domingo, 3 de abril de 2011

MENSAGENS- e o dia que era para ter sido e não foi

Ontem, apesar de ter tido um dia magnífico, adormeci muito triste. E acordei mais triste ainda. Não parava de chorar. A Lena e o Rui tinham-me convidado para voltar a passar o dia com eles no veleiro. Não sabia o que fazer. Achei que não devia ir neste estado. Que só iria para lá chorar…Depois pensei que até me fizesse bem, ir e apanhar sol e o choro com certeza que iria passar…Na dúvida, resolvi tirar uma mensagem do Livro da Luz. Saiu a 136.

“HOJE É O DIA
Hoje não é dia para fazeres nada do que estás habituado. Não é dia de perdurar, nem de acalmar as hostes. Nem de orar. Nem de sair. Nem de desabafar. Hoje, não é para te recostares ao sol, nem para apreciares a lei.
Não é dia para rasgares a voz, nem para bradares aos céus.
Hoje não é para correr, hoje é para parar.
Quieto. Assim. Triste. Pois é. É dia de ficar, ficar simplesmente na imensidão do mundo e pairar, na ponta da minha mão.
(…)
Hoje é dia de algo que só quem já foi, só quem já sentiu, só quem acede pode saber o que é.
Jesus”

Se tinha dúvidas, deixei de ter. As mensagens são de uma precisão impressionante. Que às vezes até assusta.

Disse à Lena que não ia e expliquei porquê.

Fiquei então em casa. A deixar o coração bater, somente. E enquanto ele batia eu chorava. Muita coisa se revelou. Muita coisa se desmontou...Até o sol passar pelos vidros da minha sala e me envolver no sofá onde estava deitada...Até eu começar a serenar…

Ao fim da tarde, já tranquila, resolvi ir respirar o ar da praia. Mas ainda estava sol. Pensei se não deveria ir mais tarde. Mas entretanto a minha senhoria chamou-me. Queria aconselhar-se comigo sobre o sobrinho neto que está a viver com ela desde que perdeu a avó, há um ano. E que já tinha perdido a mãe, quando era bebé. Como ele é da idade do meu filho ela queria saber se estaria a ser demasiado rígida com ele. Nestas idades, e sendo Indigo, são muitíssimo rebeldes e desafiadores.

Quando me preparava finalmente para sair, as duas meninas que hoje estavam em casa do meus vizinhos búlgaros pediram-me para lhes chegar a bola que tinha caído no meu jardim. A mais nova perguntou-me se eu gostava muito de plantas para ter um jardim tão bonito…eu respondi que a casa não era minha, era da senhoria, que mora no andar de cima. Perguntei se ela também gostava de plantas e ela respondeu que ainda era muito nova para gostar, que ainda só tinha oito anos…quando eu lhe disse que a minha sobrinha também tinha oito anos e que adorava flores, que andava sempre a colhê-las e a pô-las em cestinhos, ela sorriu e foi embora…como quem diz: afinal não é bem como eu pensava…

Com isto tudo o sol já se tinha ido embora…e podia cumprir melhor a proposta da mensagem de não me recostar ao sol…

Passei no Mc para comprar uma bebida e fui sentar-me na areia…junto à água. Estava vento e felizmente tinha-me agasalhado, seguindo o conselho da Lurdes, professora de Medicina Tradicional Chinesa, que me disse que na Primavera os chineses aconselham que nos protejamos do vento na zona occipital, porque são as “portas do vento”…

Não me demorei e voltei para casa.

Tinha anoitecido.

Sentia-me mais serena.

Tirei outra mensagem, para saber se tinha cumprido o propósito da mensagem da manhã. Saiu a 217.

