sábado, 9 de abril de 2011

MAIS COMBOIOS

Não acredito que me vou aqui a rir sozinha, no comboio, outra vez…tive que pegar no computador para disfarçar e ver se paro…e lá vou eu escrever outra vez…

De manhã avisei no FB que estava perigosamente bem disposta…E a minha prima que também é Olinda deixou um comentário para eu ter cuidado com os malabarismos, e na verdade eu e a Tati, que decidiu de repente tentar ir comigo para o Porto, viemos para a estação a tentar fazer um malabarismo de trocar o meu bilhete para um horário mais tarde e irmos juntas no comboio…entretanto dava tempo para irmos a casa dela buscar a mala e a coelhinha (quando eu telefonei para a CP a perguntar se ela podia levar um coelho…não sei porquê não tive coragem de dizer logo que era uma coelhinha e disse um coelho…comecei a rir-me e o rapaz que me estava atender desatou à gargalhada…- e eu que tinha tanto a certeza que ia descambar nisso…)

Bem, mas quando chegamos à estação já faltavam menos de 30m para o horário do bilhete que tinha comprado e como foi comprado on line já não trocaram…

Ficamos desoladas…já estavamos a imaginar a risota da nossa primeira viagem de comboio juntas…continuar a saga do almoço…

É que hoje à hora de almoço tinha sido um verdadeiro festival…que começou quando ela me ouviu dizer ao Rui que ele era a pessoa que mais me fazia rir…quando a Tati ouviu fez uma cena, mas que cena… é verdade que já lhe tinha dito que era ela…mas é que eu e o Rui (para que não haja equívocos, sou tão amiga dele como da mulher dele, a Lena, quer dizer sou um bocadinho mais amiga da mulher dele…-isto é só para o picar…) descobrimos que temos um karma …e à custa disso começamos a picar-nos de uma forma que nos faz rir tanto, mas tanto…diáriamente, que hoje disse-lhe que afinal o nosso karma era um karma hilariante. A Tati não perdoou e tive que andar a correr (literalmente) atrás dela para lhe garantir que ela era a segunda pessoa que mais me fazia rir…o que eu fui dizer…pior a emenda que o soneto…na verdade eles são as duas pessoas que mais me fazem rir…agora imagine-se o que é trabalhar com eles…um luxo! E a Lena ri-se só de nos ver rir…E também vai dizendo umas piadas pelo meio…Por isso aquele texto de que já aqui falei, que eu escrevi há uns anos em que dizia que um dos meus sonhos era trabalhar num sítio onde me risse à gargalhada, não se podia ter concretizado melhor.

Alto, o rapaz que vai ao meu lado atendeu agora o telefone…de repente pensei que era brasileiro, disse “Oi”mas não…é muito interessante…vai entretidíssimo a jogar playstation…

Há pouco entraram as pessoas da estação do Oriente…estava a observar, uns com camisola de futebol…um com t-shirt dos Moonspell e cabelo quase pela cinta, ficaram uns poucos encravados aqui à beira do meu banco…uns para lá e outros para cá…e ficou tudo quieto à espera que desencravasse…estavam todos à espera uns dos outros e ninguem se mexia…iam ficar assim eternamente até que um mais iluminado se apercebeu e falou…mesmo assim ninguém se mexeu e como eu estava a olhar ele começou a rir-se para mim…e uma senhora lá se arrumou e pronto…andamento…

Estamos a chegar a Santarém…será que vai entrar aquela rapariga contorcionista? Deixa ver.

Uma rapariga vai ali à frente desesperada a tentar falar sem rede: “diz agora, diz agora, diz agora…”

Não a contorcionista não está. Pelo menos não a vejo.

O rapazinho aqui ao lado tira um pacotinho de bolachas e eu lembro-me de um pacotinho de chocolate que o Jorge me deu hoje e que eu guardei para o comboio. Vou comê-lo. Não ao Jorge. Ao chocolate.

Por falar em Jorge, a Antónia que trabalha na mesma sala que ele, hoje mostrou-me um texto meu que foi publicado num blog da Alexandra– http://vidaspassadas.blogs.sapo.pt/. Adorei ver.


Agora vai aqui o altifalante a falar…NÃO ACREDITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Aconteceu à hospedeira, ou lá como se chamará à senhora que está a falar, o mesmo que me acontece a mim: TEVE UM ATAQUE DE RISO enquanto informava que o serviço de bar já estava aberto…

A tal senhora que estava a tentar falar sem rede, mas agora fala sem sobressaltos, deve ir uns 4 ou 5 lugares à minha frente e eu ouço a voz da pessoa que está a falar do outro lado…

Para vossa informação: o rapaz à minha frente vai a ler uma notícia com o título “SEX ZEN” -vai estrear o primeiro filme porno em 3D. Fico a reflectir sobre como será isso…

Que giro, pelo reflexo do vidro da janela vejo que 2 bancos à frente vai um casal de velhinhos e ele faz festinhas na cara da mulher…

Desde que escrevo aqui tornei-me uma cusca e agora até quero ouvir música mas tenho medo de perder algo interessant…paciência vou mesmo pôr os phones…Abre com David Guilmour.

