domingo, 13 de novembro de 2011

APAGAR O PASSADO

Isto de escrever aqui tem uma cadência que não depende de mim...já reparei que tem uma frequência mais ou menos regular, praticamente semanal, mas que às vezes é alterada, com intervalos que excedem uma semana, e outras várias com mais que um texto seguido...é o caso destes últimos.Um por dia. E hoje, dois no memso dia. Que acho que nunca tinha acontecido antes.

Estava a meditar com a música dos U2 - Surrender- e há músicas que me transportam imediatamente para outro níveis...nem tenho que esperar conseguir subir. Foi o caso de hoje. E quando percebi que ia ter que escrever sobre isso perguntei: mas como é que passo isto para palavras?!...Não tenho como...eu pelo menos não sei...descrever estados de êxtase...em que não temos corpo...nem nada a não ser uma sensação indescritível...logo se é indescrítivel, eu não consigo descrever...

Como explico o que é estar com Jesus? Nunca esperei que ninguem acreditasse muito menos percebesse. Acho normal que não se acredite. Também eu durante muitos anos não acreditei.

Por isso, vou continuar e contar o que se passou: a primeira coisa que Jesus me propôs hoje foi que lhe entregasse o meu passado.

O meu passado? Já perdi tanta coisa e agora também vou ficar sem passado? Parei uns segundos, não para decidir se aceitava ou não, porque nunca hesitei em aceitar o que o Céu me propôe por mais ache que não está ao meu alcance, e muitas vez acho isso mesmo, mas para tentar avaliar o que isso significava. Ficar sem memória. Isso de alguma forma é o que me tem vindo a acontecer ao longo da vida. Com o meu síndrome esqueço-me de muita coisas. Esquecer de tudo? Sim, claro. Aceito. Incondicionalmente, como sempre.


(To be continued, later)

4 comentários:

Anónimo disse...

Não posso deixar de lhe dizer que ler o que escreve me tem ajudado como eu nunca pensei....obrigada!

Lurdes JC disse...

E como não existem coincidências mas sim sincronismos...
Acho não, tenho a certeza, que realmente hoje foi um dos dias que mais pensei, em como há uns anos atrás não acreditaria em tudo o que me está a acontecer.
Estar com Jesus, senti-lo, ouvi-lo, caminhar de mão dada com ele, entrar no seu coração, sentir a sua luz e adormecer encostadinha ao seu peito... Sentir uma luz tão forte e tão grata, capaz de me fazer cair no chão sem chão, e deixar-me ir... Nunca pensei acreditar nisto, nunca pensei vivenciar estas dádivas... Sempre o nunca, e porque não, a aceitação?
Achar que nunca mereceria!!! Talvez... Hoje estava a pensar sobre isto tudo, como a vida me deu tantas amigas e amigos, desde que senti a verdadeira vibração, a verdadeira luz de Jesus. Ganhei-te... Mereci a tua amizade... Foi graças a ti que voltei a escrever... Foi tanta coisa... tanta...
Estava hoje mesmo a pensar o que fazer com o passado! O que deveria apagar, etc... de repente escreves este texto... Que me ajudou a sentir ainda mais uma alegria imensa, apesar da tristeza que ao mesmo tempo me reconforta. Parece estranho mas não é... Existem momentos vazios, que precisam de ser preenchidos com luz, e demora o seu tempo... Tudo tem um tempo, e este é o meu.
Interessante, deparei-me há cerca de duas semanas com uma falta de memória incrível, até no mais banal... Reparei agora que o teu texto foi o sinal para perceber o porquê.
após ter lido o teu texto, resolvi ver o filme: comer, orar e amar. Tinha-te dito que sempre que tentava ver este filme nunca conseguia, acontecia sempre qualquer coisa. E, claro hoje com a trovoada, a chuva, aqui na zona de Cascais, quando estava a meio do filme, apagou-se a luz... Nem queria acreditar... e escrevo agora, que a luz já voltou, o filme já terminou... E por isso aqui estou...
Não sei se vou algum dia apagar o passado, mas sei que irei sempre dentro de mim despertar o presente. Quanto às memórias, essas precisam de ser apagadas de uma forma especial.
Agradeço-te tanto por tanto que nos ofereces. Estas prendas são prendas do céu.
Um gd abraço
Desta tua amiga
Lurdes

Olinda Cristina disse...

Obrigada ao anónima/o que me deixou muito confortada com o seu comentário...Beijinhos.

Olinda Cristina disse...

Lurdes, não há nada a agradecer...é um gosto ter-te aqui. Isso sim. Abraço apertado, amiga.