domingo, 6 de março de 2011

EU E OS LIVROS

Como na sexta feira só tive bilhete para o último comboio, enquanto esperava fui para a FNAC do Vasco da Gama. Na FNAC sinto-me em casa.

Há alguns anos atrás, há uns 9 ou 10 anos, um grande, grande, amigo meu, ensinou-me, precisamente na FNAC, a sentir a energia dos livros. E a escolhê-los em função dessa energia.

Assim, quando entro numa livraria já sei que é para ler ou comprar um livro específico, que vou descobrir qual é quando olhar para os expositores.

Às vezes é sobre temas de que não estava nada à espera.

Como na sexta feira. Entrei, percebi qual era o livro, que nem sabia que existia, e sentei-me a ler algumas páginas.

Quando achei que estava tudo lido, levantei-me e passeei mais um pouco por entre os livros. Que eu adoro. Sempre adorei. E fiquei por ali a pegar em alguns e passar a mão pela capa, pelos que me atraem, tal é o carinho que me despertam, mesmo sem os ter lido.

(A propósito hei-de tentar encontrar e publicar um vídeo que vi uma vez sobre as crianças índigo, no Japão, que folheavam os livros muito rapidamente, sem ler, algumas até parecia que ficavam a cheirar, e depois conseguiam dizer de que é que o livro falava, mesmo sem o terem lido. Era verdadeiramente impressionante.)

Acabei de passear na FNAC, sem descobrir mais nenhum livro para ler.

Quando fui para o comboio, vi o stand da Bertrand que está lá no meio da estação e entrei. Pensei: mais livros? Ainda não vi tudo por hoje? E comecei a passear e a olhar para as capas. Eram milhares, obviamente. Não encontrava nenhum que achasse que era para pegar ou ler. Decidi sair. E nesse momento olho para um dos livros da Alexandra, “A Era da Liberdade” e percebo que é aquele. Mas eu tenho este livro há anos... Já o li e reli imensas vezes. Mas era para eu pegar e peguei. Era para abrir à sorte. Abri. Li aquelas duas páginas. E fiquei siderada. A precisão do que li, deixou-me ali especada. Como se estivesse ali escrito, para eu ler naquele preciso momento. Impressionante. Que entre milhares e milhares de livros, sejamos guiados até, não a um livro, mas às duas páginas específicas de um livro...Que nos fazem sentir que estão a falar connosco e a dizer-nos exactamente o que precisavamos de saber naquele preciso momento...Por mais que isto se repita nunca deixo de me espantar...E senti como uma bênção a chegar até mim. Fui para o comboio com os olhos cheios de lágrimas e muito, muito, feliz…

1 comentário:

Graça disse...

Não é coincidência, mas comigo passa-se a mesma coisa em relação à FNAC.
Quando estou triste ou angustiada lembro-me da FNAC e lá vou eu, vendo títulos, escolhendo um e sentando-me naquele corredor agradavel folheando e lendo um livro.
Nunca me tinha lembrado, mas ao ler-te identifiquei o que sinto: A energia do livros..
Ainda bem que li o teu blog, fez-se luz sobre a magia da FNAC.
Abraço forte.