. (…)– from (...) advised us to contact you.
We can send you the Cd’d with the radiology files and also a more
complete medical report.
His last chemotherapy session will be on the June, 17. After, a BMT
(Bone Marrow Transplant ), in the short run, is seen as a possibility.
However, this possibility may not be consensual, so we are asking for
your medical expertise / opinion. We would really appreciate if you
would be so kind to receive my son, for a consultation.
We consider that it would be a great advance if you could receive Jose
Miguel.

Hope to hear soon from you

Best Regards

Cristina Molar”


Eu que tinha o meu inglês completamente enferrujado, vi-me na necessidade de estabelecer contacto nessa língua abordando assuntos que exigiam uma linguagem técnica.

Evidentemente que sozinha não teria conseguido, e as ajudas mais preciosas que tive e podia ter tido, foram da Adelina, tradutora e cunhada de uma grande amiga e que se tornou minha amiga também, que foi incansável, verdadeiramnete extraordinária, na tradução sobretudo de todos os relatórios médicos, de páginas e páginas, que tive que enviar para lá, e da Isabel, que me prestou sempre uma ajuda preciosíssima, que certificava que os termos médicos estavam correctamente traduzidos.

Entretanto no envio e recepção dos emails eu lá me ia desenrascando. Dezenas e dezenas de emails e telefonemas trocados com vários médicos, todos da mesma equipa. Foi assim durante 2 meses.

Com todo o tipo de contratempos e dificuldades inerentes a situações destas. Mesmo na última sessão de quimio o emu filho contraíu nova infecção de cateter. Se devia colocar novo cateter para o caso de fazer o auto-transplante, ou não. E se no caso de dever colocar, se colocava cá ou lá...Era tudo difícil de decidir. Pelo meio até fui confundida como sendo a médica do meu filho e não a mãe…

Dear Dr. Uta (…),

I´m sorry but I´m the mother of José Aires and not the doctor. However, please expect to receive soon an email of one of his doctors, named Dr (…).

The images on the last MR, dated March 18th 2009, are in the CD of IPO (Portuguese Oncology Institute), recorded in April 21st, 2009. In order to see the images, you must open the CD and execut the file "SeFILM - ShelExec".

Please let me know in case the problem persists and you are still unable to see the images. I´ll ask for another CD at the IPO (Portuguese Oncology Institute) and will send it promptly.

Thank you so much and my best regards

Olinda Cristina Molar”



Diz o ditado que a necessidade aguça o engenho e realmente não fazia ideia que era capaz de comunicar como comuniquei nem de estabelecer tantos contactos como estabeleci. Só perante provas de fogo como estas é que vamos tendo noção de que afinal somos capazes de coisas até aí impensáveis para nós...

No fim do mês de Julho, fomos eu e o meu filho, uma amiga, a Vânia, e os filhos dela, uns dias para o Gerês, mas lembro-me que passava grande parte dos dias a trocar emails com a Alemanha, porque o meu filho tinha uma série de exames e intervenções cirurgicas de preparação para o auto-transplante marcados para início de Agosto e ainda não sabíamos quando íamos ser atendidos na Alemanha.

Finalmente suspenderam-se as intervenções para viajarmos para a Alemanha porque a consulta foi marcada para 14 de Agosto.

Partimos, eu e o meu filho. Fomos atendidos pelo Prof. Dr. Jurgens e uma médica sua assistente com quem também eu já tinha falado. Foram de uma simpatia extrema. Quando o Prof. estava prestes a comunicar-nos a sua opinião, formada pela análise de todos os exames e relatórios enviados, e discutidos pela sua equipa, o meu filho sentiu-se tão, tão, nervoso e ansioso que pediu para sair da sala…Pedi-lhe que ficasse e enfrentasse o que viesse.

E a notícia foi das melhores que poderíamos ter recebido…quando eu traduzi ao meu filho o que o Prof. estava a dizer, e que era que não aconselhava a que se fizesse o auto-transplante, porque considerava que havia 80% de probabilidades de estar curado, ele levantou-se e agarrou-se ao Prof. a chorar… comovido, aliviado e agradecido...porque a hipótese de ter que fazer o auto-transplante estava a atormentá-lo seriamente...e ele e a nós...

O auto-transplante implicaria pelo menos um mês de isolamento total. Só médicos e enfermeiros poderiam entrar no quarto. Para além de outras condicionantes violentas.

O Prof. Jurgens perguntou-me se acreditava em Fátima…fiquei surpreendida com a pergunta…e que devia ir agradecer a Fátima e que preferia que eu continuasse a ir todos os anos agradecer a Fátima do que fosse todos os anos a Munster…

Perguntou-me ainda se eu iria ser capaz de viver com os 20% de probabilidade da doença reincidir.

E é assim que tenho vivido…




(foto tirada há 9 dias)



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

FIM DE TARDE NA PRAIA - MOMENTOS SAGRADOS


Ontem estava com o meu filho e os meus primos no Mindelo e de tarde todos quiseram ir para uma piscina em vez de ir para a praia. Eu perguntei: Então vou para a praia sozinha? E a minha prima respondeu: E não é como tu gostas? De ir sozinha?..E de facto é. Eu gosto muito de ir acompanhada mas também gosto muito de ir sozinha. E o fim de tarde na praia é, sempre foi, um momento práticamente sagrado para mim. E não troco o mar por nada. Se tiver o mar perto não entro de certeza numa piscina.

E lá fui. Eu, os phones e a Pink.