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiii….Acabou de me acontecer uma vergonha enorme…só para aprender a não estar aqui a rir-me dos outros!…ainda me sinto corada…

O rapazinho do lado pediu-me desculpa e disse que achava que eu tinha ligado os phones no sítio errado do computador porque se ia a ouvir a música alto…e o mais engraçado é que ele próprio vai com phones…por isso isto devia estar a umas alturas…para ele ouvir…eu disse que não acreditava que isto me tinha acontecido…a ir a incomodar toda a gente e comecei a rir-me mas de vergonha…e a rapariga do outro lado do corredor começou a rir-se também…É sempre assim, já aqui disse e é verdade, não posso pensar nada de ninguem, julgar nada sobre ninguem, porque numa questão de dias, horas, minutos e às vezes até segundos, acontece-me a mesma coisa que critiquei…

Valha-me Deus!!!!... Agora liguei os phones ao Ipod para não correr riscos.

Em abono da verdade, também não acredito que alguém fosse incomodado a ouvir Guilmour…

Ipod abre com U2.

Telefonema da minha prima Sara. Quase perco rede e quase faço a mesma figura da senhora da frente…
No meio da conversa a Sara diz-me que dentro de uma hora vai falar na FNAC, perante uma assistência, sobre Turntablism, enquanto representante em Portugal (ela e o irmão Pedro) da IDA (International Dj Association). Para quem não sabe - como eu, que tive de lhe perguntar- diz a Wikipédia que Turntablism é a arte de manipular sons e criar músicas usando turntable fonógrafo e um DJ mixer. (A palavra turntablist -não há tradução para a língua portuguesa- foi criada em 1995 pelo DJ Babu[1] para descrever a diferença entre um DJ, que apenas reproduz discos, e um que exerça por tocar e mover as músicas, e um misturador para manipular som. O novo termo de co-ocorrência com um ressurgimento da arte de estilo hip hop, DJing, foi criado na década de 1990. O turntablism é um dos quatro pilares básicos da cultura hip hop).

Disse depois a Sara por sms que correu bem (ela é a adrenalina em pessoa) e que estava lá um "cota" muito espantado a olhar e a interrogar-se do que é que ela estaria a falar...imagino...isto de ouvir falar em turntablism provoca uma certa perplexidade...

Lá está, estou a enjoar e vou parar…vou meditar…

RIBEIRA!!!!!!!!!!!!!!!!!..............................BEAUTIFUL!!!!!!!!!!!!!!!
E não é que quando olho para a Ribeira começa a dar Moby??? …Why does my heart feel so bad? Whay does my soul feels so bad? Extraordinário.

No caminho para casa do rádio saem os primeiros acordes de “Everybody Hurts” dos REM, e o meu pai diz-me que é uma música do Carlos Bruno. Eu olho para o visor do rádio a ver se seria um estação pirosa, com uma qualquer versão desta música (embora não seja hábito do meu pai, que sempre apreciou boa música) mas não, eram mesmo o REM…não contenho uma gargalhada, porque já tinhamos tido uma discussão sobre a versão original, e explico que são os REM…e o meu pai responde que tem um CD do Carlos Bruno que é tal e qual…e eu fico a pensar o que é que leva uma pessoa como o meu pai a comprar o CD do Carlos Bruno…

Pelo caminho dá-me a notícia da morte de um vizinho,que eu praticamente só conhecia de vista, num acidente de tractor. O senhor, com 63 anos, tinha-se reformado e comprado o tal tractor há 3 ou 4 meses para se entreter e andava a limpar o terreno de um filho que ia construir uma casa quando se deu o acidente, há 3 dias.

Já em casa a minha mãe contou que quando foi dar os pêsames à família, a filha dele, muito mais nova do que eu, lhe pediu para me entregar um grande beijo, que já não me via há muitos anos (embora só viva a cerca de 200m da casa da minha mãe) mas que sabia que o pai lhe tinha posto o nome de Cristina porque gostava muito de mim. E que queria tanto dar à filha o nome de Cristina que foi registá-la sem perguntar à mulher se concordava com o nome…

Paz à sua Alma.

3 comentários:

Lurdes disse...

Estas viagens de comboio são fantásticas … Aprende-se imenso…
Olinda continua a relatar estas histórias porque são tão reais, tão reais …
Nota-se …
Pelo menos espalhaste musica pela carruagem … E boa música …
Que bom …
Estou à espera do livro … mesmo …
Um abraço
Lurdes

Helena, Rui e Olinda disse...

Realmente, perante o mesmo evento cada um tem uam reacção diferente.
Foi o caso das tuas intensões de trocar o bilhete e levar uma coelha de estimação para o Porto de comboio. A Dona da coelha ficou tão triste que veio cá a casa buscar colinho e consolo.
Vou dizer ao Rui que gostas um bocadinho mais de mim do que dele e, já sabes vai aumentar o vosso carma hilariante.
Beijos
Lena

Olinda Cristina disse...

Já soube, Lena, e já compensamos isso...fomos juntas para as loucas noites do Porto...estar com a Tati é sempre uma diversão tão grande que chegou a um ponto que não conseguia conduzir de tanto rir...Amanhã é que vamos fazer juntas a viagem de regresso a Lisboa, no comboio, de madrugada. Não é boa, essa de ser um karma hilariante??? É que é mesmo. Um beijo grande amiga.