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Todo o meu organismo reagiu a esta pergunta. Não só o coração, mas também o estômago e todos os outros orgãos.
E lembrei-me do meu compromisso. O compromisso que assumi com Jesus, há alguns anos. Em que escolhi percorrer o meu caminho, fazer o processo evolutivo, em que lhe pedi orientação e protecção. E entreguei-Lhe a minha vida. Aceitando o que quer que isso implicasse.
Entreguei-me em consciência. Sabia que isso implicava aceitar o que ainda não tinha conseguido aceitar. Sabia que isso implicava conhecer-me até ao mais fundo de mim, ao mais negro de mim. Sabia que isso implicava enfrentar o que nunca consegui enfrentar. O que nunca aceitei enfrentar. O número e grau de dificuldade de desafios é proporcional às vezes e à forma com que já nos recusamos a passar por eles. Sabia que isso implicava render-me áquilo a que resisti durante séculos.
Sabia que isso implicava ser fiel a mim própria e áquilo em que acreditava.
Sabia que isso podia implicar perder tudo. Passar por tudo. E aceitar. Só assim me libertaria do que me prende, do que me trava, e avançaria.
Foi isso que Ele nos veio ensinar. A sermos fiéis a nós próprios e áquilo em que acreditamos, tenha isso as consequências que tiver. Mesmo que seja morrer na cruz.
Os tempos são outros. E Ele voltou. Já não tem corpo, já não tem forma. É uma frequência de vibração. É um estado. É Luz. A Luz em que se transformou. Transcendeu-se. Evoluiu até patamares para nós ainda inalcançáveis.
Mas está cá para nos ajudar a fazer o que ainda não conseguimos.
Está cá para nos iluminar, amar e ajudar. Felizes os que acreditam. E eu passei tantos anos da minha vida a pedir para acreditar que, no momento próprio, e não quando eu quis, passei a acreditar. E porque acreditei, senti-O. E porque O senti ganhei coragem. E com Ele todos os desafios se enfrentam. E tudo se agradece. Porque o que sente depois de enfrentar um desafio é incomensurável. A transformação que se dá em nós e na nossa forma de viver é inexplicável. A confiança, a coragem e a alegria que se ganham são brutais.
Este mês tem sido especialmente difícil para mim. Estou de férias desde o dia 4 e passo os dias fechada em casa da minha Mãe, em Rebordosa, e quando saio é para ir com o meu filho ao hospital, que ainda está a recuperar da operação plástica que fez no início de Julho, e por isso ainda tem que ir ao hospital várias vezes por semana. E um dia, de repente, quando vinhamos de lá, comecei a sorrir. Sentia-me feliz por ter a presença de Jesus na minha vida. Por confiar. Por acreditar que apesar de não saber o motivo pelo qual a vida estava outra vez tão difícil, havia um motivo. Eu ainda não sabia qual era. Mas havia. E tinha ajuda para o enfrentar. E saber isso já era uma enorme felicidade.
Aos poucos fui percebendo o motivo. Ou melhor, os motivos.
E só hoje, ao 25º dia de férias é que me sinto realmente bem. Precisei de 25 dias. 25 dias para mudar. 25 dias para aprender a viver outra vez no desconforto. Só hoje, depois da meditação da manhã, é que me voltei a sentir feliz e confortável. As condições que me rodeiam são as mesmas. Eu é que mudei. Vejo tudo de outra maneira.
Em nenhuma praia paradisíaca, com nenhuma outra companhia eu teria recebido o que recebi nestas férias. De ninguém mais eu teria recebido o que recebi do meu filho. Mil abraços por dia, o sorriso mais lindo do mundo e as mais ternas declarações de amor. Em nenhum outro lugar que não fosse tão desconfortável, eu me teria proposto a meditar tanto e a sentir tanto a energia de Jesus. Em nenhum outro lugar eu me teria preparado tanto para prosseguir. Porque talvez em nenhum outro lugar eu me tivesse interiorizado tanto.
Ontem Jesus disse-me que este mês foi de treino intensivo. E disse-me porque é que há 6 dias atrás passei junto à Cambridge School, do Porto. Tinha 16 anos quando lá andei. E quando passei achei engraçado ver a rua de novo e o café Asa de Mosca, que ficava por baixo.
E ontem Jesus lembrou-me do curso intensivo que fiz lá. Para entrar no Instituto fazia-se um exame de avaliação que determinava o nível que estavamos aptos a frequentar. Entrei para o 3º ano de Inglês, ao mesmo tempo que frequentava o 10º ano no liceu. No fim do ano lectivo propus-me fazer o 4º ano de Inglês nas férias,durante o mês de Agosto, em curso intensivo. E no fim desse curso de Verão o professor propôs-me fazer directamente o exame mais avançado por achar que eu não precisava de frequentar o último ano.
E Jesus falou-me nesse curso, para me dizer que na altura eu quis fazer o curso intensivo, apesar de ser férias, por gostar muito de Inglês. E que tive tão bom aproveitamento, praticamente fiz o curso todo num ano, exactamente por gostar tanto.
Mostrou-me que, quando confere com a minha energia, e me sinto motivada, eu me disponho a tudo.
E que nestas férias eu também fiz um curso intensivo. No que eu mais gosto. Meditação, conexão com Jesus, conexão com outros níveis de vibração, e a desfrutar do meu filho. E que todo o desconforto que me rodeou me empurrou para isso mesmo. Até o desconforto de não saber porque é eu tinha que estar nesse desconforto.
E hoje, ao voltar aos momentos em que assumi e reiterei o meu compromisso com Jesus, agradeci por tudo. Porque foram e são muito maiores as bençãos que os desafios. Que sendo difíceis, nos libertam do que é realmente difícil na nossa vida: as amarras e os bloqueios. E nos abrem para o amor. E ao AMOR...nada se compara. Nada.
