domingo, 10 de junho de 2012

A PARTIDA, DELES E MINHA, PARA A NOVA ETAPA

A partida da corrida estava marcada para as 13h e pelo meio da manhã fui andando para o recinto.

Ia com um aperto no peito. Como se também eu estivesse de partida. Tudo o que tenho sentido relacionado com esta corrida tem sido bastante intenso.

Ao entrar vi muito movimento, muita gente e perguntei-me se teria ido tarde demais, que às tantas não ia conseguir um bom lugar para assistir à partida.

"Não te preocupes, tu és VIP!" O Céu tem um sentido de humor que me transcende, como transcendente é tudo que é Luz.

"Esqueces-te que também és comandante de um barco. Por isso o teu lugar aqui está guardado."

Já estava a ver as comitivas dos países das equipas, árabes vestidos a rigor, dragões chineses...e ia começar a fotografar a eito, quando vi que não tinha trazido o cartão da máquina. Pensei logo em ir a casa buscá-lo.

"Não vais nada. Não é para fotografares, é para te manteres centrada e conectada."

Realmente, no último minuto antes de sair de casa, tive a intuição de ir buscar um chapéu, o iPod e os phones. Senti claramente que era uma chamada de atenção do Céu, porque inicialmente tinha pensado que não era preciso. Mas do cartão ninguém me lembrou...Realmente, com tanto atractivo eu iria perder-me nas fotos e não iria concentrar-me no que mais tinha fazer: sentir e conectar.

Cheguei mesmo a tempo de ver os veleiros largarem da marina, antes das últimas provas...e as lágrimas começaram a cair-me. Vi logo que ia continuar nesta triste figura até ao fim.

Fui para outro ângulo do recinto para acompanhar as provas dos barcos no rio antes da partida, mas já estavam tantas centenas de pessoas junto ao muro que dá para o rio que não estava a imaginar como é que iria ter um bom lugar. Parecia impossível. O que me vale é que já sei que não há impossíveis quando as coisas têm que acontecer. Espreitei por entre as pessoas e vi que na primeira linha, ou seja, no muro onde as pessoas se sentam, estava um lugar vago. Provavelmente haveria uma boa razão para ninguem se sentar lá. Com certeza estava reservado. Mas tive a sensação de que aquele lugar era para mim. Atrevi-me a passar por entre as pessoas até me aproximar do senhor que estava sentado ao lado do lugar vazio e perguntar-lhe se me podia sentar. Ele respondeu que sim. E espantosamente lá fiquei eu sentada na primeira linha, de frente para o rio, a ver os barcos a fazer as provas mesmo ali à minha frente. De onde via bem o bugio que Jesus tantas vezes me mostrou como ponto de partida para o desconhecido. Os phones foram mais úteis do que podia imaginar. A música ajudou-me a conectar e alhear-me do grupo de espanhóis à minha volta que estavam a apoiar a equipa da Telefónica e que falavam sem parar.

Foram mais de duas horas com os barcos em prova, à minha frente. A maior parte do tempo estive de olhos fechados, e a chorar. Via-me no meu lindo barco branco de luz, a acompanhá-los. Uma emoção brutal. Eles sabem que vão para Lorient. Eu não sei para onde vou. A minha viagem há-de ser outra, é de nível espiritual e energético, apenas, penso eu. Mas curiosamente vão passar nos Açores, e há dois dias atrás estive com um rapaz de lá que me falou no preço das viagens a propósito da minha vontade de lá ir. E assim que me despedi dele tive que ir ao multibanco, e no ecrã da máquina apareceu uma promoção de viagem para os Açores.

Houve um momento em que Jesus me disse que eu tinha que ir o mais leve possível, o barco exigia leveza, e era energética, emocional. Que eu tinha que libertar os ressentimentos. E nesse momento senti que o entusiasmo pela nova etapa me estava a ajudar a libertar alguma energia pesada e densa de acontecimentos recentes.

Logo depois senti Jesus pegar-me ao colo, dar-me um beijo no rosto e dizer-me que eu nunca tinha estado tão leve...e eu senti uma felicidade muito maior do que eu...

Aa emoções que estava a viver eram de uma intensidade incrível. Estava a sentir mais entusiasmo do que medo. A presença da energia de Jesus tornou tudo mágico..

Neste vídeo publicado na página da Volvo Ocean Race sobre a partida de Lisboa, vê-se bem a imagem do Cristo Rei, da Torre de Belém e do Bugio, e mostra bem o que lá se passou hoje. As imagens são absolutamente extraordinárias. A magia da ligação de Lisboa com os barcos. E a minha alegria de ter assistido a tudo, ao vivo, e a viver a minha própria preparação para partida num veleiro de luz branca, de formato igual ao deles, é indescritível.