“O TEU ELEMENTO
Fizeste o que devia ser feito. Apesar de tudo, das dificuldades, dos obstáculos e da tua própria resistência, fizeste o que devia ser feito.
Apesar da tristeza.
Sobretudo, apesar da tristeza.
Fizeste o que tinhas de fazer para voltar à tua frequência original, para voltar ao teu elemento, para voltar a ti.
Porque uma pessoa que não está na sua frequência, que não está no seu elemento, está descentrada, não se foca no seu centro energético e humanamente pára de viver.
Porque a vida é uma aventura mas só para quem consegue viver dentro de si próprio. Até pode ir aos outros, até pode sair de si de vez em quando. Mas tem de voltar. Tem de saber voltar e fundamentalmente, tem de gostar de voltar.
Tem de gostar do que encontra. Porque, se não gostar, não quererá ficar aí.
E quem não quer ficar, foge.
E foge para fora. Para os outros. Para as coisas da matéria. Não te esqueças de que a matéria é como um filme. Tem luz e cor. Tem som. Tem movimento.
Dentro de ti é escuro, não há movimento e não tem cor.
Mas é subtil e brilha. E a subtileza e o brilho são a chave do céu.
Sempre que focas a tua atenção para fora de ti, e vais atrás do filme, da vida, estás a ir atrás do movimento, da luz e do som, desces à frequência da matéria - que, como os filmes, é pura ilusão.
Cá em cima é que está a verdade. Dentro de ti é que está a verdade.
Nesta dimensão aparentemente escura e pesada, está a chave da tua felicidade.
E quanto mais tempo passares nela, melhor vais percebê-la e mais valor darás ao brilho e à subtileza.
Sabes que a matéria é tudo menos subtil.
E daqui a um tempo, quando aprenderes a respeitar essa tua dimensão interior, quando aprenderes a voltar, vais começar a ir.
Para já, fica. Fica em ti. Escolhe-te a ti em detrimento de tudo o resto.
Fica. Fica.
E um dia, à força de tanto te conheceres, de tanto te sentires, vais saber que não há absolutamente mais nenhum lugar para ir.
Porque eu estou aí.
Jesus”

Como sempre, de uma precisão impressionante.

Se eu não tivesse respeitado a mensagem, e não tivesse respeitado a minha tristeza, ela ia continuar a pesar e a acompanhar-me nos próximos tempos. Se eu chorasse de vítima ou de revolta ela também continuaria. Assim, como chorei só porque estava triste, gastou-se…

É o ciclo das fragilidades...ora feliz...ora triste...assim é a vida...

7 comentários:

Lurdes disse...

Mais uma vez escreveste com uma clareza e experiência de vida incrível. Não é fácil respeitar ...
Com um dia de sol lindo... Só uma alma grande como a tua, sente e intui o que deve fazer ou melhor não fazer. A matéria tem luz e cor, tem som e movimento... Mas que importa o filme, se na verdade para deixar a tristeza passar tinhas que ficar contigo, olhar para o interior, vive -lo, senti-lo.
Que bonito transmitires este dia, pois de certo conforme me ensinou e mudou, irá também ajudar mais alguém.
Que importa o exterior se no nosso interior temos todos os instrumentos, para a nossa luz brilhar...
Obrigada por partilhares ...
Um abraço
Lurdes

Olinda Cristina disse...

Intuir, intuímos sempre...desde que acordei que sabia que não devia sair de casa...mas às vezes é tão difícil...que precisei de tirar a mensagem. E não podia ter sido mais clara. Já tenho dito que estas mensagens já quase me salvaram a vida. E conheço casos em que literalmente, salvaram a vida.
Obrigada eu, por estares aqui Lurdes...
Abraço

Olinda Cristina disse...

Além de ser difícil para nós não resistirmos a passar por este processo, também não é fácil para quem é nosso amigo e gosta de nós, porque a tendência é tentarmos fazer qualquer coisa para ajudar. A Lena sabe perfeitamente o que é passar por estas fases e que por mais que se goste não se pode fazer nada. E por isso lhe pedi autorização para publicar o email que ela me enviou ontem à noite, que vou publicar a seguir.

Olinda Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Olinda Cristina disse...

E-mail que a Lena me enviou ontem à noite:

Minha querida amiga,

Este e-mail é só para saberes que pensei o dia inteiro em ti e no teu processo. Apesar de não o querer interromper estou aqui e adoro-te.

Um grande, grande xi-coração para ti,



Fiquei feliz demais por teres gostado de andar de barco. Assim, já podemos repetir milhares de vezes.

Lurdes disse...

Incrível!
Estou feliz porque tenho a felicidade incrível de conhecer estas duas pessoas tão especiais ...
Tenho que agradecer lá acima esta dádiva!
Este reencontro que tem sido um marco tão forte e persistente no meu crescimento espiritual ...
Um abraço para as duas ...
Lurdes

Olinda Cristina disse...

É uma felicidade também para mim conhecer-te, Lurdes. SEmpre aqui. Grande abraço.