Durante a tarde fui tendo momentos tocantes...porque estava mesmo à frente da casa da minha amiga Laura, onde foi a festa em que fiz de DJ, e resolvi ouvir a música com que abriu a "pista de dança"- dos Alan Parsons Project - Eye in the Sky. E não estava à espera de sentir Jesus a chegar com essa música...as lágrimas começaram logo a cair e então é reparei bem na letra da música: "I am the eye in the sky, looking at you, I can read your mind..."...

Já recomposta, ao fim da tarde estava a olhar para o mar cor de prata e lembrei-me de Jesus ter dito uma vez à Alexandra que nós nos auto-restringiamos, que nos auto-limitavamos muito e que nem sequer olhavamos para o mais longe no horizonte, e neste momento eu tentei olhar para o mais longe possível e de repente Jesus voltou a aparecer...bem lá no fundo...onde o céu toca a àgua...o embate emocional quando isto acontece é sempre fortíssimo. E acho que até agora impossível de descrever por palavras. E mais uma vez Lhe disse, como sempre faço, que O escolhia. Que O escolhia, aonde quer que isso me levasse. E Ele respondeu: já te levou ao mais longe de onde se pode chegar: a tocar o coração do Homem.

A emoção foi brutal, mas eu compreendi o que me estava a querer dizer. Não que eu tenha chegado ao mais longe de onde se pode chegar, claro que não, nem pouco mais ou menos, mas que já fui mais fundo do que poderia imaginar. No sentido que fui mais fundo dentro de mim mesma e conheci energias que fazem parte de mim, que desconhecia. E que quanto mais me conheço, mais conheço os outros. E por isso se sentem mais compreendidos. Mais aceites. Mais amados. Mais tocados.

E não conto isto no sentido egóico (espero eu) mas sim porque o entendo como benção. Não um dom. Mas uma benção. Por nos dispormos a percorrer o nosso caminho. Com tudo o que isso implique. E que às vezes é até extremamente difícil. Mas sempre, sempre, altamente compensador. Daí a minha constante gratidão.

A seguir senti-me a ser puxada muito para cima, como se estivesse a ser pegada por debaixo dos braços e ouvia: Larga, larga tudo...E dizia-me isso, para eu poder subir mais alto, em frequência de vibração, porque quanto mais nos desprendermos e desapegarmos daquilo e daqueles a que nos agarramos, mais leves ficamos e mais alto subimos...

E o desapego não tem nada a ver com o Amor. Desapegar não é deixar de amar. Desapegar é deixar de depender. E por dependência, por medo, mantemo-nos agarrados a pessoas e coisas...Quando simplesmente amamos, respeitamos a nossa liberdade e a deles...e já não queremos prender...o que tem sido das maiores e mais difíceis lições que tenho aprendido. E que ainda estou a tentar praticar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

HOJE FAÇO ANOS



Hoje faço anos. Sempre gostei de ser eu a escrever aos meus amigos antes de eles me darem os parabéns.

Gosto de lhes dizer o quanto eles me fazem feliz e gosto de partilhar com eles a felicidade que sinto neste dia. Também sempre gostei de fazer anos.

Ontem uma senhora veio oferecer-me uma prenda porque se lembrou que a atendi o ano passado no meu dia de anos. E diz que nunca mais se esqueceu do dia porque ficou impressionada com a minha felicidade. Eu própria me encarrego de dizer que faço anos. Fiquei muito emocionada.

Mas impressionantes são sempre as "prendas" que recebo nesta data.

E não podia imaginar que este ano ia receber uma data delas. Qual delas a melhor.
E uma foi a estadia em minha casa esta semana de três grandes, grandes amigas. Desde a faculdade, há 27 anos.

Os meus dias têm sido de uma alegria e felicidade indescritíveis. É dificil explicar como nos divertimos tanto juntas...como confidanciamos...como estamos em paz...e como cada dia tem sido melhor do que o outro...dias absolutamente inesquecíveis.

E o dia de ontem, último dia dos meus 44 anos, correu da melhor maneira e terminou melhor ainda. Fim de tarde fantástico com elas na praia. Que incluiu uma meditação com alguns dos momentos mais emocionantes que já vivi em meditação. Uma festa de anos que o Céu me estava a fazer...bem...não dá para contar...porque não há palavras...

Já a caminho de casa sentia-me no Céu...

Meia noite na baía de Cascais. Jantar magnífico e a seguir surpresa: endrominaram-me para conseguirem comprar ramo de flores na minha frente sem eu que eu me apercebesse... Emocionada por todo o carinho e amor que já recebi e o dia ainda agora começou.

E antes que amanheça quero aqui deixar escrito que este blog e as pessoas que o leêm contribuem muitíssimo para minha felicidade. Estão no meu coração e sorrio muitas vezes só de pensar nisso.

E porque hoje é um dia especialmente feliz para mim quero partilhá-lo convosco. Porque mesmo que não saibam eu tenho um carinho especial por cada pessoa que lê estas linhas. Um carinho e uma gratidão imensa.

Gratidão, que hoje sinto especialmente pela minha vida!...Hoje dei tantas Graças...tantas...Hoje e sempre, mas hoje porque esta idade, esta fase da minha vida está a ser a melhor de sempre, sem dúvida nenhuma. E a Antónia, com quem não tinha comentado nada disto, depois de me fazer uma limpeza energértica hoje, disse-me: Engraçado...as tuas células estão todas abertas em estado de gratidão...

Hoje ainda vou ter a benção de trabalhar, de fazer o melhor trabalho do mundo...e depois rumar com as minhas amigas para o Porto. Abraçar o meu filho e os meus pais. Festejar com eles, com os meus amigos, esta data, é das melhores prendas que posso ter.


Abraço todos e cada um de vós.