terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

PERFECT DAY

Carcavelos?!...

Não estava a perceber porque é que tinha de ir para Carcavelos. Já tinha percebido que não era para passar o meu dia de folga a passear por Lisboa, como tinha planeado, mas sim para ir para a praia, mas continuava sem perceber porquê Carcavelos. Se há praias de que gosto tanto mais perto e até onde posso ir a pé...e se hoje até sou um golfinho, como Jesus me tinha dito ao acordar, porque é que não posso ir para a Praia dos Golfinhos, por exemplo, que é tão pertinho daqui?

Mas porque é que eu estava a argumentar? Por reacção mental. A nossa mente procura sempre um argumento lógico. E quando me dou conta desta reacção até eu me canso de mim. 

"Queres passar um dia perfeito? Deixa-te guiar."

Já no comboio, pensei o costume: Devia ter vindo mais cedo, para aproveitar mais. 

Apre, que sou mesmo cansativa. Mas a minha cabeça hoje não se cala?!...

Assim que vi o areal e o mar sorri abertamente. Que maravilha! Que sol quentinho! Que mar tão azul e tão calmo! Deixei-me guiar para o sítio certo. Não tinha ninguém por perto.

Descalcei-me, estendi a toalha na areia e deitei-me.

"Se tivesses vindo mais cedo a maré não estaria tão vaza e o areal não seria tão extenso.  E não poderias estar tão isolada. Precisas de estar assim, sem interferência de nenhuma energia que não seja da natureza porque vou activar a tua hipersensibilidade."

Senti a formar-se à minha volta um enorme círculo de Luz. E como se essa energia de Luz me estivesse a isolar do contacto com qualquer outra energia. Como se tivesse deixado de ouvir os sons da praia.

Vi Jesus a pegar no meu coração com as suas enormes mãos de Luz e a lavá-lo na água do mar.

"Estou a lavá-lo de toda a dor que tens sentido."
  
Senti-me tão comovida, que mais uma vez senti que tudo vale a pena para passarmos depois por momentos como este.  

"Não rejeitaste os desafios que te tenho proposto. Ainda que não os tenhas compreendido, aceitaste-os. Ainda que te tenha doído até aos ossos fizeste o que te pedi. Este é o teu grau de compromisso. Ontem chegaste à conclusão que não interessa tanto o que as pessoas sentem, mas sim o que fazem com o que sentem. Hoje eu digo-te que não interessa tanto o que os outros fazem com o que sentem, mas sim o que tu fazes com o que sentes. E tu fizeste o que tinhas de fazer. Se os outros fazem ou não, já não depende de ti." 

"E agora sim, vais nadar neste mar como um golfinho."

E se já estava a chorar de comoção, neste momento chorei mais ainda. Sentia-me como um verdadeiro golfinho, livre e leve a nadar num imenso mar azul. Até que me senti a voltar ao meu corpo deitado na areia. O sol aquecia-me e sentia-me embalada pela ondulação do mar. Uma paz envolveu-me. Mas uma paz que não era deste mundo. Uma paz e um calor. 

"Essa é a paz dos justos. Dos que fizeram o que tinham que fazer. E esse calor é o do meu manto; o manto com que te cubro."

Parecia a mensagem do Livro da Luz (de Alexandra Solnado), que se intitula "Calma" e que tem este texto:

Há uma calma.
A calma dos justos. Daqueles que fazem o que tem de se fazer.
Daqueles que estão onde têm de estar.
Seja esse lugar o que for.
E essa calma é a maior prova de que tudo o que acontece é para acontecer. Mas essa calma é mais.
Quer dizer que também fizeste o que era preciso para que as circunstâncias se desenrolassem. 
É a calma do "Finalmente, o fim." É a calma do dever cumprido.
Do dever cumprido e da alma emancipada.

Jesus



Adormeci. E quando acordei Jesus sugeriu-me que fosse para a esplanada esperar pelo pôr do sol. Pareceu-me perfeito. Próprio de um dia perfeito como Ele tinha prometido.

Sentei-me numa mesa sem ninguém muito perto, virada para o sol. Sentaram-se dois rapazes ao meu lado. Eram músicos e conversavam sobre os ensaios das  suas bandas. Perguntei a Jesus se me podia ir embora ou para outro lado. Que não. Chegou um amigo deles. Organizaram as cadeiras de maneira que um deles ficou quase em cima de mim. O que estava em frente até lhe chamou a atenção: "Olha que estás quase em cima da senhora." Pediram desculpa e afastaram-se mais um pouco. Mas veio o empregado da esplanada dizer que não, que não podiam afastar tanto a cadeira, que aquela cadeira tinha que estar de costas para a praia e a uma determinada distância da mesa. E isso gerou uma reacção do terceiro rapaz, o que tinha chegado por último e que também era músico. Uma reacção hilariante. Com comentários hilariantes. Uns atrás dos outros. O que me fez rir à gargalhada. Todos ríamos à gargalhada. Indigos no seu melhor, a sentirem-se desafiados no confronto com regras que lhes pareciam absurdas. Às tantas estava a sentir-me um bocado envergonhada de estar ali a rir-me tanto com três estranhos.

