sexta-feira, 10 de junho de 2011

TELEGUIADA

Cheguei há pouco de Lisboa. Vim de boleia com a Cristina. Não a via desde há uns 3 ou 4 anos, quando a atendia na Boavista. Mas quando a vi hoje confundi-a. Com uma rapariga que há tempos também me deu boleia do Porto para Lisboa. E quando lhe disse que hoje também vinha para o Porto ela ofereceu-se logo para me trazer. Eu comecei por recusar, não queria que ela esperasse por mim. Mas ela fez questão e eu fiquei toda contente. E disse-lhe: já me me deu boleia do Porto, e hoje vai dar-me para lá. Ela riu-se mas não disse mais nada.

Já vinhamos quase a meio do caminho quando percebi que ela não morava no Porto mas numa cidade próxima. Estranhei. A rapariga que eu pensava que ela era, morava na Boavista. Comecei a olhar melhor para ela e a tentar perceber que imbróglio é que eu estava a fazer...E caiu-me a ficha. Que grande confusão...grande e engraçada...É que quando há tempos aceitei a boleia da outra tal rapariga, estava convencida que ela era esta, a Cristina. E quando hoje vi a Cristina, pensei que ela era a outra. O primeiro sinal foi quando entramos no carro. Não era o mesmo, mas também quando fui de boleia com a outra rapariga ela vinha meio atrapalhada a conduzir, porque o carro não era dela, era do irmão. Hoje,pensei que esta carro era diferente, porque era o dela. Mas estranehi a desenvoltura ao volante...pensei...olha a diferença que faz ela estar a conduzir o seu prórpio carro...mesmo assim, não parecia justificação suficiente...tão faladora e tudo...mas que diferente que ela está...vinha espantada...até perceber a confusão...e contei-lhe que a tinha confundido. Ela riu-se e respondeu que realmente não tinha sido ela a dar-me boleia. Mas que foi bom eu ter feito a confusão, porque de contrário eu podia não ter aceitado a boleia dela.

Mas mais engraçado ainda, é que se não fosse ela eu não teria conseguido vir para o Porto hoje. À hora de almoço a Filipa entrou de rompante na cozinha e perguntou: Olinda, tu vais para o Porto hoje? Vou. Sabes que não há comboios? Que é greve? Não me digas, não sabia. Olinda, em que mundo é que tu vives? Estás outra vez na Lua???...E ria-se e eu muito espantada a olhar para ela. E respondi: é incrível, porque uma rapariga do Porto, que está aí, acabou de me oferecer boleia...quer dizer que se não fosse ela, eu não teria como ir para o Porto...E é que a greve é hoje e amanhã, e mais não sei quando...Bolas! E eu que tenho um casamento amanhã...então se não fosse ela ia ser muito difícil ir...E a Filipa ria-se enquanto comentava como era incrível como estas coisas me aconteciam. Porque ainda há dias vim em dia de greve. Sem saber. E apanhei o único comboio que saiu do Porto. E cheguei ao Cais do Sodré e vi que o único comboio para Oeiras seria às 10:20H. Já eram 10:25H, nem apressei o passo convencida que de que já o tinha perdido e a pensar como é que me ia desenrascar...quando cheguei à gare, estava lá ele, parecia que estava à minha espera, porque, apinhado de gente, mal eu entrei e ele arrancou...E não foi a primeira vez que me aconteceu isto, em dias de greve...Uma vez, também sem saber que era greve, como sempre acontece (porque eu não vejo noticiários, aliás, não vejo televisão)ao contrário do costume, e sem saber porque o fazia, dirigi-me para a paragem do autocarro. Chegou logo um, e fui ao meu destino. Soube depois da sorte de ter apanhado aquele, porque não havia comboios, nem metro, nem taxis, e autocarros também eram raríssimos, e eu sem saber que raio me tinha dado na cabeça para ir de autocarro...Acho até que foi a primeira e única vez que fui de autocarro.

Ainda na passada terça-feira fui ao Bairro Alto com a Tatiana. Estavamos num bar/Cup Cookies, o Tease, e eu queria fotografar uma das paredes, onde estava escrita a lista das bebidas com nome de músicos, mas nem eu nem a Tati temos máquina fotográfica. E a menina que nos atendeu, a Jamile, apercebeu-se e ofereceu-se para tirar uma com o telemóvel dela e mandar-ma por Bluetooth. Entretanto chegou a vez da Tati no cabeleireiro em frente, e eu fiquei a beber o chocolate quente que ela não teve tempo de beber. A Jamile riu-se e disse-me que se fosse a mim jogava no Euromilhões...porque parecia ter muita sorte...Não lhe respondi, mas não é propriamente sorte...é mais ser teleguiada...E tinha tanta coisa para contar a esse respeito, que dava para escrever um livro...

3 comentários:

Lurdes disse...

Que engraçado... Realmente ... és mesmo teleguiada e pegando nas tuas palavras, e repito tuas ... Terminas o texto desta forma: "E tinha tanta coisa para contar a esse respeito, que dava para escrever um livro..."
Se tens a matéria mais prima para escrever o livro, porque esperas?
Deve ser para ajudares a trabalhar a Tolerância dos teus fãs... Pois sentem estas ligações energéticas e aguardam com amor e dedicação... O livro ...
Um abraço
Lurdes

Pedro Quitério disse...

Ao ler estas palavras, lembrou-me o Mr. Magoo, dos desenhos animados da minha (nossa?) juventude. Apeteceu-me imenso rir, também ele fazia tudo sem se preocupar e nada lhe acontecia, tinha sempre alguém que lhe resolvia as situações em cima da hora...também ele era teleguiado, se bem que com ele era uma questão de falta de visão, mas o efeito era o mesmo...não se preocupava e também não devia ver televisão...Heheheheh
Eu, como a Lurdes, atentos bloguistas..., esperamos o livro ansiosamente...
Foi bom voltar a ler histórias da Olinda.
Abraço e beijinho.
PQ

(Minha filha Rita tem coisas para lhe contar do último nível V...até já lhe dei seu endereço de email)

Olinda Cristina disse...

Lurdes, Pedro, que bom, que bom!!! Vocês são tão divertidos, fazem-me rir...Essa de trabalhar a tolerância do fãs, Lurdes, teve muita piada...E o Mr. Magoo, Pedro...também sou meia pitosga...olha que dupla de bloguistas aqui se juntou...

Ah...e não vou escrever o livro (pelo menos por agora, digo eu) mas vou já escrever outro texto, apesar de serem 4:30h da matina.

E Pedro, fez muito bem em dar à Rita o meu email. Beijinhos e abraços para vocês e para ela.