
Hoje foi o último dia do mês de Setembro de 2011.
O mês mais feliz da minha vida.
Comecei a sentir-me muito feliz no dia 1. Primeiro dia de trabalho depois de férias.
E cada dia que foi passando tive mais motivos para me sentir feliz.
Desde há dois anos que vivo os momentos felizes com outra intensidade. E sempre os fui tendo. E na verdade, ao longo da vida sempre tive momentos e dias muitos felizes.
Nunca tinha tido era 30 dias seguidos de felicidade.
Desde há uns dias que andava a sentir que quando chegasse ao último dia deste mês tinha que escrever sobre isso. E ontem depois da meia noite, ia começar a escrever e "ouvi": O último dia ainda agora começou, é só no fim deste dia.
Que é agora.
E de manhã acordei com um toque de mensagem, às 8,30h. Uma mensagem da Lurdes Jóia a dizer-me que a máquina que me tinha emprestado ontem, afinal não era emprestada, era oferecida. A mesma máquina que ela tinha pensado emprestar-me em Julho, mas que acabou por ser substituída pela Pink (já aqui contei a história) que avariou há 2 dias. Exactamente 2 meses depois de ela ma ter oferecido. Resisti o que pude à oferta de hoje, mas acabei por não ter mais argumentos. É que esta serve os propósitos de aprendizagem de fotografia, que eu descobri, também este mês, que me dá um enorme prazer. E se não fosse um amigo a lançar-me o desafio e prontificar-se para me ensinar, eu não teria ainda descoberto.
Depois desta surpresa o dia continuou maravilhoso. Fui para a praia onde queria fazer uma meditação. ´Queria agradecer tudo o que me tem acontecido. Comecei por música clássica, e às tantas intuí que era para pôr uma música completamente diferente. Eye in the sky, dos Alan Parsons Project. Volume no máximo. E quando ouvimos com phones o som fica ainda mais intenso.
Fui puxada imediatamente para cima. Subi em espiral. Não parava de subir. A emoção foi tremenda. Só com o impacto da energia tão alta aque estava a aceder chorei copiosamente. Já não sentia a brisa do mar. Já não sentia o cheiro da maresia. Já não interessava se me viam chorar. Já não estava ali.
Entre muitas outras coisas, entre elas o entendimento da importância e repercussão do trabalho interior que fiz nos últimos meses e que contribuíu para esta benção, foi-me perguntado se eu não tivesse amigos a quem contar que estava tão feliz, se eu estaria na mesma felicidade. Se eu não tivesse como espalhar aos 4 ventos que estava feliz, se mesmo assim eu continuaria feliz. E se eu não tivesse Facebook, e se eu não tivesse Blog...E pediram-me para entregar tudo ao Céu: Amigos, Facebook, Blog, computador. Porque posso perder tudo. Fiquei arrasada. Fiquei em choque. Demorei muito tempo até encontrar em mim os motivos para me sentir ainda sim, feliz.
Mas encontrei, porque o principal motivo da minha felicidade é o estado de conexão.
Eu achava que tinha estes assuntos mais resolvidos. Dos amigos, do Facebook, do Blog. Em relação à família e sobretudo em relação ao meu filho, tento estar permanentemente atenta. Entregar todos os dias. Relacionar-me com o amor e não com o apêgo. Mas o resto...vou descurando...mais do que me apercebo.
Apesar da dificuldade do assunto com que terminou, a meditação foi fantástica. Porque cada vez se torna mais claro o motivo da perda acontecer. Porquê e o que fazer.
E a verdade é que eu não tenho nada do que eu achava que precisava para ser feliz. Nada. A não ser ter o meu filho vivo. Quanto ao resto, é uma completa surpresa. Tudo o que está presente na minha vida e de que eu posso desfrutar é muito diferente do que eu tive ao longo da minha vida. E por isso fui tão pouco feliz.
Ainda ontem eu dizia à Alexandra, que a maior surpresa agora é eu ser tão feliz, porque durante anos e anos, quase toda a minha vida, acreditei que não estava ao meu alcance.
É claro que quando eu digo isto, vem logo um medo. O medo da felicidade acabar já. E pior, medo que acabe de forma drástica. Mas que a vida não é felicidade, já eu sei. E que os trambolhões vêm com frequência, também. E que nada é garantido. E que tudo acaba. Para mais tarde recomeçar.
Aliás eu até tinha medo de não poder escrever este texto, conforma me tinha sido "dito" para fazer, porque tinha medo que o estado de felicidade contínua nem chegasse ao dia 30...
E quando terminei a meditação tinha uma chamada da Helena. Um convite para velejar. E o dia continuou e acabou em perfeita beleza.
E estou imensamente grata. Imensamente grata.