quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FREIRAS NA OPRAH

Acabei de ver no programa da Oprah (sim, estou a render-me à televisão, aqui em casa da minha Mãe a televisão está quase sempre ligada) uma reportagem sofre umas freiras. Dominicanas de Maria, creio eu. De Maria, eram.

Nunca pensei em ser freira, até me afligia um bocadinho pensar nos votos das freiras. Embora nos anos em que vivia deprimida tivesse pensado muitas vezes em ir bater à porta de um convento. Não para me tornar freira, mas para ser acolhida por elas. O que eu mais queria era que tomassem conta de mim. Também ansiava muito que um médico olhasse para mim e percebesse como eu estava doente e me internasse. Hoje percebo que isso nunca aconteceu porque iria alimentar a minha vitimização e não me fragilizaria como acabei por fragilizar a tentar fazer uma vida "normal". Completamente sem forças.

E hoje chorei quando mostraram imagens do dia em que as freiras fazem os votos, e que consideram ser o dia do casamento com Jesus Cristo.

O que mais me emocionou foi vê-las deitadas no chão de barriga para baixo, simbolizando a morte da sua vida antiga. Não imaginava que faziam esse ritual.

E eu em momentos limite, também me deitei no chão e disse que me rendia. Rendia-me ao Céu. Rendia-me à Luz. Rendia-me a Jesus. Rendia-me a Deus.

Rendia-me à Vida e ao que ela me tirava. Rendia-me à Vida e ao que ela me trazia.

As freiras testemunharam sobre a sua vida sem pertences de qualquer espécie e de como isso é libertador.

O que sempre pensei das freiras é que a vida delas de certa forma é muito mais fácil. Porque fazer as mesmas opções que elas fazem e continuar a viver a vida real é muito mais difícil. Viver na família e na sociedade em que continuam a esperar de nós, a pressionar-nos e em que temos que fazer constantemente escolhas que reflictam a nossa alma, em que temos de dizer "não" tantas vezes, parece-me mesmo muito mais difícil.

O mais engraçado é que eu soube que quando iniciei o trabalho que tenho agora, contra a vontade da minha Mãe, ela foi pedir auxílio ao meu irmão, e ele respondeu-lhe que ela não podia fazer nada, porque era a minha vida, e era a mesma coisa que eu tivesse querido ser freira...

E na verdade, eu tenho assumido compromissos com Jesus...

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