O meu vizinho hungaro chamou-me para ver os últimos quadros dele. Nunca o tinha visto pintar animais. A minha máquina só me deu tempo de tirar estas fotos, antes de ficar sem bateria.
Os quadros são uma delícia mas ver a facilidade com que pinta é ainda mais deliciosa.
Delicioso também é a forma enviesada como fala português.
Perguntava-me ele se um quadro não for pintado com o coração e com paciência, quem é que o compra?
E dizia-me que um quadro não é arte. É energia. E que quem compra não sabe porque compra. Sabe que sente qualquer coisa quando olha para o quadro. Sabe só que aquele quadro o energiza, mas porquê não sabe. E que quando as pessoas sentem isso em relação a um quadro o dinheiro aparece para o comprarem.
E que isso do dinheiro é relativo. Tenhamos muito ou pouco gastamo-lo.
E que a vida é demasiado curta para perdermos tempo com estupidezes. E que não é o trabalho que interessa ou o que ganhamos com ele mas o que sentimos quando fazemos. E que na verdade o que ele, George, faz, não é pintar, é passar energia.
(Esta foto já tirei há alguns meses).
1 comentário:
Parece-me que o George sabe das coisas que realmente importam! :)
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