"E se te divertisses, só? Em vez de te envergonhares?"

É que não me parecia uma situação muito normal.

"De normal já não tens muito. E congratula-te por isso.  Por todo o trabalho que tens feito em desmontar tabus e preconceitos. Que como vês não servem para nada e só te impedem de te divertires mais e de seres tu."

Assistimos ao pôr do sol e fomos todos embora.

Quando estava a chegar a casa pensei em como o dia foi realmente perfeito. Mas não sabia que ainda não tinha acabado.

Encontrei nas escadas um vizinho que ainda não conhecia e que me interpelou a propósito das obras no prédio. As obras têm aspectos tão caricatos que acabamos por nos rir à gargalhada.  Estavamos os dois surpreendidos com tanta risota, durante mais de meia hora, entre duas pessoas que não se conhecem e ainda por cima a propósito de um tema que não costuma ser cómico. Mas já não me envergonhei. E entrei em casa a agradecer a Jesus pelo dia perfeito.

"Porque te deixaste guiar." 





9 comentários:

Miguel Amaral disse...

Olá Cris, obrigado por mais uma bela crónica. <3

Emoção, alegria, risos, lágrimas, muita emoção, "Rapture", fico assim enquanto leio, ansioso, que o texto não acabe, preciso deste tipo de leitura como se fosse um alimento...

Obrigado por te conhecer e existires!

Um grande beijo azul!

Olinda Cristina disse...

Miguel!!! Vais-te rir!!! Ainda estava aqui às voltas com a publicação do texto porque não estava a conseguir publicar o vídeo e até apanhei um susto quando me pareceu que tinha eliminado o texto sem querer...e de repente vi que já tinha um comentário e pensei: "Como é que eu fiz um comentário ao texto?????" LOOOOOOOOOOOOL Fico imensamente feliz por ser um comentário teu, que aprecio sempre tanto!! Eu é que agradeço por te conhecer, Miguel! Beijinho azul!

Anónimo disse...

É tão bom quando nos sentimos assim... Como umas florinhas, acabadas de desabrochar! À espera dos primeiros raios de sol, das primeiras gotas da chuva, do cheiro da terra molhada...
Sinto-me muito bem, quando através das tuas palavras, consegues descrever todas as tuas alegrias, emoções e dias perfeitos como este, golfinho!

Obrigada, pela luz que emanas pelas palavras.

Miguel Amaral disse...

Já me ri, naturalmente :)))))

LOLADA!!!

Um beijo enorme azul <3, muito obrigado!

Diogo disse...

=,)
...wow...
Eu sei que já te disse lá no curso, mas vou dizer aqui.
O que partilhas funciona mesmo como um autêntico portal de Luz, para a Luz... E ainda por cima fazes-me transportar essa energia de confiança de luz, na luz, para o meu dia-a-dia! Mesmo que ande mais distraído, quando eu leio algo teu fazes-me voltar a levantar os pés da terra. (Como é irónico muitas pessoas quererem estar com os pés bem assentes na terra quando descolá-los é imensamente mais maravilhoso)

Mais uma vez, digo-o incansável de o dizer, Obrigado! Bem Hajas Olinda por escolheres seres quem és verdadeiramente, deixares-te Guiar e partilhares isso com todos.

Nota-se que te faz maravilhas e... magia das magias, alquimia das alquimias, faz-me tão bem a mim! Faz-me mudar certas coisas em mim para melhor. (Isto sem me desresponsabilizar do meu caminho, claro)
Posso seguramente dizer-te - porque sinto e transporta-me em parte para algumas bênçãos que tive quando creio que me deixei guiar - que vou sorrir mais à conta de ler umas simples mensagens cristalinas tuas.

Abraço Maravilhado *-)

Anónimo disse...

És linda <3

Anónimo disse...

És linda <3

Maria do Carmo disse...

Olá Olinda!!!Foi mesmo bom viajar até Carcavelos (principalmente hoje, que está tanto frio aqui em Guimarães), com a sua crónica.Até consegui sentir o calor do Sol, ver o areal e rir,na esplanada que nem sequer conheço. O certo é que é MESMO bom ,e faz-me muito bem ler o que escreve.Dei por mim a fazer-lhe companhia em todo o percurso que descreveu. Quase senti a mesma paz,luz e calor. Foi muito bom.Até me esqueci do frio que faz.MUITO OBRIGADA POR FAZER PARTE DA MINHA(NOSSA)VIDA .BEIJINHOS M. CARMO

Olinda Cristina disse...

Eu é que estou maravilhada com a vossa companhia. Sinto-vos como companheiros de jornada e agradeço cada passo que dão comigo :)))) Miguel, Anónimos (:)), Maria do Carmo, Diogo...as vossas palavras estão no meu coração!!! Mil vezes obrigada e beijo giganteeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!