Finalmente, Jesus, na dimensão de luz, onde nos encontravamos, por cima do rio, perguntou-me: "Estás pronta?"

Eu conscientemente abri mais o canal para deixar mais luz entrar, disse-lhe que me entregava, e fiz um gesto de rendição, inclinando-me para a frente.

Nesse momento, nas costas do meu corpo de luz começaram a crescer umas grandes asas. Enormes.

"Isto é para te mostrar que a ajuda do Céu é proporcional à entrega e à rendição. Quanto mais te inclinas para a frente, quanto mais te rendes, maiores são as asas. Se o desafio é grande, a ajuda também é. E além da nossa ajuda estas asas vão ajudar-te a voar sempre que precisares de o fazer."

Chorei. Chorei. Chorei. Os espanhóis deviam estar admirados com o que é que eu estava ali a fazer. Senti que com as asas poderia sobrevoar as ondas de tempestade, quando ela viesse.

Há muito tempo que estava com os olhos fechados e phones nos ouvidos, não sabia que horas eram, não estava a ver e a ouvir o que se estava a passar à minha volta, mas neste momento ouvi as palmas da multidão que lá estava e percebi que em simultâneo também tinha sido dada a partida dos veleiros.

Os veleiros que eu vi chegar quase à meia noite de 31 de Maio e acompanhei até hoje. Fotografei-os ao longo destes dias, durante os quais foram reparados e participaram em provas e regatas. A foto em que eles estão no rio foi tirada de minha casa. Fiz muitas filmagens também, mas requerem edição, assim como as muitas fotos que tirei em todos os eventos. Sempre com a Pink, a máquina que a Lurdes Jóia me ofereceu por indicação de Jesus. Ele bem sabia a importância dessa máquina na minha vida.

Mas o último texto do blog da Lena e do Rui também tem fotos tiradas por eles: http://www.marvelaesonhos.blogspot.pt/

A propósito, também não há-de ser por acaso (que sei que não é) que agora vivo com eles, que são um casal de velejadores. Curioso também é que no dia em o Céu me mostrou o meu barco de luz, eles me tinham convidado para velejar com eles, e eu preferi ficar em casa e ver as regatas da janela. Ainda bem, porque apanharam ondas que me teriam arrasado. Por outro lado, não quis ir para um veleiro a sério, mas tive um em luz. Da aventura não me livro.

Com este texto e estas fotos, deixo a minha a homenagem a estes heróis da corrida mais dura do mundo, que sem o saberem, marcaram a minha vida e assinalam o começo de uma nova etapa.

SO LONG AND GOOD LUCK!

















6 comentários:

Pedro Quitério disse...

Impressionante essa tua conexão...

Até parece fácil... esse sentir e receber respostas a toda a hora...

É verdadeiramente viver ao sabor das ondas, viver sem saber para onde o vento te leva, sem preocupações, encarando a vida como uma Aventura...

E é isso mesmo, entregar-se às emoções sem vergonhas, sem receios...

Vais certamente transpor a nova etapa.

Ai... quem me dera estar nesse estado de entrega...

Grande abraço
PQ

Helena, Rui e Olinda disse...

Tendo em conta que vives aqui na Terra não te livras de por em pratica uma voltinha animada no Harmony. É como Jesus diz " A acção consolida a energia"
Vai-te preparando amiga.
Beijos diretos do Harmony para casa!!! :)

Rodrigo disse...

Oi Olinda

Lindo... :D

Faço as minhas palavras as do Pedro... :D

Boa Viagem ;)

Olinda Cristina disse...

Obrigada, Pedro, e grande abraço:)))) Ao publicar as fotos lembrei-me de ti porque me encontraste lá em flagrante :) E tb pensei que não foi por acaso que a Ritinha lá esteve :)))

Olinda Cristina disse...

Alô Harmony! Daqui, casa, cambio! Ai Lena, que me tenho lembrado do que me disseste, de tentar subir ao mastro do Harmony e ia dizer que não ponho aí os pés tão cedo, mas pelos vistos não vai tardar nada...Vou tentar preparar-me e ir ali para varanda, habituar-me às alturas. Aqui sossego total, Tiazinha e canário dormem, e eu estou quase. Beijos para os dois! Escuto!

Olinda Cristina disse...

Obrigada, Rodrigo :))))) Um abraço grande como tu!