sexta-feira, 20 de julho de 2012

APARÊNCIAS

Estava numa fila de trânsito e a reparar no carro à minha frente. Familiar e já um bocado antigo. Que "aparentemente" em nada condizia com o rapaz que o conduzia. Perguntei-me como se sentiria ele naquele carro. Se se identificava com ele ou não. Se se sentiria julgado em função dele e se isso seria indiferente para ele ou não. Felizes os que não são condicionados pela opinião dos outros.

E os que se importam com a opinião dos outros? Estão a sujeitar-se a uma opinião de alguém que tem opinião. Que acha alguma coisa. Neste caso, concreto, que julgará a pessoa pelo carro. Pelas aparências. Então, muitas vezes estamos a preocupar-nos com o opinião de quem julga. De quem acha que uma marca ou modelo de carro é importante. De quem avalia pelo que se tem e não pelo que se é. E porque havia uma opinião dessas de nos afectar ?

Estava tão absorta nestes pensamentos que nem me dei conta que ele já não estava à minha frente mas na fila ao lado e a par de mim. Tanto ele como a namorada (seria?) estavam com o pescoço esticado, a espreitar para mim. Fiquei surpreendida. Porque estariam eles a olhar? Depois achei que devia ser por causa do tipo e volume da música. Também devem ter achado que a música não condizia comigo...e ri-me.

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