domingo, 6 de novembro de 2011

MORE SYNCHRONICITY

No último texto falei nos sinais...nas coincidências... da importância de fazer coisas sozinha...porque apesar de viver sozinha, andar para trás e para a frente sozinha, também preciso de ir a eventos, a sítios sozinha, e logo no dia seguinte a ter escrito isto, ao entrar no gabinete duma amiga vejo em cima da secretária dela um CD de um filme, que foi o primeiro que eu fui ver sozinha, numa sessão da meia noite - o "Comer, Orar, Amar". Aliás foi a primeira iniciativa que tive depois daquele reading de Jesus. Engraçado isto...como se agora estivesse a continuar o que comecei ao ir ver esse filme sem companhia, o que para mim na altura não foi fácil, mas logo se revelou numa grande conquista.

Também falei de Louredo, terra natal da minha avó Bertina, que só visitei uma ou duas vezes na minha vida. E quando disse que nunca ninguém me falou em Louredo, nesse momento lembrei-me da minha professora Lurdes, porque foi a única pessoa, de que me lembro, que me falou em Louredo, porque tem uma amiga que tem lá um restaurante (por sinal, com vários prémios gastronómicos- www.cozinhadaterra.com).

E não é que a professora me ligou no dia seguinte?

Fiquei atónita. Não falavamos há mais de dois anos.

A professora Lurdes, como eu ainda lhe chamo, foi a minha professora da primeira classe. No colégio de Baltar. Que foi inaugurado nesse ano (ora...1972). Um colégio com arquitectura muito moderna, de freiras, mas de freiras estrangeiras. Sim, que para mim, isso fazia diferença. Considerava-as de mente mais aberta. E eram. Dentro do que era possível. Tanto que andavam pelo mundo. Eram holandesas, filipinas, alemãs, etc., como a Irmã Nicomedes, ou a irmã Glicéria. Foi a irmã Nicomedes a primeira pessoa a dizer-me que havia uma cidade com o meu nome, Olinda, no Brasil, porque ela já lá tinha estado. Falavam todas com sotaque, lógicamente.

Mas voltando à professora Lurdes: era linda, linda de morrer...tinha uns olhos verdes ou azuis, lindíssimos. Teve um acidente gravíssimo nesse ano e esteve meses sem dar aulas. Mas deixou-me marcas profundas. Ou não fossem os nossos professores primários instituições kármicas. Por isso nos marcam tanto.

E passados anos, muitos anos, voltei a encontrá-la. Passados 34 anos. Ou seja, há cinco atrás. Ainda mais bonita, se possível. Elegantérrima. Artista. Com filhos artistas. Ela tem casa em Rebordosa, uma casa diferente. Mas durante muito tempo não viveu lá. E foi quando voltou que nos reencontramos. Fizemos amizade. Convidou-me para jantares em casa dela. Que coisa engraçada...tornar-me amiga da minha professora da primeira classe...

Como tinha muita experiência de ajudar a amiga no tal restaurante de Louredo, ajudou-me a organizar o meu jantar dos 40 anos. Só tive um dia para o fazer, porque tinha chegado de véspera do Brasil. Foi comigo às compras e ajudou-me em tudo. A cozinhar e a fazer a decoração. Até fez os pratos vegetarianos para as minhas amigas vegetarianas.

Com a doença do meu filho e a minha ida para Lisboa, voltamos a desencontrar-nos. E quando agora me ligou contou como já andava há tempos para me ligar. Mais uma vez, fiquei emocionada. Falamos das saudades e marcamos encontro.

E no Sábado passado, o meu Pai diz-me ao almoço que a tinha encontrado e que ela queria falar comigo. Sim, eu sei, já me ligou, respondi, contando a coincidência. Até porque Louredo, que deu origem à coincidência é terra da mãe do meu Pai.

E então o meu Pai conta-me uma situação que lhe tinha acontecido na véspera. De duas pessoas que lhe pareceu ver ao longe, e nesse momento essas pessoas passam ao lado dele...ou seja, não era a elas que estava a ver, mas nesse momento elas afinal estão ao seu lado...O meu Pai estava intrigadíssimo com a situação. E voltou a contar de uma vez em que estava no Alentejo e se lembrou de uma pessoa de Rebordosa e poucos minutos depois encontrou essa pessoa lá no Alentejo...Ele conta este episódio como o mais intrigante que lhe aconteceu...Eu ri-me. E comentei que sobretudo para quem é céptico como ele isso possa ser deveras intrigante. E ele dizia que já acreditava...já acreditava nisso da energia porque o que lhe tinha acontecido não tinha outra explicação...

E já estava eu a escrever este texto quando, ao ligar a televisão, vejo este vídeo do Sting (no âmbito de uma entrevista em que ele fala da relação dele com a espiritualidade através da música)...Já aqui falei de como esta música tem sido importante para mim...e de como Jesus já me tem falado através dela. Sincronicidades...Synchronicity, por acaso é o nome do album a que pertence esta música...


1 comentário:

Lurdes JC disse...

Ao ler este texto, veio-me a saudade, a lembrança da minha professora da escola primaria. Foi sempre a mesma...
Tenho saudades partiu há alguns anos, conhecia-me melhor qualquer outra pessoa, se calhar melhor que eu propria... Foi e será sempre um marco importante na minha vida. Como te compreendo!
Estas sincronicidades da tua vida sao incriveis. Realmente ele existem coisas! Ao falares neste filme, acaba de ser um sinal para mim, ando para vê-lo há imenso tempo e nunca consigo... Acontece sempre qualquer coisa... Sempre... Ainda nem sequer o comprei!
Como ate me chamo Lurdes e como etc.
Vou tentar ver o filmes e agradecer-te mais uma vez, por nos ofereceres momentos como estes... Teus, mas que avivam os nossos, pelo menos os meus.
Bj
Lurdes